Para o casal portosantense Vera Menezes e Francisco Velosa, caminhar na praia de Porto Santo já é um hábito, mas tem-lhes permitido dar azo a outro tipo de missão: recolher o lixo marinho que o mar rejeita (sobretudo plásticos e madeiras) e dar-lhe valor como peças de artesanato, vendidas na loja O PROFETA, que abriram no centro de Vila Baleira, já lá vão seis anos. Em novembro, voltam as caminhadas aos fins de semana, consoante o vento e a maré, abertas a quem quiser aparecer.
“Com os plásticos e madeiras que apanhamos na praia construímos peixes para pôr na parede e espelhos, por exemplo, e com os vidrinhos de garrafas de vidro faço colares e brincos”, conta a designer gráfica. Francisco é artista. Juntos, decidiram criar um projeto que colmatasse “a falta de artesanato local genuíno no Porto Santo e que identificasse os portosantenses e a ilha como um todo” e de forma apelativa. A inspiração esteve sempre à frente deles: a história e os ícones de Porto Santo.
Na coleção de postais, canecas e t-shirts surgem o barco carreireiro (que ligava as duas ilhas); o burro, usado na agricultura; o tabaibo (figo da Índia); o moinho de vento (como os que estão no Miradouro da Portela); o dragoeiro; o “Pau de Sabão”, como é apelidado localmente o Padrão dos Descobrimentos); a Fábrica das Águas; e as Lambecas (famosos gelados artesanais). Agora também trabalham com mais artesãos locais, que produzem profetas (figuras em barro) e chapéus de palmito.
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