O Páteo Velho, em Alenquer, conjuga a cozinha tradicional com a modernidade

O bacalhau é um dos pratos-estrela da carta do Páteo Velho, assinada pelo chef Joaquim Pepino. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
O Páteo Velho, na aldeia da Atalaia (Alenquer), une com mestria a cozinha mais tradicional a propostas modernas. Tem menu de almoço a 10 euros durante a semana, garrafeira local e também organiza casamentos e eventos.

É de uma bem conseguida união entre o tradicional e o moderno que se faz o Páteo Velho, aberto há 28 anos num antigo espaço agrícola. Quando foi transferido para a Atalaia, vindo da aldeia galega de Merceana (onde abrira em 1992), tinha interiores mais pesados, com alfaias e outros elementos relacionados com a lavoura. Em 1994, Alenquer vivia uma bonita fase de crescimento, com muitos moradores citadinos a comprar quintas e casas nas suas freguesias. E o Páteo Velho soube crescer com eles, conta a proprietária Amália Milá Veloso, tendo sido pioneiro na região a vender “presunto, enchidos e presas de porco preto”.

Um saber-fazer alimentado, desde cedo, pela sua mãe Albertina. “Sempre foi uma mulher à frente do seu tempo, nunca fez apenas a comida básica tradicional”, diz. Tanto é que hoje, com 86 anos, “ainda cozinha para fazer competição com os cozinheiros e ralha com eles”, brinca Amália, formada em Cozinha e que gere também o Restaurante Ordem dos Médicos, em Lisboa. O chef Joaquim Pepino entrou na equipa durante a pandemia, com toda a experiência das cozinhas do Eleven e InterContinental, entre outras, e imprime ao menu uma frescura que muitos poderão ainda considerar surpreendente, atendendo à oferta do contexto rural.

É uma “cozinha tradicional elaborada e moderna”, atira o talentoso chef de 29 anos de Samora Correia (concelho de Benavente). Húmus com pó de presunto ibérico, ovos rotos com camarão e burrata trufada são alguns exemplos dessa modernidade casada com a tradição. Nesta lógica, é de se pedir o tártaro de vitelão dos Açores trufado, antes de entrar a pés juntos em pratos mais substanciais como a perna de cabrito assado assada a baixa temperatura com guisadinho de favas.

O menu perdurará até à primavera, ao sabor dos produtos da estação, mas pratos como o arroz de pato manter-se-ão de pedra e cal. Para acompanhar, há uma garrafeira com quase 30 produtores das terras de Alenquer.

 

CLÁSSICO ATUALIZADO

Bacalhau lascado
Neste balanço entre tradicional e moderno há que referir o bacalhau, que Joaquim atualizou, servindo-o lascado com esmagada de brócolos e alho, broa, presunto, tomate e azeitona.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

 

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