10 refúgios rurais de sonho para ir nas férias da Páscoa

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(Fotografia: Jorge Amaral/GI)

1. São Lourenço do Barrocal

Reguengos de Monsaraz

Devagar se vai ao longe. Diz o ditado popular e diz também José António Uva, que levou 14 anos a abrir as portas da herdade que a sua família detém há 200 anos e oito gerações. O resultado deste trabalho de aperfeiçoamento está visível a olho nu. São Lourenço do Barrocal é o primeiro cinco estrelas de Reguengos de Monsaraz, mas não se esgota neste feito. Na verdade, dormir, numa das 16 casas e 22 quartos – para duas a seis pessoas –, é apenas um dos vários verbos que se praticam neste monte alentejano de quase 800 hectares.

Um terreno onde a agricultura biológica se pratica a um ritmo diário, quer seja no pomar, na horta, no azeite produzido, na criação de duas centenas de vacas e até no vinho, em processo de conversão para a produção bio. «Queremos manter a suficiência na agricultura que existia no início do Barrocal», frisa José, que também recorre aos primeiros tempos da herdade para vestir as paredes dos quartos e salas comuns. Seja com fotografias a preto e branco da família no monte ou com ferramentas agrícolas de então.

1. São Lourenço do Barrocal

Reguengos de Monsaraz

A rimar com a grande dimensão do terreno está o leque variado de atividades que qualquer pessoa pode experimentar, durma ou não no hotel, que abriu há três anos. A começar pela prova dos vinhos do Barrocal, antecedido de uma visita à adega. Apesar de estarmos no interior do Alentejo, em terras quentes, o granito que ali existe dá ao vinho uma frescura natural.

E por falar nas rochas graníticas que ajudaram a batizar a herdade, também se fazem passeios pelo monte com o arqueólogo local Manuel Calado. É ele quem nos guia por entre algumas das oliveiras mais antigas de Portugal, com dois a três mil anos. Mas também nos leva até ao período neolítico, através de um menir e 14 dólmenes que embelezam a propriedade.

Percursos pedestres e em bicicleta sinalizados, passeios em charrete até ao castelo de Monsaraz, viagens de balão, observação de aves, piqueniques e observação de estrelas estão entre as restantes atividades que o Barrocal proporciona. Além disso, importa passar pela loja onde se vendem produtos próprios e outros regionais, ou pelo spa, onde se fazem tratamentos e massagens.

1. São Lourenço do Barrocal

Reguengos de Monsaraz

Com dias de calor, impõe-se mergulhar nas piscinas ao ar livre: à dos adultos junta-se agora uma para os mais novos. É junto a estas duas piscinas que se situam os dois restaurantes, abertos a não hóspedes. Tanto no São Lourenço do Barrocal como no Hortelão, a cozinha alentejana de José Júlio Vintém guia o paladar à mesa. Com máximo recurso aos produtos da herdade. O arroz de túberas, conhecidas como «trufas alentejanas», com espargos e balsâmico de poejo é, por si só, motivo para uma visita. Mas também o carpaccio de vitela e os peixinhos da horta, aqui feitas com fava que ali nasce.

2. Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo

Sabrosa

Na Quinta Nova não há momento que fique por preencher. Admirar tranquilamente a paisagem pintada de socalcos, rio e vinha, e banhada por um silêncio que sossega é uma atividade a repetir a cada oportunidade. Dos jardins e terraços, da piscina ou da varanda de algum dos quartos daquela casa senhorial, o olhar alcança todo o vale, não fosse a localização privilegiada da propriedade. Está incrustada na margem direita do Douro e deve o nome à antiga capela de Nossa Senhora do Carmo, onde os barqueiros paravam para encomendar uma viagem segura até Gaia. Uma das paragens a visitar num dos vários circuitos pedestres que atravessam os 85 hectares de vinha. Mas a terra que encantou Miguel Torga também se percorre de outras formas. Por marcação, a quinta organiza, com parceiros da região, passeios de barco pelo rio, ou de jipe pelas encostas do Pinhão ao Peso da Régua.

No regresso, há ainda que reservar tempo para um almoço ou jantar no terraço do restaurante Conceitus. Todos os dias estão disponíveis dois menus de degustação, com quatro momentos, cada um deles pensado e executado pelo chef André Carvalho para harmonizar com uma seleção de vinhos da casa, que muda diariamente.

2. Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo

Sabrosa

Esta quinta vinhateira é uma das mais antigas do Douro, pelo que história, além de vinho, é o que não lhe falta. Os primeiros registos datam de 1725, mas desde 1999 pertence à família Amorim e, em honra da sua matriarca, foi construída a mais recente parcela do complexo, o Wine Museum Centre Fernanda Ramos Amorim. Nele estão expostas mais de 600 peças da sua coleção privada, divididas por cinco salas que percorrem todo o ciclo de produção do vinho do porto.

E se é de vinho que se fala, vale também a pena fazer uma visita guiada à adega centenária, que passa ainda pela sala das barricas e a garrafeira subterrânea, onde envelhecem os melhores vinhos, abrindo caminho para uma prova tranquila. Para os verdadeiros entusiastas há programas mais dedicados à enologia como o «Enólogo por um dia», onde o participante cria o seu próprio vinho, ou até, numa estada mais prolongada, um curso de especialização em técnicas de prova. Não estivéssemos, afinal, em terras onde o vinho é rei.

3. Herdade da Matinha

Santiago do Cacém

É preciso percorrer uma longa e empoeirada estrada de terra para chegar à verdejante Herdade da Matinha, no meio da serra, próxima da Costa Vicentina. Não é que dali se veja o mar – Porto Covo, ainda assim, está só a 25 minutos de carro –, mas também não se dá por falta dele. São muitas as maneiras de ocupar o tempo neste turismo rural sem ter vontade de pôr os pés na areia.

Quando ali chegaram, há mais de 20 anos, os proprietários Mónica e Alfredo depararam-se apenas com antigas casas de agricultores, conta Marta Castrezana, diretora-geral do hotel. A partir daí reabilitaram tudo, e assim nasceram os 22 quartos, distribuídos por três complexos e várias tipologias: mini-quarto duplo, duplos, românticos (com mais espaço e televisão), familiares (cama de casal e beliche) e suítes familiares. A Suíte Atelier, por sua vez, é um lugar especial, pois era o ateliê onde Alfredo, artista plástico, compunha as suas obras (muitas das quais decoram o hotel). E a Suíte La Sete, com 70 metros quadrados, tem kitchenette, lareira e closet.

3. Herdade da Matinha

Santiago do Cacém

Dentro dos mais de 100 hectares da herdade fazem-se passeios a cavalo, de uma hora, com passagem pela Rota Vicentina. À disposição dos hóspedes, para além passeios no campo e mergulhos na piscina, há aulas de yoga, piqueniques românticos e a possibilidade de ajudar a cuidar da horta ou de passear a Boneca, a simpática cadela que gosta de dar as boas-vindas aos hóspedes. À noite o convite é para jantar no restaurante do hotel, cujo menu varia consoante os produtos comprados diariamente.

4. Cró Hotel Rural

Sabugal

É nas margens de um afluente do rio Côa – a ribeira do Boi – que se encontram as Termas de Cró. O complexo inclui um hotel de quatro estrelas, inaugurado em junho de 2015, pensado para dar apoio a quem vai fazer termalismo como terapia. Mas não só. O hotel inclui spa, com piscina lúdica hidrodinâmica aberta a qualquer hóspede, sem necessidade de acompanhamento médico. O propósito é, também, contrariar a ideia de que as termas são só para pessoas idosas e doentes. Por isso, em querendo, o espaço termal é para aproveitar, mesmo que apenas por recriação.

O hotel, projeto do arquiteto Pedro Santos, com 30 quartos 26 duplos mais quatro suítes, veio dar nova vida ao local e aos balneários que tinham sido inaugurados alguns anos antes, em 2011. Para se perceber um pouco da história deste local, pode remontar-se à época romana – alguns achados arqueológicos sugerem que as águas eram já utilizadas nessa altura. No entanto, a referência mais antiga às águas termais data do século XVIII e foi já em 1891 que a Academia Politécnica do Porto as analisou. Nos anos 1930, construiu-se a primeira estância que incluia balneários, pensão e uma capela, a igreja de Nossa Senhora dos Milagres.

4. Cró Hotel Rural

Sabugal

Vale bem a pena fazer um passeio por esses edifícios agora em ruínas (excepto a igreja), em ambas as margens da ribeira. Mesmo abandonados espelham os tempos áureos que viveram durante os anos 1940, 50 e 60. Foi em meados dos anos 1970 que a insustentabilidade financeira votou o lugar ao esquecimento. No início do século XXI, o município do Sabugal tomou conta do espaço e começou a delinear-lhe nova vida. Os balneários recentes e o novo hotel – com arquitetura arrojada e vanguardista, perfeitamente enquadrada na paisagem, principalmente pelos jogos de reflexos – trouxeram movimento ao que estava esquecido.

A época termal começa agora em abril e estende-se até novembro. Quem não quiser fazer termalismo tem hidromassagem e de um programa de massagens o ano inteiro. No rés-do-chão encontra-se um restaurante que serve pratos de inspiração local. E quem gosta de passar uns dias em plena tranquilidade não precisa de ir mais longe.

5. Craveiral Farmhouse

Odemira

Em criança, dizia que queria ser agricultor. Não foi bem assim, mas não está muito longe. Pedro Franca Pinto encontrou em São Teotónio, na Costa Vicentina, o equilíbrio para a vida de advogado. «Este é o meu anti-stress», conta este que é um dos três proprietários do Craveiral Farmhouse, em conjunto com os seus amigos Luís Capinha e João Canilho.

O turismo rural situa-se perto de serra e mar, a poucos minutos de carro de Odemira, Odeceixe ou Zambujeira do Mar. Mas não é necessário pegar no carro para passar um fim de semana nesta herdade, onde há sempre qualquer coisa para fazer.

E por isso mesmo, este é um terreno onde se perde a noção de tempo. Os ponteiros do relógio avançam a outro ritmo, entre braçadas nas duas piscinas exteriores ou na zona de spa, onde há sauna, banho turco e piscina aquecida. Mas também com os passeios a pé pelo pomar com mais de quinhentas árvores, onde se fundem os cheiros de limoeiros, nespereiras e marmeleiros. Quem preferir, tem um novo trilho para percorrer, junto a plantas com propriedades medicinais.

5. Craveiral Farmhouse

Odemira

Ir de bicicleta até a praia de Odeceixe ou à do Carvalhal – as mais próximas, a poucos minutos –, espreitar o Centro de Interpretação da Natureza, andar de skate, fazer um workshop de cerâmica e passear no meigo cavalo Quinoa são outras atividades do Craveiral, onde também se pode interagir e passar tempo juntos de outros animais: os amigáveis burros Cravo e Ferradura, ou as inseparáveis cabras Hortelã e Canela.

No restaurante, aposta-se na produção local, em pratos como açorda de ostras e perdiz, sopa da horta e javali no forno com alecrim. No final do dia, descansa-se numa das 30 villas, para duas ou quatro pessoas, ou num dos oito estúdios para dois. A maioria tem cozinha e um alpendre com espreguiçadeiras, onde sabe bem sentar a ler um livro ou tomar um refresco. Com a planície alentejana sempre no horizonte.

6. Torre de Palma Wine Hotel

Monforte

Era um dia de chuva quando Isabel Barradas e o marido visitaram, pela primeira vez, o terreno da herdade de Torre de Palma, a dez minutos de carro da aldeia de Monforte. Estava tudo em ruínas havia mais de trinta anos. Mas aquele local, que descobriram ocasionalmente enquanto procuravam um monte para erguer uma casa de férias no Alentejo, prendeu-os desde o primeiro minuto. Quando regressaram, num dia de sol, arriscaram uma subida à torre e a vista sobre a planície apaixonou-os definitivamente. Aí tiveram a certeza de investir num projeto mais ambicioso do que uma casa de férias.

O Torre de Palma Wine Hotel abriu em 2014 como hotel rural de cinco estrelas, sob projeto do arquiteto João Mendes Ribeiro, e com séculos de história para contar. A começar pelo edifício com a tal torre, datado de 1338, época em que a propriedade pertenceu a D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis. Séculos depois, transformou-se em unidade coletiva agrícola, e as casinhas baixas dos trabalhadores de outrora são agora os quartos familiares. No edifício principal couberam outros cinco, no total de 19 quartos e suítes. A decoradora Rosarinho Gabriel deu a cada um seu nome – há o bolota, o caçador, o perdiz, o pastor, o ouriço –, cor e personalidade, numa fusão de rústico e moderno.

6. Torre de Palma Wine Hotel

Monforte

Os atributos do hotel são muitos e estão intimamente relacionados com a história da família Basili que habitou na villa romana de Torre de Palma, a 500 metros do hotel. «Nós produzimos o mesmo que eles, com uma exceção: eles tinham água termal e nós temos o spa.» Esta é a frase bem-disposta que mais se ouve por ali. O hotel é, por isso, muito mais do que o alojamento. Produz vinhos branco, tinto e rosé de sete castas, organiza visitas e provas na adega e convida os hóspedes a participar na pisa da uva. Quem for mais dado à agricultura pode ajudar o chef Filipe Carvalho a colher legumes da horta biológica ou acompanhar as compras para o restaurante Basili no mercado de Estremoz.

O Torre de Palma tem também uma piscina no meio das oliveiras, cavalos de raça lusitana para fazer passeios e aulas de equitação, uma capela, loja de produtos próprios e regionais, bicicletas para alugar. O spa, com piscina, sauna, banho turco e sala de tratamento, funciona na casa principal, e é aí também que se sobe à torre de menagem para tomar um copo de vinho ao pôr do sol, a 18 metros de altura. O Alentejo tem neste hotel um dos seus pontos altos.

7. Vale do Ninho Nature Houses

Penela

Após uma vida na cidade, Pedro Pedrosa instalou-se com a família na aldeia do xisto de Ferraria de São João. E ali abriu o projeto de turismo rural Vale do Ninho Nature Houses, para que outros pudessem desfrutar da mesma tranquilidade, rodeados de montanha e de floresta.

Ao todo, são três casas unifamiliares, nascidas de casas de pedra e palheiros do século XIX em ruínas, segundo projeto do arquiteto Pedro Brígida. A escolha faz-se entre a Casa Cuco, o Estúdio Noitibó e o Estúdio Picapau, este último aberto a animais de companhia. Não que faltem bichos com que interagir neste lugar, onde já moram três cães, dois gatos, duas galinhas e um casal de burros à espera de crias.

O contacto com a natureza é, pois, garantido. Até existe uma horta biológica que convida a deitar mãos à terra. E o conforto faz-se acompanhar de respeito pelo ambiente, porque há energia solar, reaproveitamento das águas e uma piscina natural e biológica, entre outras particularidades.

7. Vale do Ninho Nature Houses

Penela

Atividades não faltam, dentro e fora de muros, muitas delas ligadas às bicicletas. Na aldeia há um centro de BTT. E o Vale do Ninho ostenta o selo Bikotel, com bicicletas de uso livre e para alugar, assim como percursos pedestres e cicloturísticos que podem ser feitos usando, como guia virtual, uma aplicação gratuita.

Outras propostas são as oficinas, como a de fabrico artesanal de queijo, que começa com a ordenha das cabras e é acompanhada pela queijeira da aldeia. Os hóspedes também têm a possibilidade de cozer pão em forno a lenha, embora possam esperar, simplesmente, que o padeiro o leve à porta, de manhã.

Quem quiser ficar pela zona durante uma semana tem um programa especial, que consiste em percorrer sete aldeias do xisto, a pé ou de bicicleta, com passagem por praias fluviais e dormida em alojamentos de três aldeias. Ao Vale do Ninho Nature Houses juntam-se o Cerdeira – Home for Creativity, na Cerdeira, e o Mountain Whisper, em Gondramaz. O transfer das bagagens está assegurado. E a diversidade de experiências também.

8. Aqua Village Health Resort & Spa

Oliveira do Hospital

A água é o elemento-chave deste resort de cinco estrelas encaixado como «uma aldeia dentro da aldeia» de Caldas de São Paulo, assim o descreve Francisco Cruz, diretor-executivo do Aqua Village. O hotel abriu em 2016 e desde então já foi eleito Melhor Resort para Famílias na Europa, nos Haute Grandeur Global Excellence Awards, pela qualidade do spa, dos seus 39 apartamentos e serviços destinados a pais com crianças.

Aqui tudo flui em torno da água do rio Alva, que além de proporcionar uma pequena praia fluvial no verão abastece um poço de água termal a alta temperatura. A água tem propriedades terapêuticas graças à concentração de enxofre e sílica e é tida como uma ajuda para amenizar problemas de pele e de ossos.

8. Aqua Village Health Resort & Spa

Oliveira do Hospital

É essa água que corre na piscina hidrodinâmica do spa, equipado com banho turco, duche de contraste e salas de massagens. No exterior, com vista para os choupos que cobrem o rio, há outras duas piscinas, uma delas semicoberta e com a água a 38 graus. E é também entre os choupos que «levitam» duas estruturas em forma de gotas, com cinco metros de altura e três de diâmetro, onde se fazem massagens com óleos e cremes à base do mel da região. Os serviços do hotel incluem ainda ginásio, sala de cinema, kids club, bar e o restaurante Roots, montra de uma cozinha contemporânea baseada em produtos regionais.

9. FeelViana

Viana do Castelo

O FeelViana é um hotel luxuoso, mas descontraído, pensado para apaixonados pelo desporto. Destaca-se desde logo pela localização privilegiada, visto estar integrado no pinhal da praia do Cabedelo, a poucos passos das ondas.

Neste quatro estrelas acolhedor – muito graças às madeiras que ajudam a enquadrá-lo na paisagem – há 46 quartos, nove bungalows e um sports center que convida à prática de diversas modalidades. Num território feito de mar, rio e montanha, não faltam propostas para umas férias ativas.

As atividades náuticas estão em destaque. A presente época de vento torna a Páscoa especialmente propícia para fazer windsurf e kitesurf, havendo já aulas programadas. E neste mês está prevista a inauguração, no rio Lima, do wake park, um equipamento único no Alto Minho, que vai permitir a prática de wakeboard e wakesurf, duas novidades, e também de stand up paddle e windsurf.

9. FeelViana

Viana do Castelo

Quem preferir exercitar-se em terra tem atividades ligadas, por exemplo, à bicicleta. Este é também um Bikotel, ou seja, tem condições adequadas para ciclistas, que ali encontram 21 trilhos, de estrada e de BTT, a fazer com guia ou alugando um GPS. Há ainda ginásio, com possibilidade de treinos personalizados, aulas de yoga e pilates. E os hóspedes que queiram apenas descanso têm acesso a vários tipos de massagens e tratamentos no spa, bem como às piscinas – duas, uma interior, outra exterior.

Num lugar frequentado por tantos desportistas, não poderia faltar um pequeno-almoço energizante – tal como são as refeições no restaurante FeelViana, liderado pelo chef Paulo André, que propõe cozinha de autor em doses generosas. No próximo dia 21, há almoço de Páscoa, cujo menu inclui, entre outros pratos, cabrito assado, bacalhau confitado com cebolada de pimentos, entradas e buffet de sobremesas, e que custa 50 euros por pessoa.

Quem preferir opções mais simples e mais em conta tem ainda a Taberna, com bar integrado. Vale a pena parar lá também para saborear os cocktails e as sangrias, que o descanso sabe ainda melhor de copo na mão.

10. Casas do Côro

Mêda

O que começou por ser «um passatempo para mudar de vida aos fins de semana», acabou por se tornar um importante e completo projeto de turismo rural em Marialva, uma das doze localidades que pertencem à rede de Aldeias Históricas. A aventura começou há 18 anos, quando o casal Paulo e Carmen Romão, ele empresário têxtil, ela com origens familiares na região, reconstruíram uma ruína ao lado do castelo.

Foi o primeiro núcleo das Casas do Côro, que hoje conta com treze casas, restaurante, spa, piscina e vinhas – que deram já origem a um vinho de marca própria. «O que me inspirou foram as pedras», conta Paulo, que conheceu o local, em 1996, quando os pais de Carmen quiseram construir casa e o casal acabou por lá ir passar uns dias. Rapidamente se apaixonaram por esta aldeia beirã de traços medievais.

A cidadela amuralhada e desabitada, com a torre de menagem ainda de pé, remonta aos séculos XII e XIII. Dali, avista-se o rio Côa e o início da Meseta Ibérica, ponto estratégico de defesa do território. Já antes, tinham passado por lá lusitanos, romanos, muçulmanos, até que aconteceu Portugal.

10. Casas do Côro

Mêda

Hoje, em tranquilidade campestre, o passado imprime charme ao presente. Foi sobre estas ruínas com história que as Casas do Côro foram ganhando forma, com projeto do arquiteto Pedro Brígida. Tudo com cuidados que são entregas diárias aos pormenores. Sejam os canteiros de flores bem tratados, a elegância e funcionalidade do spa ou mesmo a camioneta de caixa aberta que leva os hóspedes para festas sunset no meio da vinhas, ao som de uma canção original de Kátia Guerreiro, Fado da Camionete.

A fadista não é a única hóspede famosa que acabou por contribuir para o projeto. O produtor de vinhos Dirk Niepoort instigou o casal a comprar vinhas – já vão em 14 hectares – e hoje produz o premiado Casas do Côro. Nada melhor que bebê-lo no sossego das vinhas.