Caixas de madeira, garrafas em prateleiras do chão ao teto e arcas refrigeradoras não deixam margem para dúvidas: o Re’tasco, em Benfica, posiciona-se cada vez mais como um restaurante para amantes de vinho. Quando abriu portas, há pouco mais de um ano, Filipe Marques trabalhava com 40 referências. Hoje, são cerca de 500 e todas de vinhos nacionais, de regiões como o Douro, Dão, Bairrada, Alentejo, Setúbal e Lisboa. “A nossa garrafeira tem atraído milhares de clientes”, comenta.
“Temos vinhos do Porto, colheitas tardias, garrafas magnum, aguardentes…”. A lista inclui rótulos para todos os perfis de consumo e orçamentos, indo desde um Casa Ferreirinha Barca Velha a um Assobio, passando pelo Laranja Mecânica ou pelos tradicionais Vale Dona Maria Superior, Herdade dos Grous ou Pacheca Reserva. A amplitude da oferta reflete-se no preço. “Temos garrafas que podem ir dos 12 aos 1.100 euros, e o mais caro é o que vende mais”, aponta o dono e chef do Re’tasco.
Filipe Marques, de 37 anos e a mulher, Vanessa, acumulam ambos mais de 15 anos de experiência em restauração, catering e hotelaria. Ele já cozinhava nos escoteiros e fazia as compras para os acampamentos, tendo passado também por um talho, o que lhe deu conhecimentos na área das carnes. Já a doçaria está a cargo de Vanessa e oscila entre tradição e criatividade, com propostas como arroz de sushi em caramelo de manteiga e crumble de pistacho, ou mil-folhas de arroz doce.
Neste “remake” de um tasco, o casal apresenta um menu amplo com petiscos a que é difícil resistir, como os croquetes de polvo com maionese de tinta de choco e as tiras de frango com creme de abacate. Do mar, realçam-se em aspeto e sabor os filetes de polvo com um cremoso risoto de coentros, entre as 10 opções disponíveis. Mas é aos campos extensivos que Filipe vai buscar a principal oferta, virada para as carnes premium e maturadas, de latitudes tão dispersas como a Holanda ou Japão.
Rib-eye do Uruguai com mil-folhas de batata gratinada, picanha wagyu (japonesa) com batatas fritas, arroz e feijão preto e entrecôte da Holanda com manteiga de alho e tomilho são algumas das opções. No caso das carnes maturadas, Filipe termina o processo numa câmara de maturação no restaurante, trabalhando-as entre os 30 e os 150 dias. A rapsódia de carnes maturadas é uma boa opção para quem desejar provar várias, com batata e tiborna de grelos, num convívio entre quatro amigos.
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