8 parques para um piquenique perfeito

Jardim Mário Soares, em Lisboa. (Fotografia: Leonardo Negrão/GI)
Amplos, repletos de verde e urbanos, estes oitos parques e jardins são boas opções para quem quer piquenicar à vontade, sem sair da cidade.

Braga | Parque da ponte | Um pequeno bosque no centro da cidade

(Fotografia: Cristiana Milhão/GI)

O grande lago artificial, rodeado de frondosas árvores, é uma das principais atrações deste parque urbano, muito procurado pelas famílias – atrai aliás visitantes de todas as idades – para uma escapadela do rebuliço citadino. O Parque da Ponte, ou de São João da Ponte, como também é conhecido, foi criado em 1911, na antiga “coutada dos Arcebispos”, no final da Avenida da Liberdade e é, na realidade, a junção de duas zonas verdes distintas. A parte exterior, mais antiga, é dominada por grandes plátanos e tílias plantadas em torno da Capela de São João, datada do século XVII, e um dos grandes palcos dos festejos são-joaninos na cidade. Neste pátio encontra-se ainda um coreto e adiante abre-se passagem para a parte interior do parque.
Ao centro, estão o lago e o chafariz, contornados por vários caminhos pedonais, rendilhados de sombras oferecidas pela densa vegetação. Parece um pequeno bosque, onde às espécies autóctones da região se juntam exemplares de outras origens, como o cedro, a sequoia, o abeto-de-douglas ou o cipreste-do-buçaco. Ao redor do arvoredo estendem-se relvados, zonas banhadas pelo sol, e há também mesas e bancos de jardim, pelo que não falta onde estender a toalha e montar o piquenique. Existe ainda parque infantil, bicas de água, WC e parque de estacionamento, e um restaurante e bar com esplanada sobre o lago, o Casa Velha, que acaba de reabrir. Ana Costa

Ecovia do Rio Este
O Parque da Ponte é delimitado a norte pela Ecovia do Rio Este, um percurso pedonal ciclável de três quilómetros que acompanha o curso do rio desde o Complexo Desportivo da Rodovia até à Ponte Pedrinha.

Parque da Ponte
Av. da Liberdade, Braga
Aberto 24 horas.
Casa Velha Artbar
Tel: 913171605
Web: facebook.com/casavelha.braga
De terça a domingo, das 12h às 23h.

> Entrada de animais
> Zona de merendas
> Casa de banho
> Transporte público
> Mobilidade reduzida
> Parque infantil
> Estacionamento

Porto | Parque Oriental | De bicicleta, ao lado do rio

(Fotografia: Amin Chaar/GI)

É provável que seja ainda uma descoberta, a ser feita por muitos, a grande mancha de área verde que ocupa parte do vale de Campanhã. Localizado na zona limítrofe do concelho da cidade, onde a ruralidade ainda resiste, o Parque Oriental do Porto não é recente – tendo sido inaugurado em 2010 -, mas foi aumentado 8 hectares no ano passado, ficando com um total de 18 hectares, que se estendem entre o Freixo e o Pego Negro.
Trata-se de um lugar de sossego, que parece ser reforçado pelas águas do Rio Tinto que ali correm serenas, este parque linear projetado pelo mesmo arquiteto responsável pelo Parque da Cidade, Sidónio Pardal.
É a escolha de muitos para percorrer a pé ou em duas rodas a ciclovia asfaltada, e para brincar com os amigos de quatro patas. Mas apresenta-se também como uma boa opção para uma refeição ao ar livre, graças ao diversos recantos que o compõem, seja ao pé do lago, nos “socalcos” relvados ou, mais discretamente, sobre as sombras providenciadas por pinheiros-bravos, sobreiros e carvalhos-alvarinho.
Um segredo que merece ser desvendado, principalmente agora que o sol se faz sentir até mais tarde. Ana Luísa Santos

Passadiço
Para uma jornada mais longa, sugere-se seguir pelo passadiço com cerca de 6 quilómetros, inaugurado no verão passado, que desemboca no Parque Urbano de Rio Tinto.

Parque da Cidade Oriental
Av. Francisco Xavier Esteves, Porto (Campanhã)
Aberto 24 horas

> Entrada de animais
> Casa de banho
> Transporte público
> Mobilidade reduzida
> Estacionamento

Vila Nova de Gaia | Parque da Lavandeira | Pavões, jardins e uma estufa

(Fotografia: Global Imagens)

Este parque é composto por um conjunto de ambientes diferentes, que fazem dele um lugar especial para descobrir com tempo. No seus 11 hectares, há muitas espécies animais e um parque de merendas.

As enormes árvores, o lago, os pavões exuberantes e os jardins temáticos são algumas das coisas que tornam o Parque da Lavandeira, outrora uma propriedade agrícola e de recreio chamada Quinta da Lavandeira, tão encantador. Os seus 11 hectares de terreno, que servem de habitat a borboletas, sardões, sapos, ouriços-cacheiros e diversas aves, e quase não se acredita que estamos no movimentado centro de Gaia, e apenas a dez minutos do Porto. Uma proximidade que rapidamente se esquece quando se cruza a entrada, e nos recebe uma área arborizada pontuada por mesas e cadeiras, perfeita para um piquenique.
Calcorreando-se o parque, surgem recantos quase mágicos, como o lago, onde os patos fazem a sua vida, a belíssima estufa em ferro fundido, hoje tomada até ao teto pela vegetação, o jardim das suculentas e o jardim do labirinto, que convida os visitantes a nele se perderem.
Contudo, a pandemia trouxe algumas mudanças no funcionamento deste espaço. É agora obrigatório o uso de máscara para percorrer o parque, os grupos devem ser apenas familiares, até dez pessoas. Alguns equipamentos estão vedados ao público, como o parque infantil e a mesa de pingue-pongue. Também o bar de apoio se encontra temporariamente encerrado. Limitações que não beliscam a beleza do parque, que merece uma visita sem pressas. Ana Luísa Santos

ESTUFA
Em ferro fundido e com um peso de 38 toneladas, a estufa neogótica é um dos dois únicos exemplares da Península Ibérica.

Parque Municipal da Lavandeira
Rua Almeida Garrett, Vila Nova de Gaia
Das 7h às 20h (de maio a outubro)

> Entrada de animais
> Zona de merendas
> Casa de banho
> Transporte público
> Mobilidade reduzida
> Estacionamento

Coimbra | Parque Verde do Mondego | Passear em família junto ao rio

(Fotografia: DR)

O Parque Verde do Mondego, em Coimbra, estende-se ao longo das duas margens do rio, ligadas pela ponte pedonal Pedro e Inês, que funciona como miradouro.

O Parque Verde do Mondego, que se estende pelas duas margens do rio, no coração da cidade, é um espaço amplo, atravessado por percursos pedonais e de ciclovia. Tem várias entradas e rampas que permitem a circulação de cadeiras de rodas e carrinhos de bebé, sendo, por isso, ideal para passeios em família.
Na margem direita, há um parque infantil temporariamente encerrado, devido à pandemia, mas aos mais novos não passará despercebido o urso gigante que se ergue ao lado. Já a zona de esplanadas e bares encontra-se em obras, na sequência dos estragos causados pelas cheias de 2016.
Atravessando a colorida ponte pedonal Pedro e Inês (um miradouro com vista para o casario encimado pela Universidade), chega-se à margem esquerda, com mesas de piquenique, um skate park e um pequeno ginásio ao ar livre – os dois últimos também vedados, agora, por precaução. Continuando a caminhada, avista-se o Convento de Santa Clara-a-Velha, que a inclemência do Mondego tornou inabitável, séculos antes. Carina Fonseca

Pavilhão ilustre
Numa ponta do parque, na margem direita, fica o Pavilhão Centro de Portugal, projetado por Souto de Moura e Siza Vieira. Este foi o Pavilhão de Portugal na Expo 2000, em Hanôver.

Parque Verde do Mondego
Avenida Inês de Castro/Avenida da Lousã, Coimbra
Aberto 24 horas

> Entrada de animais
> Zona de merendas
> Casa de banho
> Transporte público
> Mobilidade reduzida
> Parque infantil
> Estacionamento

Outras boas alternativas
Além destes quatro parques no Norte, há outros a ter em conta, com diferentes características. O Parque de São Roque, que ocupa uma área superior a quatro hectares, no Porto, reabre segunda-feira e tem mesas de piquenique, parque infantil, lago com patos, capela e um labirinto de buxo rodeado por cameleiras. O Jardim de Paulo Vallada, ao lado da Avenida de Fernão Magalhães, apresenta um parque canino, e o Parque das Virtudes, que se desenvolve em socalcos pela encosta, oferece recantos deliciosos, com muitas sombras, e vista para o rio Douro.

Lisboa | Parque José Gomes Ferreira | Alma verde e nome de poeta

(Fotografia: Jorge Amaral/GI)

São mais de 11 hectares de mantos verdes e altos pinheiros que bloqueiam o ruído da cidade. Há décadas que a Mata de Alvalade é morada obrigatória para piqueniques.

Os fartos pinheiros-mansos, oliveiras e figueiras, que chegam a medir mais de 30 metros de altura, bloqueiam de imediato o barulho das vias públicas e estradas em redor, assim que se entra neste parque – também conhecido como a Mata de Alvalade. As estacas verdes, amarelas e laranjas sinalizam as diferentes entradas deste grande e amplo manto verde, com várias zonas planas e que tem nos seus mais de 11 hectares de terreno uma das mais-valias. Outra está no nome de batismo, em homenagem ao escritor portuense José Gomes Ferreira, que deixou extensa obra e se descrevia como um “militante da poesia”.
Para além de uma flora variada, a mata é ainda um refúgio para dezenas de espécies de aves, sendo habitual a companhia do gaio-comum e da estrelinha-de-cabeça-listrada. Os de quatro patas também por aqui passeiam, sempre com trela. O café e parque infantil encontram-se encerrados, assim como duas das três zonas de merendas com mesas de madeira, mas há circuito de manutenção para os fãs de desporto e espaço que chegue e sobra para estender a toalha, com muitas opções de sombra. E também um pequeno miradouro com bancos do qual se avistam os bairros em redor, como Olivais e Areeiro, e vales com hortas. Nuno Cardoso

Antigas quintas
Desde os anos 60 que este é um dos grandes pulmões da capital, quando deu nova vida a antigos terrenos de quintas que aqui estavam.

Parque José Gomes Ferreira
Avenida Almirante Gago Coutinho (Alvalade)
Aberto 24 horas

> Entrada de animais
> Zona de merendas
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> Transporte público
> Mobilidade reduzida
> Parque infantil
> Estacionamento

Lisboa | Jardim Mário Soares | O eclético e maior pulmão do centro lisboeta

(Fotografia: Leonardo Negrão/GI)

Lagos, desporto, arte urbana, figuras históricas, mesas e mais de uma centena de árvores: diversidade é prioridade neste renovado jardim.

É o maior espaço verde situado no centro de Lisboa e ganhou novo brilho com a renovação de que foi alvo, nos últimos anos. Os mais de 11 hectares são suficientes para acolher mais de uma centena de palmeiras, pinheiros, eucaliptos, acácias, amoreiras, figueiras e castanheiras, um romântico lago com pequenos barcos atracados e outro mais pequeno com passadiço, caminhos pedonais que estão agora maiores, estátuas de figuras históricas como D. Afonso Henriques e D. João I, blocos ilustrados de arte urbana, um centro de estudo e um memorial a Mário Soares – que passou a dar nome ao antigo Jardim do Campo Grande – onde se podem ler palavras como “humanista”, “resistente antifascista” espalhadas pelo chão.
Os campos de padel, parques infantis e canino estão encerrados, mas a zona de merendas está acessível, assim como os pontos de exercício físico e o quiosque do jardim, ainda que sem esplanada. Não faltam, tanto na zona norte como na sul – divididas a meio pela Avenida do Brasil – zonas verdes e arejadas para estender a toalha e fazer um piquenique com as devidas distâncias. Nuno Cardoso

Corridas de cavalos
O jardim teve várias utilizações ao longo dos tempos. No início do século XIX, por exemplo, chegou a ser dos primeiros espaços a acolher corridas de cavalos.

Jardim Mário Soares
Avenida do Brasil (Campo Grande)
Aberto 24 horas

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> Transporte público
> Mobilidade reduzida
> Parque infantil

Lisboa | Jardim da estrela | Central e sossegado

(Fotografia: Diana Quintela/GI)

Levou uma década a ficar concluído, mas desde então que este pulmão romântico da capital é morada fixa para festivais, feiras, passeios e, claro está, piqueniques.

A localização é central mas o ambiente é recatado. O silêncio apenas se vai interrompendo pelos sinos que ecoam da vizinha Basílica da Estrela ou pela manifestação dos pavões que passam pelo Jardim Guerra Junqueiro, que todos conhecem como Jardim da Estrela. Por aqui, os piqueniques fazem-se à sombra de freixos centenários, roseirais, catos, magnólias e uma árvore-de-borracha-australiana de tamanho e raízes gigantes. Junto a esta está o famoso coreto deste pulmão verde, preciosamente rodeado de hortênsias.
Ao longo destes 4,5 hectares, há ainda espaço para parque infantil (encerrado de momento), postos de exercício físico com dicas de alimentação saudável e saúde, um quiosque que está aberto (sem esplanada), parque de bicicletas e dois pequenos lagos. Transversal é a inspiração romântica do espaço, que a foi beber aos jardins ingleses, com o seu arvoredo podado e estátuas. O seu estilo tornou-o uma das moradas fixas de feiras ocasionais e do OutJazz, o festival que é, na prática, um descontraído piquenique com música ao vivo, que faz uma pausa este ano, por razões óbvias. Nuno Cardoso

Obra prolongada
Vamos aos números: o jardim soma cerca de 170 anos e, curiosamente, demorou uma década a estar concluído, desde o arranque das obras.

Jardim da Estrela
Praça da Estrela, 12 (Estrela)
Das 07h às 24h. Não encerra

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> Parque infantil

Almada | Parque da Paz | Um lago e cem espécies de árvores

(Fotografia: DR)

A maior mancha verde almadense soma 60 hectares, um lago gigante e mais de cem espécies de árvores. Razões suficientes para estender a toalha e petiscar.

Com uns impressionantes 60 hectares de relvado – o equivalente a 60 campos de futebol – e muitas áreas planas, este parque é o ponto de encontro em Almada para muitos amantes de prática desportiva, mas também para passeios e atividades em família ao fim de semana. A extensão garante um piquenique em isolamento a qualquer hora e dia, em qualquer das zonas verdes que serpenteia o enorme lago artificial – uma espécie de coração deste espaço – onde nadam dezenas de cisnes e patos-reais e outras aves migratórias, que fazem as delícias de quem se senta nas margens do lago, apenas para contemplar.
Além destes amigos, conseguem observar-se também coelhos-bravos e melros-pretos, por exemplo, que circulam entre altos abetos, pinheiros, oliveiras e ciprestes, apenas algumas das 114 espécies de árvores e arbustos na variada flora do Parque da Paz. Os trilhos pedestres e ciclovias, um quiosque e bebedouros para pessoas e cães compõem o restante ramalhete deste balão de oxigénio almadense. Nuno Cardoso

Pedalar no parque
Os amigos do pedal podem percorrer, sob duas rodas, uma ciclovia de quase 1500 metros, que liga o Parque da Paz ao centro comercial Almada Fórum.

Parque da Paz
Avenida Arsenal do Alfeite, 10 (Almada)
Aberto 24 horas

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> Transporte público
> Mobilidade reduzida

Outras boas alternativas
A boa notícia é que não faltam hipóteses na hora de escolher um local para piqueniques na Grande Lisboa. Com uma maior dimensão e mais desafogados, o Parque Florestal de Monsanto e a Tapada da Ajuda têm zona de merendas e churrasco. Para um local mais recatado, o Jardim da Cerca da Graça, com vista para o Castelo de S. Jorge, acaba de reabrir.

Medidas a ter em conta nos espaços verdes
Com o novo plano de desconfinamento, os espaços verdes voltaram a abrir portões e a ser frequentados. Ainda assim, é importante que se mantenha a distância de dois metros entre pessoas e que se evitem ajuntamentos de mais de 10. Os parques infantis continuam interditos e não se aconselha o uso de bebedouros. Para quem gosta de exercitar no jardim, a prática amadora de desportos individuais ao ar livre deixou de estar limitada, com devida distância social e sem recurso a balneários.




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