O espelho de água da piscina de rebordo infinito parece fundir-se com o mar, dando origem a uma tela tão azul quanto o Atlântico que banha a ilha da Madeira. A ilusão de ótica já é conhecida, mas atrai sempre quem quer dar um mergulho debruçado sobre as escarpas verdejantes e o mar que rodeia o Saccharum Resort. A festejar oito anos, este hotel do grupo Savoy Signature encaixou-se no lugar respeitando a sua história e natureza, e a partir delas continua a elevar os padrões de luxo.
O nome Saccharum, “açúcar” em latim, conta a história deste sítio que em tempos foi um engenho de cana-de-açúcar, conforme mostra uma fotografia dos anos 1970 na Galeria 1425 (que recria, com maquinaria antiga, o ciclo de transformação dessa cultura agrícola). Foi nesse ano que o Infante D. Henrique introduziu a espécie na ilha, importando-a da Sicília. Hoje, a cana-de-açúcar é usada para produzir mel e aguardente de cana, um dos ingredientes-chave da poncha à pescador tradicional.
Quem entra pela primeira vez no Saccharum familiariza-se facilmente com o tema. Há tapeçarias com padrões a imitar os pisos fabris, uma piscina interior a lembrar os tanques de mel em cor cobre e artefactos industriais a adornar corredores e zonas de lazer. As paredes com aspetos em pedra e os tons escuros, equilibrados com uma iluminação cénica, marcam também os interiores, concebidos pela designer funchalense Nini Andrade Silva em colaboração com o ateliê RH+ Arquitectos.
O hotel tem transformado faseadamente alguns espaços comuns e vários quartos e suítes – 243 no total – realçando as suas linhas contemporâneas e trazendo as cores verde, terra, ferrugem e cobre para o interior. Algumas das suítes mais recentes têm uma piscina na varanda, mas seja qual for a tipologia escolhida, todos os hóspedes podem comprar o pacote Premium Experience, que dá acesso a camas balinesas no Calhau Beach Club, pequeno-almoço numa sala exclusiva, entre outras regalias.
A temática da cana sacarina estende-se à restauração, conduzida por Raúl Ferreira sob alçada do chef executivo do grupo Carlos Gonçalves. O Trapiche, em cima da piscina principal, ganhou pratos mais frescos e leves, por exemplo, mas há ofertas gastronómicas para todos os gostos. O pescado e marisco locais, as frutas como a banana e o maracujá, e a batata-doce são produtos-estrela que se juntam às ervas aromáticas e legumes plantados na pequena horta do chef, num patamar do hotel.
Na vertente de bem-estar, os hóspedes podem usufruir do spa com sauna, fonte de gelo, banho turco, duches sensoriais e salas de relaxamento pós-tratamentos, e um ginásio. O ambiente escuro e tranquilizante convida a abrandar o ritmo, mas é o mar logo ali, a poucos passos, que revigora o corpo com a sua temperatura amena.
Longitude : -8.2245