Ponte de Lima: Ficar entre vinhas de copo na mão

Em Moreira do Lima, no vale do rio Estorãos, a família Amorim converteu duas casas do século XV em alojamento turístico, a Casa da Cuca, e iniciou-se na produção de vinho, com a recuperação das castas autóctones cainho e galeguinho na mira. Por lá, não falta ruralidade, paisagem bonita e ar puro a acompanhar o vinho da casa.

«A casa está totalmente equipada. Neste momento, se quiser ir para lá viver só precisa de levar a roupa pessoal», avança José Amorim, um dos sócios deste projeto familiar que inclui duas casas de alojamento rural – a Casa da Cuca e a Casa da Cuquinha – e uma pequena produção de vinho. São dois temas que se completam, o do turismo e o da vinha. Estar na Casa da Cuca junto à piscina, a olhar a serra, com os pés na água e um copo de verde branco Da Cuquinha na mão é um daqueles momentos em que se pensa «eu poderia viver aqui!». Como diz José, «Bastava trazer a roupa».

A história deste projeto começou há quase duas décadas com a reconstrução da que hoje se chama Casa da Cuquinha, datada do século XV. Tem dois quartos, uma cozinha tradicional e uma salinha cuja biblioteca tem vindo a ser alimentada por todos os que por ali passam. À época, quando inaugurou, chegavam à propriedade hóspedes estrangeiros, apaixonados pela tranquilidade daquele ambiente rural e convencidos pela proximidade de Ponte de Lima aos aeroportos de Vigo e Porto.

Aliás, estes continuam a ser dos principais motivos para que cada vez mais turistas descubram a região. Anos mais tarde, com experiência conquistada, a família Amorim reconstruiu a segunda habitação, também secular, para a transformar em alojamento turístico, com três suítes, uma grande cozinha com zona de refeições e sala de estar com uma pequena garrafeira que acomoda os vinhos da casa. Se a Cuquinha é mais pequena e tradicional, a Cuca é contemporânea e espaçosa. Cada uma tem o seu jardim, a sua piscina, o seu ADN.

Em comum têm a liderança. Ambas pertencem ao mesmo projeto de família, de perseverança e de amor por Moreira de Lima. «Somos parceiros. A minha função é ajudá-los a conhecer o mundo rural que está esquecido.» Carlos Amorim, ex-professor e agricultor em part-time, é o patriarca que, com orgulho, vê o interesse dos filhos na vinha e na recuperação de duas castas autóctones, cainho de Moreira do Lima e galeguinho, hoje minoritárias e desde sempre pouco produtivas. Este interesse ganhou forma quando Carlos pôs à consideração dos filhos dois destinos possíveis para os terrenos da família: carvalhos ou vinho com marca própria?

Sandra e José Amorim abraçaram o desafio que lhes falou ao coração: «Queremos fazer alguma coisa pela nossa freguesia; com esta marca de vinho queremos que as pessoas conheçam Moreira do Lima.» Em 2013 fizeram um «teste de boca com os vizinhos». Um ano mais tarde, alugaram uma adega, contrataram um enólogo e seguiram caminho, salvaguardado pela experiência do pai que, por ter sido presidente da junta durante 17 anos, é conhecedor de um vasto património vitivinícola que agora, juntos, querem recuperar. Entre turismo, vinho e as profissões de cada um, nem sempre é fácil conciliar agenda e, sobretudo, expectativas. Neste puzzle familiar e empreendedor falta mencionar uma peça que, por unanimidade, é considerada fundamental: Madalena Amorim, mãe e «apaziguadora disto tudo».

 

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