Cardo: na nova loja do Porto, todas as peças são portuguesas

A Cardo fica no Centro Comercial Bombarda, no Porto. (Fotografia de Igor Martins/GI)
No Centro Comercial Bombarda há uma nova casa repleta de peças feitas com materiais e técnicas tradicionais. Pássaros, ouriços-do-mar e miniaturas de escritores nacionais são alguns dos objetos que esperam aqueles que passarem pela Cardo - Objectos e Assuntos Conexos.

Chega-se à Cardo dá-se logo de caras com o senhor Abílio, assim apelidado carinhosamente pelos proprietários, Marta Ribeiro e Hugo Andrade. Trata-se de um papeludo, uma cabeça gigante do artesão António Costa, de Viana do Castelo, feita com pasta de papel. O senhor Abílio é considerado o terceiro funcionário da loja, aquele que recebe os visitantes.

Ao olho também não escapam as caixas penduradas sobre o cabeçudo. São da marca de cerâmica e olaria Bai d’ Roda, elaboradas com vários tipos de terra. Cada caixa representa quatro viagens do imaginário do senhor Abílio: Etna, Grécia, Praia e Floresta Negra. Boas-vindas dadas, é hora de entrar e ser acolhido pelos tons neutros que revestem o espaço. Há pássaros de várias cores pendurados no teto, pelas mãos de Joaquim Dias, ex-pescador de Viana do Castelo, que trabalha na recuperação de chapas e madeira.

(Fotografia de Igor Martins/GI)

(Fotografia de Igor Martins/GI)

De Norte a Sul, e passando pelos Açores, tudo o que está na loja é de cá. Com técnicas e materiais portugueses, todas as peças, para ganharem um lugar na Cardo, precisam de ter qualidade no seu processo de fabrico e ser atuais, conjugando os saberes tradicionais com uma abordagem contemporânea. As cestas de junco d’ A Lançadeira, concebidas por Maria do Carmo Lopes em Esposende, são a prova de que a tradição e a modernidade podem caminhar lado a lado. Está exposto um modelo mais antigo, de grande dimensão, que Marta recorda de ver a avó usar para ir à feira, assim como uma versão mais moderna do conceito, reconvertida numa mala de ombro.

Peças em madeira, barro preto, gesso, vidro artesanal e tapetes alentejanos em tear são mais alguns dos produtos expostos. Aqui, como dizem os proprietários, “todas as coisas têm uma história por trás”. Era suposto abrir em março, mas a Cardo nasceu prematura, estando de portas abertas ao público desde dezembro de 2022. É fruto de um desejo de Marta Ribeiro e Hugo Andrade. “É uma área em que achamos que existia uma lacuna, não havia muita gente a dedicar-se a este conjunto de coisas. Queríamos divulgar artistas e técnicas”, diz Hugo.

Em breve, a ideia é acolher workshops e lançamentos de autor, entre outras iniciativas, elevando a Cardo ao patamar seguinte.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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