O Pinóquio voltou à casa de sempre – e as amêijoas e o pica-pau estão no ponto

O restaurante Pinóquio está de volta à morada original, renovado, nos Restauradores. (Fotografia de Diana Quintela/GI)
Prestes a comemorar 40 anos, o restaurante-cervejaria Pinóquio regressou à morada original nos Restauradores, ao fim de três anos na Rua de Santa Justa. Está mais contemporâneo, mas mantém a equipa de sempre e os clássicos gastronómicos que lhe deram fama, geração após geração.

Desde 13 de maio de 1982 que o número 79-80 da Praça dos Restauradores, em Lisboa, – uma antiga loja de brinquedos e bonecas – era a morada da cervejaria Pinóquio. Herdeiro do nome e do seu letreiro luminoso, o restaurante fez-se uma das casas mais afamadas e concorridas de Lisboa ao longo dos anos. Mas quando foi vendido pelos irmãos Filipe e João Costa a um grupo com vários hotéis na cidade, viu-se forçado a mudar-se, temporariamente, para a Rua de Santa Justa, na Baixa. Ao fim de três anos, ei-lo de regresso à casa-mãe, por baixo do novo Hotel Blue Liberdade.

A renovação substituiu a esplanada com guardassóis verdes e brancos por uma outra, mais elegante, com 120 lugares, floreiras, toldos azuis e aquecedores. Na sala interior, manteve-se o aquário de marisco vivo à entrada e nasceu um balcão em mármore branco de Estremoz, enquanto a parede ao fundo foi revestida com cerâmica da Viúva Lamego, destacando a icónica lagosta. Também a cozinha e áreas técnicas sofreram melhoramentos, necessários ao fim de 37 anos.

Uma vez recuperado, o letreiro luminoso voltará a acender-se, desta feita por cima do balcão de uma das novas salas inferiores, viradas para a Rua do Regedouro. “Voltámos para aqui no dia 20 de fevereiro e temos estado sempre cheios”, conta o responsável operacional Lourenço Mello Breyner. No meio da agitação da hora de almoço, com dezenas de clientes a entrar e a sentarem-se, aproveita para elogiar a entrega da equipa de funcionários apaixonados pelo Pinóquio. “Somos 48 funcionários, alguns deles com 30 e 40 anos de casa. Há clientes que entram e perguntam logo pelo senhor Meireles e pelo Castro”, relata com orgulho na voz.

Fidelizados geração após geração, os fregueses encontram agora um novo Pinóquio cuja essência é a de sempre, marcada pela “qualidade dos produtos e excelente serviço”, sintetiza Lourenço. Da cozinha, o que mais continua a sair é a trilogia de camarão da costa, amêijoas ao vapor e pica-pau do lombo – ou o “menu da bola”, como lhe chamam, por ser o que os Sportinguistas pediam quando chegavam depois dos jogos. Mas “o Pinóquio não tem clube”, graceja. “As amêijoas vêm frescas da Ria Formosa, todos os dias, e a carne é nacional”, completa.

O restaurante foi renovado, mas mantém a aura de cervejaria e marisqueira. (Fotografia de Diana Quintela/GI)

E há segredos nesta confeção. Uma vez cobertas com coentros, alho e um pouco de mostarda dentro de uma cafeteira, as amêijoas são cozidas numa máquina de café transformada em máquina de vapor. À mesa, são então vertidas para dentro do prato, a fumegar. Já o pica-pau de lombo de novilho, servido em grandes nacos, é acompanhado com finas batatas fritas às rodelas. A par de outras especialidades com arrozes, marisco e bacalhau, na carta brilha ainda a garoupa assada no forno ou grelhada na brasa, e a respetiva cabeça assada, grelhada ou cozida.

Lourenço Mello Breyner mostra-se satisfeito com a adesão à nova “antiga” casa do Pinóquio, frequentada por portugueses e forasteiros, sem revelar para já como será celebrada a data redonda dos 40 anos. Certo é que a casa tem tudo para continuar a ser palco de encontros familiares e de amigos, almoços de negócio e celebrações festivas, pois mantém-se um clássico intemporal, na Praça dos Restauradores.

 

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Mapa da ficha ténica
Morada
Praça dos Restauradores, 79-80 (Restauradores), Lisboa
Telefone
213465106
Horário
Das 12h às 23h. Não encerra.
Custo
(€€) Preço médio: 30 euros.


GPS
Latitude : 38.7154411
Longitude : -9.140780199999995




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