Esta rua, imponente porém discreta, é uma via generosa para a observação do rio Douro e paisagens de Porto e Gaia. A sua construção data do século XIX, altura em que a cidade era esventrada em nome dos melhoramentos públicos. Não é fácil encontrar referências históricas sobre esta artéria que terá sido o berço da conhecida marca de cerveja Cristal. Segundo o blogue Cidade Surpreendente, saído da pena de Carlos Romão, a bebida era produzida pela Fábrica de Cerveja Leão, que em 1890 foi incorporada, com outras seis fábricas de cerveja do Porto, na Companhia União Fabril Portuense, empresa que está na origem da atual Unicer.
Da mesma fonte surge outra curiosidade: «obra de difícil concretização, cavada em socalco na encosta do íngreme e pedregoso Monte da Marca, esta rua vai permitir em 1873 a circulação dos carros da primeira concessionária de transporte de passageiros e mercadorias, a Companhia Carril Americano do Porto à Foz. Em 1895 por aqui passará o primeiro carro elétrico da Península Ibérica». Os elétricos ainda por lá circulam. Quando se chega ao fim da rua, no Cais das Pedras, vale a pena seguir na marginal para fazer uma visita ao Museu do Carro Elétrico. Abre todos os dias, das 10h00 às 18h00.
Se há coisa que não falta na rua da Restauração são belos edifícios de carácter burguês. Um deles é a Casa do Vinho Verde, que em meados do século XIX foi considerada a casa mais luxuosa da cidade. Também aqui residiu João Francisco Allen, um dos fundadores do Banco Comercial do Porto e da Associação Comercial que era também um grande colecionador de arte. O seu espólio viria a constituir o núcleo do futuro Museu Soares dos Reis.
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