Ovar: azulejos e pão de ló em época de Carnaval

A cidade de Ovar é conhecida, entre outras coisas, pelo seu pão de ló, os azulejos das suas fachadas - autêntico museu a céu aberto - e o seu animado Carnaval, vivido intensamente pelos ovarenses. Por esta altura do ano, quem for visitar a cidade pode usufruir dos três.

Há pouco mais de um ano, a autarquia criou o projeto «Rua do Azulejo», um percurso onde se fica a conhecer as fachadas de azulejos das casas, das igrejas, dos restaurantes e até pelos passeios. Inclui também o tribunal, cujo primeiro juiz foi o pai do escritor Eça de Queiroz, onde a fachada ostenta painéis alusivos ao mar – um tema que se compreende neste concelho com 14 quilómetros de costa, que terá aderido ao revestimento cerâmico das fachadas por influência da população que emigrou para o Brasil, tornando-as mais bonitas e resistentes à humidade.

No posto de turismo (edifício dos Paços do Concelho) é possível agendar previamente uma visita guiada gratuita, em horário a combinar. A viagem percorre essencialmente o centro histórica de Ovar, passando pelas ruas Dr. José Falcão, Cândido dos Reis, Heliodoro Salgado, 31 de janeiro, Luís de Camões e Alexandre Herculano, ao longo de uma hora e passando por 19 fachadas.

No posto de turismo (edifício dos Paços do Concelho) é possível agendar previamente uma visita guiada gratuita

Há muito para ver, já que o valor desta coleção está na sua diversidade e concentração num pequeno espaço, encontrando-se no caminho uma grande variedade de motivos geométricos e florais, desde o estilo Arte Nova até à influência pombalina, e de todas as cores – do tradicional azul e branco aos tons garridos.

Ao fim de alguns passos, compreende-se por que razão Ovar adotou o cognome de «Cidade Museu do Azulejo», enquanto se aprende, através dos guias que acompanham os visitantes, quais as técnicas de decoração usadas. E se vai entranhando vocabulário como estampilhagem semi-industrial, a estampagem industrial e o relevo, técnica esta que obrigava a usar moldes.

Os azulejos de Ovar eram, contudo, produzidos mais a norte, nas fábricas de cerâmica de Vila Nova de Gaia – a maior parte deles nos séculos XIX e XX – como a das Devesas, do Carvalhinho ou ainda, no Porto, a de Massarelos. Nos catálogos destas indústrias, os clientes podiam escolher motivos portugueses ou ainda seguir as modas de outros países, como a França e a Holanda.

Aquele que se pensa ter sido um dos primeiros painéis de azulejos na cidade encontra-se na última casa da Rua Cândido dos Reis

Aquele que se pensa ter sido um dos primeiros painéis de azulejos feitos em fachadas da cidade, encontra-se na última casa da Rua Cândido dos Reis, junto à praça da República. Este painel terá sido produzido no ano de 1825, com pintura à mão livre e estampilhagem.

Mas a visita não termina aqui, já que no final se convida quem deitou pés ao caminho que deite também mãos à obra no Atelier de Conservação e Restauro que a Câmara instalou na antiga fábrica de papel do Casal – junto ao troço do rio Cáster (a antiga casa onde Júlio Dinis se inspirou para escrever alguns dos seus romances).

Esta oficina pode ser frequentada no final da visita, ou independentemente dela, por grupos de todas as idades. Quem quiser conhecer os azulejos sem guia, também o pode fazer, pedindo no posto de turismo um pequeno livro, com o mapa e informação sobre cada uma das 19 fachadas do percurso.

 

Comer & Comprar

D’Aurora

Ótimos pratos de peixe, com uma vista de mar ao fundo. É assim no D’Aurora, um restaurante familiar, gerido pelos irmãos Paula e Amadeu, que lhe deram o nome da mãe. A história do restaurante, contudo, começou com a avó Emília que, curiosamente, gostava mais de cozinhar carne. Com Aurora e os filhos, a carta começou a privilegiar o peixe e o marisco frescos, comprados nos mercados locais. A casa foi redecorada no ano passado, com motivos marítimos e um toque rústico. Entre a esplanada do D´Aurora e o mar, há apenas um passeio pedonal e o areal de Cortegaça.

Pão de Ló São Luiz

Entrar na loja não é só uma oportunidade de comprar o famoso doce de Ovar, mas também uma viagem pela história. Este negócio de família começou por volta de 1780, o que o torna o mais antigo da cidade. Hoje são mãe e filha, Rosa Pilreira e Maria de São Luís, quem dá a cara ao balcão. Na parede, exibe-se uma antiga caixa com lacre onde o doce de ovos era embalado para oferta de Páscoa ou Natal e o pai de Maria escreveu um livro com histórias deste pão de ló, contando por exemplo como se conseguiam os ingredientes em tempo de escassez. Recorde-se que o pão de ló de Ovar foi recentemente certificado pela União Europeia, mas o segredo continua só de quem o faz.

D’Ovar Artesanato

O espaço aberto ao público por António e Clementine Gomes, privilegia peças criadas por artistas de Ovar ou arredores, todas ligadas à identidade da região. Na loja, encontram-se azulejos e peças decorativas, acessórios de moda, brinquedos, vinhos e doces.

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