Porto: o primeiro local especialista em alheiras

Francesinha, calzone de alheira e bacalhau com crosta de alheira são algumas das novidades da carta primavera-verão da Tabafeira, no Porto. O restaurante abriu em 2016, pelas mãos de Ana Clara e André Azevedo, empenhados em mostrar a versatilidade do enchido transmontano.

A ideia surgiu na encarnação anterior do espaço, uma pastelaria artesanal que, ao almoço, servia algumas refeições ligeiras, também a cargo de Ana e André. Como as refeições corriam cada vez melhor, o casal começou a ponderar uma reformulação da casa. «Sempre que o prato do dia era alheira, era um sucesso», garante Ana, contando que os clientes até diziam «qualquer dia isto vira a casa da alheira». Dito e feito.

Em três semanas, com algumas alterações e mais pessoal, nascia a Tabafeira, “o primeiro restaurante dedicado às maravilhosas alheiras”.

O nome anuncia logo a especialidade da casa (tabafeira, em mirandês, significa alheira), que aqui chega diretamente de Mirandela, assim como o pão, não porque o casal tenha raízes na terra, mas porque aprecia os produtos.

Na nova estação, e ao quarto menu, a Tabafeira continua a provar que a alheira pode ser servida de formas múltiplas e surpreendentes. André é o responsável pela cozinha e diz que a sua grande missão é «desconstruir o conceito de que a alheira é um prato pesado e só é boa cozida com grelos e batata ou frita com um ovo estrelado». Até porque, garante, «se o bacalhau tem 1001 maneiras de se cozinhar, a alheira tem 999».

«Tentamos ajustar os pratos às estações e até agora tem sido muito gratificante e desafiante conseguir sempre fazer alguns pratos diferentes dos outros», diz o chef André Azevedo.

Uma das mais recentes sugestões é a salada de alheira, que, além daquele enchido transmontano, leva canónigos, tomate cereja, sultanas, laranja do Algarve, cebola frita e molho de iogurte. E que, à semelhança da calzone também pode ser servida em versão vegetariana, com uma alheira feita de pão, espargos e cogumelos. «Há quem coma e diga que não parece vegetariana», comenta Ana, adiantando que tem tido «uma aceitação muito grande», mesmo por parte de não vegetarianos.

«Tentamos ajustar os pratos às estações e até agora tem sido muito gratificante e desafiante conseguir sempre fazer alguns pratos diferentes dos outros», prossegue o chef, que é responsável também pela seleção de vinhos, tintos e brancos, do Alentejo e do Douro, enquanto os verdes são da zona do Minho. Todos são personalizados com o rótulo da Tabafeira.

A carta, estreada em abril, abre mão de pratos de aconchego, condizentes com o frio, como risoto ou açorda de alheira, e introduz propostas mais leves, à medida do calor que se adivinha. Mesmo a francesinha – que contém alheira picante, linguiça fresca, salsicha fresca, queijo e molho – segue essa linha, ao ser servida só com uma fatia de pão (de Mirandela, claro).

A francesinha de alheira é uma das apostas da nova carta da Tabafeira. (Fotografia: DR)

Entre as propostas mais recentes contam-se ainda o ninho de alheira (com alheira de aves, massa Kadaif, queijo de cabra, bacon e mel, acompanhado por arroz malandro de tomate) ou a tartelete de alheira com queijo de cabra e mel. Vêm juntar-se a outras com mais tempo de casa, porque a Tabafeira, atenta às indicações e preferências dos clientes, recuperou alguns pratos, e outros nem chegou a tirar do menu – caso do cachorrinho de alheira.

Há pratos que regressam e outros nem chegam a sair do menu, que é alterado em função da estação do ano – tudo para atender aos pedidos dos clientes.

Os apreciadores da Tabafeira doce, uma sobremesa de colher feita com pão, açúcar, gemas de ovos e polvilhada com canela e amêndoa, também podem ficar descansados, porque sobreviveu à mudança sazonal da ementa. ainda a assinalar os regressos da Mirandesa, um prato composto por alheira de Mirandela, grelos, batata palha e ovo cozido a baixa temperatura, e do cogumelo Portobello recheado com alheira e ovo, que tem espargos e uma fatia de pão tostada a acompanhar.

Os pedidos dos clientes também foram tidos em conta na hora de renovar a carta. «Ainda não tinha feito francesinha de alheira, mas tinha várias pessoas a pedir», comenta André Azevedo. Desejo concedido, finalmente.

Ao almoço, há sempre refeições económicas, entre cinco e sete euros.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua Morgado Mateus, 9 Porto (Bonfim)
Telefone
225371570
Horário
Das 12h às 15h e das 19h30 às 23h (sábado, das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h). Encerra segunda e terça ao jantar e domingo todo o dia.
Custo
(€) 15 euros


GPS
Latitude : 41.1465741
Longitude : -8.601629000000003

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