Bruno Caetano Oliveira cresceu rodeado do que a terra e o mar têm de melhor para oferecer. “A infância na Costa da Caparica foram os melhores anos da minha vida”, conta à “Evasões” o chef executivo do hotel Valverde, na Avenida da Liberdade. Ia à praia da Riviera dar mergulhos com os amigos e no regresso a casa passava pelas hortas dos vizinhos para colher batatas, cebolas e outros legumes. Ao fim da tarde, os pescadores ainda lhe ofereciam carapaus. Depois, punha-se a cozinhar.
A mãe, angolana, e a madrinha, cozinheira da zona de Aveiro, passaram-lhe o gosto pela cozinha, tanto que no oitavo ano decidiu fazer dela carreira. Estudou na Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa e iniciou então um percurso por hotéis como o Dona Filipa, o Epic Sana Luanda e o Sheraton Cascais, de onde saiu para liderar a cozinha do Sítio, no hotel Valverde, membro da cadeia Relais & Chateaux.

O chef Bruno Caetano Oliveira. (Fotografia: DR)

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As novas cartas espelham o somatório de experiências nacionais e internacionais. Uma cozinha mediterrânica inspirada nas tradições da gastronomia portuguesa é o que Bruno Oliveira leva à mesa, num trabalho de autor com máximo respeito pelo produto. O polvo de Santa Luzia, por exemplo, é cozinhado a baixa temperatura e acompanhado com mil-folhas de batata doce de Aljezur, molho de romanesco, bimi e gel de kimchi (fermentado); enquanto o carabineiro da costa de Sagres surge no prato com espargos brancos e caviar. O chef não esconde a predileção pelo peixe.
Almoço e jantar têm menus diferentes (a almoço existem dois menus executivos a partir de 27 euros), o que reflete bem a sua amplitude criativa. Os apreciadores de carne, não esquecidos, têm entre as sugestões lombinho de porco bísaro com arroz de cogumelos. O arroz é aliás o produto que mais gosta de trabalhar, graças à sua versatilidade – veja-se o de garoupa e gambas ou o vegetariano caril de legumes.

(Fotografia: DR)
Tudo segue critérios como a sazonalidade e a respetiva rentabilidade na cozinha. Nos planos do chef de 40 anos está vir a produzir o próprio pão no hotel, uma ideia a seu tempo, visto que além do Sítio, o Valverde tem mais áreas de comer e beber sob a sua alçada. O restaurante, cujo interior é especialmente acolhedor no inverno, tem um agradável e frondoso pátio ao ar livre onde se pode comer a qualquer hora. O restaurante foi premiado com três garfos na última edição do concurso Lisboa à Prova.
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