Já se chamou Rua dos Balcões, Rua dos Sombreireiros e Rua Serpa Pinto. Hoje é a Rua dos Mercadores, que rumavam em força à cidade, vindos de outras paragens. Continua a ter grande movimento e muitos turistas, sobretudo no verão: aqui, tanto se encontra produtos de mercearia, papelaria e têxtil-lar como ovos-moles e palmiers bastante requisitados. E ainda pormenores curiosos, que podem passar despercebidos na azáfama quotidiana, como os nós e âncoras desenhados na calçada, ou as fachadas coloridas dos edifícios, algumas com alusões a José Estêvão e a Santa Joana, duas importantes figuras locais. Tanta variedade em tão pouca extensão: a Rua dos Mercadores, que liga a Praça do Dr. Joaquim de Melo Freitas à Praça 14 de Julho, com as suas apetecíveis esplanadas, tem apenas 81 metros, segundo informações da Câmara Municipal. Não que seja o arruamento mais curto de Aveiro – há outros mais pequenos, como a Rua Fernão de Oliveira, com 58 metros.
A Barrica | nº 1 [Praça Dr. Joaquim de Melo Freitas]
Nesta loja da Cooperativa de Artesãos da Região de Aveiro, ali instalada há mais de 40 anos, encontram-se peças de cerâmica e madeira feitas e pintadas à mão (ou noutros materiais, como conchas) que representam motivos da região, como os incontornáveis moliceiros e o farol da Barra, mas também figurado religioso, artigos de tecelagem e louça. Há ainda licores e até cosmética à base de flor de sal. Encerra ao domingo. DM
S. Gonçalo Arts & Crafts | nº 2
Nuno Martins e Diana Coelho gerem esta loja de artigos alusivos a Aveiro desde 2014, quando se mudaram da Barra para o centro da cidade. A loja é forte em têxteis artesanais (como as ricas colchas e toalhas de linho que ali se encontram) e junta essa especialidade à de pequenas peças para turistas ou utilitárias. Todos os dias, das 10h às 19h30. DM
Moliceiro dos sabores | nº 4
Neste café, a especialidade são os ovos-moles de fabrico artesanal, premiados no concurso local de doçaria tradicional, mas também ali encontra outros doces regionais e ainda licores, vinho e cerveja artesanal. No pequeno espaço cheio de variedades, com uma esplanada na rua, Pedro Neves também serve petiscos. DM
DL Têxtil Lar | nº 8
Maria Dulce Oliveira e a prima Maria de Lurdes Melo são as responsáveis por esta loja dedicada ao têxtil-lar nacional, criada há mais de 20 anos e nesta rua há seis. Os clientes vão ali sobretudo pela roupa de criança, dos zero aos dois anos, mas também pelos cortinados feitos à medida, pela tapeçaria, pelos atoalhados, colchas e outros produtos de têxtil-lar, de marcas portuguesas como a Bovi ou a Dilina. Há ainda bordados dos Açores e de Viana do Castelo. “Tentamos não ter muitos fornecedores, mas ter dos bons”, resume Maria Dulce, enquanto mostra certificados de prémios em concursos de montras. Encerra sábado à tarde e domingo. CF
Casa dos Jornais | nº 11-13
Urbano Ramos cresceu nesta casa com longa história, outrora designada Duarte Jornais. A mãe, Fernanda, tomou conta do negócio há mais de 25 anos, e ele lembra-se de dormir e a andar por ali, em criança. “Nem chegava ao balcão”, conta, enquanto afaga o cão Charlie – para encontrar o simpático animal, convém ir de manhã. Seja para comprar jornais e revistas, tabaco ou para tentar a sorte no jogo. Mesmo durante a quarentena, manteve as portas abertas diariamente. Só encerra dois dias por ano: no Natal e no Ano Novo. CF
Cantinho do Sal | nº 16
Rosa Teixeira, dona do restaurante Cantinho do Bacalhau, na vizinha Praça 14 de Julho, é também responsável por este alojamento local, com tons frescos e alegres, a remeter para a praia. Tem uma cozinha partilhada, dominada pelo verde vivo, com acesso a um pátio interior pequeno, mas luminoso; e seis quartos de diferentes tipologias, alguns com capacidade para quatro pessoas. O negócio, que ocupa dois pisos de uma casa histórica, arrancou há um par de anos. Quarto duplo desde 50 euros (inclui pequeno-almoço). CF
A Competidora de Aveiro | nº 17
Clientes de há muitos anos e turistas. Todos entram nesta casa com mais de 60 anos, a que muitos chamam “a loja do senhor António” – o fundador, que faleceu em janeiro e era muito conhecido na cidade. As montras estão como ele as deixou, conta a filha Rosa Maria Vieira. Os móveis de madeira e as vitrinas guardam diversos artigos de mercearia e papelaria, produtos de cosmética e higiene de marcas portuguesas, como Couto, Benamôr, Ach Brito ou Foz. Tanto se encontra pincéis para a barba como navalhas, queijo da Serra, conservas, bebidas. Encerra sábado à tarde e domingo todo o dia. CF
Pastelaria Santa Joana | nº 22
O palmier simples, grande e húmido, é o grande chamariz desta pastelaria que já leva muitos anos de existência, mas está só há três nas mãos de Alejandro Ferreira, nascido na Venezuela e regressado à terra dos pais. Há também uma versão com chocolate e ovos-moles – aliás, os ovos-moles são presença forte na casa e entram também na composição de outras gulodices, como as fatias de noiva, em pão de ló. Alejandro aponta ainda outras especialidades, de que são exemplo os lanches ou os queques de noz. Preço do palmier simples: 1 euro. Não encerra. CF
Casa ilustre
No número 2 da rua, num edifício amarelo a apreciar, fica a casa onde nasceu, em 26 de dezembro de 1809, José Estêvão, tribuno parlamentar e benemérito. Há uma placa a assinalá-lo, por decisão da Câmara Municipal, em 1887.
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245
Longitude : -8.2245