Ecopista do Dão: Passear junto ao rio no coração da Beira Alta

O rio Dão acompanha de perto a ecopista de mesmo nome, ao longo de 10 quilómetros. (Fotografia: Maria João Gala/GI)
Ao longo de dez quilómetros, o Dão acompanha de perto, sereno, a ecopista a que empresta o nome, ora à vista desarmada, ora escondido pela densa vegetação que rodeia o percurso ladeiro aos contornos do rio.

O troço faz parte de um caminho panorâmico bem mais extenso, com 49 quilómetros, traçado no lugar da antiga linha férrea que ligava Viseu a Santa Comba Dão, desativada em 1988. Depois de 23 anos ao abandono, em 2011 a linha foi convertida numa ecopista, ideal para um passeio à beira-rio, e que tem também campos agrícolas, vinhas e bosques de carvalhos na paisagem.

Percorrê-la na sua totalidade é uma aventura a fazer com tempo, pelo que é preferível dividi-la em etapas mais curtas, a caminhar, ou, idealmente, a pedais, com paragens em alguns pontos estratégicos para apreciar a vista. De qualquer das formas é aconselhável levar água e algo para aconchegar o apetite pelo caminho, até porque não faltam bancos e mesas de piquenique onde fazer uma pausa de descanso e merenda. Encontram-se as primeiras mesas junto à antiga estação de Treixedo, já passada a marca dos seis quilómetros para quem inicia o passeio em Santa Comba Dão.

Por ali já não circulam comboios, é certo, e o movimento na linha é agora mais ligeiro, mas ainda se consegue vê-los chegar ou partir da estação de caminhos de ferro do Vimieiro, que serve a linha da Beira Alta, ainda em funcionamento.

Começa ali a ecopista, na margem esquerda do rio, com corredores de densa vegetação, resguardados pela sombra dos carvalhos, que aqui e ali dão espaço à luz do sol. Ouve-se um vaivém de carros, prova de que ainda se está perto da cidade, mas não tarda ao silêncio tomar conta do passeio, cortado pelo estalar das bolotas caídas no chão, sob os passos dos caminhantes, o vento e os chocalhos das cabras que aproveitam as pastagens verdejantes junto à margem.

Por um bom bocado o rio mostra-se tímido, e só se deixa ver com fartura à chegada da ponte metálica que o atravessa, o ponto alto do percurso. Um tabuleiro crivado que deixa ver o manto de água lá no fundo.

A partir dali o caminho continua no lado direito do Dão. Contam-se já quatro quilómetros de passeio. A paisagem começa a ser pincelada por zonas de área ardida e nas margens do rio distinguem-se grandes penedos encavalitados.

Ecopista do Dão (Fotografia: Maria João Gala/GI)

Chegando à marca dos dez quilómetros já o Dão se começa a afastar, à medida que o percurso continua em direção a Tondela, onde o rio Dinha dá um ar da sua graça, por breves instantes. Daí para diante já não se tem água na paisagem, mas o caminho é igualmente agradável, com diferentes cenários a embalar a viagem até Viseu. Jornada para uma outra altura.

INÍCIO/FIM
Estação do Vimieiro (Santa Comba Dão)

COMER
Cozinha beirã
O restaurante 3 Pipos, em Tonda, Tondela, tem já estatuto de instituição e lugar cativo no topo das recomendações de quem conhece a região. Deve a fama ao seu charme rústico e acolhedor, ao serviço e à boa comida beirã que enche a carta. Bacalhau com broa, rojões e arroz de costelas em vinha d’alho são algumas das opções, sempre acompanhadas pelos vinhos do Dão, pois claro.

FICAR
Dormir num antigo hospital
Bem no centro da cidade, a fachada da Pousada de Viseu, bem como o seu grande claustro, não escondem a história do edifício. Ali funcionou, até 1997, o antigo Hospital de São Teotónio, convertido em 2009 num hotel de charme, com quartos e suites amplos, spa e uma convidativa piscina exterior. E um restaurante onde também se celebram os sabores da região.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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