Nas traseiras da Praça da Sé, em Bragança, a Pregaria do Tuga é uma espécie de reino da carne proveniente de vacas criadas nos prados verdes do Planalto Mirandês. Carne que segue diretamente para a Praça Camões, onde abriu o segundo restaurante do chef Luís Portugal.
A ementa é honesta, despretensiosa e com surpresas que a deixam nos antípodas do tradicional prego à portuguesa. E apesar de um ou outro prato vegetariano, aqui anda tudo à volta da carne de vitela. Seja com o bife raspado, que se assemelha ao hambúrguer, com nuances gourmet através da cebola caramelizada com vinho do Porto. O prego à Tuga, o pão barrado com manteiga de alho. A francesinha à Tuga, em que o molho leva umas 50 horas a apurar. E o cachorro feito com carne mirandesa: “a salsicha de vaca é muito saborosa”, observa Luís Portugal. As batatas fritas estão sempre presentes e “são das verdadeiras”, garante o chef.
Nas entradas, ou Boas Vindas, destaca-se o pica-pau, com picles caseiros confecionados na Pregaria; as cascas de batata fritas, que são numa surpresa viciante; as pipocas e as azeitonas.
Tendo como pano de fundo a fachada do antigo Mercado Municipal de Bragança, lugar de memórias e de saudades para os brigantinos que ali se encontravam para pôr a conversa em dia, a Pregaria do Tuga é também um reduto de saudosismo e das memórias de infância de Luís Portugal que foi ao baú resgatar as guloseimas que a tia Julieta, do Bairro dos Batoques, lhe preparava quando era menino. Por isso, Luís criou o Menu dos Batoques: “Seja a torrada com unto e açúcar, o bife raspado, com a carne partida muito fininha que depois enformava para parecer um hambúrguer, a barriga de porco assada na brasa. E outros petiscos”.
A lataria é outra particularidade da Pregaria, pois ali se preparam petiscos à base de conservas de peixe, como a sardinha, o atum ou a cavala. “É à escolha do cliente”, acrescenta.
Na Pregaria do Tuga pode comer-se a qualquer hora entre as 12 e as 23 horas, todos os dias da semana. “A nossa ideia é ter uma carne de boa qualidade e satisfazer os clientes com um prego no prato e uma boa salada. Uma refeição é mais barata do que na Tasca do Zé Tuga [restaurante do chef no castelo de Bragança], mas sempre com qualidade e genuinidade”, declara o empresário.
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