Escolher e pagar a refeição no telemóvel: o regresso aos restaurantes com a Zomato

A aplicação para descobrir sítios para comer e beber quer ter mil restaurantes aderentes ao Contactless. (Fotografia: Filipe Vera Cruz/DR)
É a digitalização em curso: em breve, vai ser possível pedir uma refeição e pagá-la num restaurante sem lidar diretamente com os funcionários, graças a uma nova funcionalidade criada pela Zomato.

A nova funcionalidade Contactless By Zomato chega numa altura em que o distanciamento social é imperativo, mas especialmente desafiante em espaços de alguma aglomeração de pessoas, como os restaurantes. Foi criada para facilitar a vida a todos – clientes, empresários e funcionários -, através de uma desmaterialização dos pedidos habitualmente feitos a partir de um menu físico, e espera-se que esteja disponível já a partir de 18 de maio, dia de reabertura dos restaurantes. A perspetiva da aplicação é ter a ferramenta ativa em “cerca de mil espaços em Lisboa e no Porto”, segundo Nuno Fernandes, responsável de Marketing e Parcerias da Zomato.

Em causa está uma digitalização de todo o processo de interação no estabelecimento. Com recurso ao seu telemóvel, cada cliente faz a leitura de um QR code (um código de barras bidimensional) que está colado na mesa e inicia sessão dentro da aplicação, acedendo ao menu digital do restaurante. A novidade, aqui, é que dá para selecionar cada item (entradas, pratos, sobremesas e bebidas) individualmente, como acontece nas conhecidas aplicações de encomendas. Alguns itens serão até personalizáveis (para pedir um bife mal, médio ou bem passado, por exemplo). Depois, a aplicação comunica com o sistema de gestão do restaurante e o pedido começa a ser preparado, até ser servido.

(Imagem: DR)

O facto de cada pessoa interagir apenas com o seu telemóvel transmite uma sensação de segurança e tranquilidade, acredita Nuno Fernandes. E permite, acima de tudo, minimizar “o contacto com objetos que são normalmente manuseados por várias pessoas, ao remover a sua necessidade de utilização” – caso das ementas, que são levadas à mesa várias vezes, e dos terminais de pagamento por Multibanco, por exemplo. Fora deste processo ficam também os funcionários, que por terem de se dirigir menos vezes a cada mesa, poderão alocar tempo no reforço da higiene e desinfeção do espaço e dos utensílios, sublinha o responsável.

O objetivo “passa por ter mil cerca de espaços a funcionar no arranque [do Contactless By Zomato], entre Lisboa e Porto”, no dia 18 de maio, adiantou Nuno Fernandes. Mais tarde, a funcionalidade deverá chegar aos restaurantes situados no Algarve. A Zomato tem 26 mil negócios registados na aplicação, a nível nacional, e desses, apenas cinco mil estão atualmente ativos, a fazer refeições para venda em take-away ou entregas ao domicílio. A funcionalidade de pedir em modo de take-away (recolha no restaurante) na aplicação foi lançada há uma semana e conta com 300 restaurantes disponíveis em Lisboa e no Porto, e outros em processo de registo.

O uso de máscara, a lavagem das mãos e o distanciamento social são as normas da Direção-Geral da Saúde que todos devem cumprir neste período.

A aplicação permitirá também o pagamento da refeição de forma digital, o que dispensará o gesto de passar o cartão na máquina e digitar o código. O documento oficial com as normas de higiene e segurança que os restaurantes terão de cumprir no âmbito da prevenção de Covid-19 ainda não é conhecido – a pouco mais de uma semana da reabertura, anunciada para 18 de maio -, mas a Zomato acredita que esta ferramenta poderá ser uma valiosa ajuda, uma vez que o contacto com objetos muito tocados deve ser limitado e, quando tal não é possível, a desinfeção imediata. Certo é que cada espaço terá de reduzir a lotação para metade e distanciar as mesas entre si.

No website da Zomato lê-se ainda que a aplicação irá ter novas funcionalidades para ajudar os restaurantes a “reportar as práticas de segurança e higiene implementadas” no âmbito das medidas de combate à pandemia de Covid-19. Se é verdade que esta revolução digital em curso tem digitalizado em muito as experiências de consumo, também é certo que tem sido a salvação para muitos negócios que, de portas fechadas temporariamente, apostaram nos canais digitais para manter clientes e receitas.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend