É no espaço de um antigo armazém de retém de vinhos, no centro do Porto, que fica o novo Tokkotai, restaurante de cozinha japonesa que lança um olhar criativo sobre as técnicas tradicionais. Dessa “colisão” nascem propostas saborosas e delicadas, que chegam à mesa de forma sequencial, como num desfile, explica Hélder Moura, um dos sócios – por trás do projeto está um grupo de empresários portuenses. Tudo é feito no momento, com base numa gama de peixes e mariscos alargada: além dos habituais atum e salmão, as peças podem incluir cavala, enguia, polvo, lula ou ouriço do mar, bem como outros elementos, da trufa ao foie gras. Surgem muitas vezes em duplas, que ali foge-se dos combinados.
O objetivo é proporcionar uma experiência. Por alguma razão se foi buscar uma equipa de 20 pessoas à cidade brasileira de São Paulo, que dá cartas na cozinha japonesa. São profissionais de sushi bar, cozinha quente, bar e sala que, além de trabalharem juntos há muito tempo, “sabem fazer coisas diferentes” das que se costuma ver por estas paragens, segundo Hélder. Não duvida: “Pode vir aqui quatro ou cinco vezes e ter sempre experiências diferentes, comer em frente ao chef ou numa sala mais reservada”.
O camarão-tigre asiático é uma das apostas da carta. (Fotografias: DR)
As vieiras grelhadas do Tokkotai.
Além de haver cerca de cem lugares distribuídos por diferentes atmosferas, a ementa é extensa. Escolhe-se entre uma variedade de entradas e carpaccio, antes de avançar para o sushi, e aqui há temakis, nigiris (tradicionais, flamejados, trufados ou com foie gras), batera (sushi prensado), uramaki e hossomaki, não esquecendo os especiais Tokkotai, que reúnem criações mais arrojadas, como wagyu com foie gras e trufa negra, ou tentáculo de polvo com miso. Não faltam opções também no sashimi, assente em espécies como o atum Bluefin, o pargo, o robalo, o linguado ou a vieira. Na lista cabem ainda tempura, caviar, pratos quentes e mesmo veganos, assim como sobremesas. Vinhos, cocktails de autor e várias outras bebidas completam a oferta, que inclui DJ noite dentro à quinta, à sexta e ao sábado.
A apresentação cuidada é comum a todos os pratos, alguns dos quais são servidos numa pedra de sal rosa dos Himalaias, mas a estética vai além da mesa. O design de interiores tem a assinatura de Paulo Lobo, com alguns apontamentos do artista plástico Francisco Laranjo – por exemplo, os biombos na sala Byōbu. Ao todo, são cinco salas. As outras chamam-se Izakaya (onde está o bar); Sushi Bar (com um balcão que permite ver o sushiman a trabalhar); Wine Cellar (com garrafeira); e, por fim, Pateo, a esplanada que liga o Tokkotai ao Tokko, restaurantes irmãos, mas independentes (ler caixa). Enquanto este último abre de dia, o Tokkotai funciona só à noite – daí ter a lua como símbolo.
A zona de bar.
O novo restaurante nipónico da Invicta.
O irmão mais descontraído
Dentro da mesma família, acabam de nascer dois irmãos bem distintos: o Tokkotai e o Tokko. Centram-se ambos na cozinha japonesa, partilham o produto e a equipa, têm design de interiores a cargo de Paulo Lobo, mas as semelhanças acabam aí. Enquanto o Tokkotai propõe jantares sofisticados, num ambiente intimista, o Tokko é um espaço diurno, descontraído, com combinados e outras sugestões pensadas para almoços mais casuais e por valores mais acessíveis. Com entrada pela Rua Ferreira Borges, funciona todos os dias, das 12h às 15h30, disponibilizando ainda serviços de takeaway e entrega ao domicílio.
Longitude : -8.2245
