Para recuar aos inícios da história da francesinha, uma visita ao Majára é bem esclarecedora. Nas paredes, encontram-se os passos que levaram, em 1970, a histórica sanduíche a instalar-se em Matosinhos. É que um dos fundadores deste restaurante-marisqueira, José Silva, trabalhou com Daniel David Silva, que nos inícios dos anos 60, na Regaleira, inventou a sanduíche, inspirado no croque monsieur francês.
Depois, José Silva, “a única pessoa ainda viva que trabalhou com o Daniel”, levou a receita para o Mucaba, o snack-bar em Gaia que popularizou a francesinha nos anos que se seguiram. “Em 1970, quando o meu tio abriu com outros sócios o Majára, trouxe a francesinha original, em pão bijou, com carne de lombo assada, com o molho como o fazia antes”, conta Jorge Rocha, agora à frente do espaço. Nada mudou na receita até agora, garante. E a gamba que coroa a sanduíche é a assinatura da casa.
Para Jorge, a bebida ideal para a francesinha continua, como naquele tempo, a ser a cerveja. Mas quando lhe pedem um vinho para acompanhar a dita, serve o Messala, blend de Alvarinho e Trajadura, da região dos Vinhos Verdes. É “frutado, muito equilibrado, elegante e com uma acidez suave”, diz. “Para acompanhar uma comida quente e picante tem de ser um vinho fresco, por isso, nada melhor do que um Verde branco”, considera.
E este serve para as várias francesinhas que o Majára hoje em dia serve. A de sempre, francesinha à Majára, com fiambre, mortadela, salsicha fresca e linguiça da Leandro, carne assada e queijo; a especial, com bife em vez de carne assada, ovo e batata; uma especialíssima, com carne assada e bife; e a especialíssima top, com bife de lombo.
“A principal diferença entre a nossa francesinha e as das outras casas é o molho original. Para fazermos 50 litros de molho, demoramos quatro horas, leva uma infinidade de coisas e é sempre feito pela mesma pessoa”, conta Jorge Rocha.
Vinho
Messala
Região: Vinhos Verdes
Castas: Alvarinho e Trajadura
Preço: 16 euros
Longitude : -8.2245