Altis Grand Hotel comemora meio-século de existência a sentir o pulsar de Lisboa

O Altis Grand Hotel foi onde tudo começou há 50 anos. A data é celebrada a 17 de novembro. (Fotografia: DR)
A comemorar meio século, o Altis Grand Hotel continua a provar porque é uma referência na hotelaria nacional. Nele pernoitam figuras internacionais, festejam-se eleições e parte-se à descoberta da cidade, graças ao compromisso da família Martins.

De passagem pelo mezanino do átrio do hotel, o diretor Luís Monteiro apressa-se a justificar os fios elétricos salientes no teto. “Estamos a colocar uma nova decoração. Temos feito algumas remodelações, mas não podemos mexer muito sob pena de o hotel perder a identidade e há clientes que gostam de o encontrar desta maneira”. É verdade. Passaram 11 anos desde a última grande remodelação, que incluiu todos os quartos e suítes e áreas comuns, e o Altis Grand Hotel conserva o seu charme.

Inaugurado a 17 de novembro de 1973, este cinco estrelas é considerado um ícone da hotelaria lisboeta, encabeçando um grupo de cinco hotéis fundado por Fernando Martins e pelos filhos Raúl Martins e Maria Júlia Valente Rodrigues. Atualmente, é liderado pela terceira geração da família, o que o torna um dos poucos grupos de gestão personalizada ainda em atividade. E enquanto sopra as 50 velas em Lisboa, está a preparar a estreia na Invicta, prevista para o início do próximo ano.

A terceira geração da família Martins está agora à frente dos destinos do grupo. (Fotografia: DR)

O hotel te 295 quartos, dos quais 15 suítes e uma suíte presidencial. (Fotografia: DR)

Vocacionado para os negócios, congressos e eventos, o Altis Grand Hotel tem cruzado a história contemporânea do país – como quartel-general do PS nas noites eleitorais ou mesmo da comitiva do Futebol Clube do Porto, em virtude da longa relação de amizade entre Pinto da Costa e o patriarca da família. Figuras internacionais, embaixadores, câmaras de comércio e palestrantes optam por este hotel para ficar hospedados, provando que se mantém uma referência.

No verão aligeira um pouco a formalidade, acolhendo hóspedes ávidos de correr a calçada de Lisboa numa escapadinha ou em férias. Aí, a localização é um trunfo. Quem pisa a carpete do átrio pela primeira vez é recebido com um sorriso e auxílio para carregar as malas até ao balcão do check-in. Por cima, estica-se a “Alvorada” de Luís Filipe Abreu, uma tapeçaria de lã de Portalegre tão antiga quanto o hotel e as esculturas de ferro e latão de Figueiredo Sobral que decoram as áreas comuns.

Artur Caldas é o chefe de sala do Grill Dom Fernando e uma referência no serviço de sala. (Fotografia: DR)

As gambas Altis são um ex-líbris do serviço de sala. São feitas num carrinho quente que é levado até à mesa. (Fotografia: DR)

“Nenhum dia é igual, e nós temos de saber ler as diferenças subtis entre os clientes. O cliente do almoço é muito formal e vem trabalhar, enquanto os clientes da noite já estão mais disponíveis para conversar sobre o dia que tiveram”, conta Artur Caldas, conhecido por todos ali como chefe Caldas. Aos 59 anos, soma 21 dedicados ao Altis, tendo abraçado a profissão aos 14 quando se mudou de Arcos de Valdevez para Lisboa, para ser mecânico. “O patrão morreu e vim para a hotelaria”, resume.

Maître e sommelier do Grill Dom Fernando – o restaurante de fine dining no 12.º piso -, esteve 10 anos embarcado em navios de cruzeiro, passou por casas renomadas e é hoje uma referência no serviço de sala, que o menu assinado pelo chef Alexandre Gomes incentiva a brilhar. O ponto alto acontece sempre que leva o carrinho quente à mesa, seja para flamejar as gambas Altis em conhaque e servi-las com arroz árabe; seja para preparar os clássicos crepes Suzette, quase em vias de extinção.

Os crepes Suzette são outro dos clássicos que o Altis não deixa esquecer. (Fotografia: DR)

Para queimar calorias existe o Gspa, com salas de tratamento, ginásio e piscina, entre outros serviços. (Fotografia: DR)

O serviço de sala flui silencioso e atento ao detalhe enquanto o chef termina alguns dos pratos mais célebres e pedidos: o linguado meunière com manteiga noisette e legumes e o tornedó D. Fernando com batata gratinada de cebola caramelizada e alho francês. Chef executivo, Alexandre lidera há quase oito anos as cozinhas do hotel: no Grill Dom Fernando trabalha produto e tradição, e no bistrô Rendez Vous apresenta receitas como o icónico risoto de sapateira, mais rápidas e internacionais.

Seja qual for a hora, há que guardar espaço para o pastel de nata feito pelas mãos do chef pasteleiro Fernando Freitas, que ali trabalha há 44 anos. O doce é apenas uma amostra do afinco da equipa composta por quase 230 pessoas. Afinal, trata-se de uma pequena cidade com 295 quartos e suítes, uma suíte presidencial, quatro bares e um spa com salas de tratamento, sauna, banho turco, jacúzi, piscina interior e ginásio aberto 24h. Os 50 anos de história serão celebrados com várias iniciativas.


O Gaveto em Lisboa

Nos dias 29, 30 e 31 de março, alguns dos pratos mais famosos do Restaurante O Gaveto, em Matosinhos – como a lampreia à bordalesa e o bacalhau à Braga – vão estar disponíveis no Grill Dom Fernando, ao almoço e ao jantar. O menu custa 60 euros/pessoa (com bebidas). A terceira semana gastronómica do Grill Dom Fernando acontecerá nos dias 26, 27 e 28 de abril.


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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua Castilho, 11 (Avenida da Liberdade), Lisboa
Telefone
213106000
Custo
(€€) Quarto duplo standard a partir de 190 euros/noite; suítes a partir de 300 euros/noite (inclui sempre pequeno-almoço)

Website

GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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