Novas gelatarias e sabores sazonais para conhecer no Grande Porto

Gelataria Lavoratta na rua de Santa Catarina, no Porto. (Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)
Sorvetes de meloa cantaloupe, maracujá ou de maçã, ananás, gengibre e aipo dão cor às vitrines das gelatarias no Porto e em Matosinhos, por estas semanas de calor. Mas a oferta não se fica pelos gelados - crepes, waffles e outras doçuras também fazem parte da oferta.

GELATOPIA, Porto

Formação, dezenas de provas e “uma pitada de amor” foram os ingredientes que fizeram surgir a Gelatopia, onde encontra refrescantes sorvetes de meloa, pêssego paraguaio e goiaba.

(Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

(Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

(Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

As palavras “gelato” e “utopia” fundiram-se para dar origem ao nome da gelataria que Mariana Santos, engenheira química, e Paulo Geraldes, gestor de operações, abriram na Rua de Ferreira Borges, a dois passos do Palácio da Bolsa. São “gelados de sonho”, como diz Mariana, aqueles que ali se produzem à vista de todos. A afirmação pode soar exagerada, mas o ceticismo derrete quando se prova a primeira colherada destes gelados sedosos, sem ponta de gelo e de sabores pronunciados.

Era esta qualidade que o casal almejava atingir quando se inscreveu na Carpigiani Gelato University, em Bolonha, Itália. Foram quatro semanas intensas de aulas, com um “gelato paper” à mistura, levado a cabo nos tempos livres, com o objetivo de experimentarem o máximo de gelados possível, em cidades como Florença, Veneza, Pádua, Milão e Pizza.
Se a técnica veio de Itália, o amor pelo gelado já existia há anos, apercebeu-se o casal num “brainstorming” que fez motivado pela vontade de ter um projeto a dois. O sonho tornou-se real em outubro de 2019, com a abertura deste espaço onde Mariana e Paulo pretende que “o cliente viva uma experiência que lhe acrescente alegria e felicidade”, não só graças aos gelados, como à possibilidade de ver o laboratório ou dar dois dedos de conversa com ambos.

Mas, afinal, o que torna estes gelados especiais? “A qualidade dos ingredientes e a qualidade da receita”, que foi calculada ao grama, e é ajustada sempre que necessário, numa folha de Excel. Ali não entram corantes, conservantes ou estruturantes (aquilo que permite empilhar o gelado na cuvete), mas antes matérias-primas como baunilha proveniente de uma produção socialmente responsável de Madagáscar, avelã de Piemonte, morangos e framboesas de Bragança, requeijão e queijo da Serra da Estrela.

Bons para esta época são os sorvetes de goiaba, caipirinha, pêssego paraguaio, ameixa amarela, meloa cantaloupe e limão com manjericão, mas sugere-se não deixar escapar os gelados de pistácio, amendoim ou avelã, feitos apenas com açúcar e uma base de água. Surpreendentes.

LAVORATTA, Porto

A nova gelataria da cidade é um destino para todas as horas, servindo desde o pequeno-almoço até ao gelado depois do jantar, no interior ou numa das duas esplanadas.

(Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

(Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

(Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens)

A Lavoratta, aberta em abril, veio elevar a experiência de visitar uma gelataria. Apesar de os gelados serem a especialidade, há muito mais para provar. O projeto surgiu da vontade dos sócios Pedro Aparício, José Roberto Bateira, Rui Ferreira e José Maria Bateira de criar algo diferenciador na cidade, que reunisse conforto, uma carta para todo o dia, produtos frescos e um atendimento cuidado.

Segundo Pedro, a Rua de Santa Catarina tinha muita coisa, mas “faltava um espaço para usufruir” e a Lavoretta nasceu para isso. Esta fábrica de gelados artesanais encontra-se mesmo em frente ao centro comercial Via Catarina e, além da esplanada à porta, percorrendo-se o interior de ambiente elegante chega-se à esplanada interior coberta e ao deck em madeira. Por ter sido projetado ligeiramente abaixo do nível do piso da esplanada, o deck cria uma sensação de aconchego, que se acentua quando a lareira está acesa. É nestes recantos – ou optando por comer no caminho – que se provam os cremosos gelados da Lavarotta, em copo ou cone, cujo fundo é recheado com chocolate da belga Callebaut, que é de resto, a marca eleita para todos os produtos de ou com chocolate.

Há sabores clássicos, como baunilha e chocolate, – ou morango, manga, maracujá e limão no campo dos sorvetes -, e outros mais elaborados, como caramelo salgado, banoffee, vinho do porto e After Eight. Também com gelado é a versão de pastel de nata da Lavarotta, onde uma crocante base em massa folhada abraça uma bola de gelado inspirada no doce, coberta com caramelo de café e canela. Uma tentação que compete com crepes, panquecas, waffles, macarons, cookies e bolos caseiros.

No entanto, a hora do almoço, e do jantar, também é levada a sério, com pratos desenvolvidos pelo chef João Pupo Lameiras, que encaixam no conceito de gelataria. O resultado inclui um bolo de crepes de salmão fumado, crepe de cogumelos cremosos com cebola e óleo de trufa e waffle folhado com cebola caramelizada e queijo cheddar, entre outras opções.

MODÌ, Matosinhos

Gelados cremosos e de sabor intenso saem das mãos de Massimo Fedi, o italiano que abriu a “gelateria artigianale” Modì, a dois passos da praia. Sorvetes de melancia, e de laranja, cenoura e limão são algumas das sugestões para os dias quentes.

(Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

(Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

(Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

Foi por partilhar o lugar de nascença de Amedeo Modigliani – Livorno, na região italiana da Toscana -, que Massimo Fedi decidiu homenagear o pintor chamando Modì à sua gelataria, aberta desde 2015, perto da Praia de Matosinhos.
Não só a inspiração para o nome veio de Itália, como as receitas que ali se preparam, explica Massimo, que avisa desde logo não fazer “sabores estranhos”. Começou a fazer gelados aos 16 anos, em Itália, e foi aperfeiçoando a sua receita pessoal, até chegar à textura cremosa e sabor intenso com que apresenta hoje as suas especialidades.
“Todos os dias há 30 sabores, mas o total é quase o dobro”, faz saber o italiano, que enumera alguns dos “bestsellers” como o gelado de chocolate clássico (com base de leite), a fazer lembrar uma mousse, ou o de chocolate origem única (com base de água), de sabor rico e textura fundente. O de baunilha de Madagáscar, o de avelã de Piemonte e o de pistácio de Bronte (uma comuna italiana, na Sicília) também têm procura, mas por estes dias caem bem o sorvete de melancia, o sorvete de laranja, cenoura e limão – inspirado na bebida ACE, popular em Itália, e cujo nome remete para as vitaminas dos frutos -, e o sorvete detox, que junta maçã, ananás, gengibre e aipo.
Todos os sorvetes são feitos com pelo menos 30% de fruta e há opções sem açúcar, apenas adoçados com extrato natural de stevia, como é o caso do de açaí e banana e do de chocolate e morango. Para muitos, é na Modì que está o melhor gelado do distrito, e Massimo, orgulhoso, desvenda parte do segredo: “não é importante levar muito açúcar, é preciso ter boa matéria-prima e uma receita equilibrada”. Como, afinal, tudo na vida.

GELATARIA PORTUENSE, Porto

Conhecida pela sua oferta surpreendente de gelados, a Gelataria Portuense continua a desafiar, tendo lançado este ano um gelado de eucalipto e mel, entre outras surpresas.

(Fotografia: Amin Chaar/Global Imagens)

(Fotografia: Amin Chaar/Global Imagens)

(Fotografia: Amin Chaar/Global Imagens)

Os seis mais recentes sabores da Gelataria Portuense são “diferentes do habitual e surgiram de forma espontânea” em “histórias engraçadas”, revela Ana Ferreira, há cinco anos a fazer gelados na Rua do Bonjardim. O de framboesa e hortelã nasceu, literalmente, graças a algo que ouviu na rua. “Ia a subir a Rua de Passos Manuel e passou uma menina de bicicleta a falar com o pai sobre um gelado com esses sabores, e achei que podia resultar”, conta. Foi o que bastou para poucos dias depois o gelado estar na vitrine. “Ainda contei a história nas redes sociais, na esperança de poder chegar às tais pessoas, mas até agora ainda nada”.
Já o gelado de eucalipto e mel, e o Scooped Dough foram resultado de parcerias com chefs. Para o de eucalipto, um pedido do chef Fernando Morais, Ana fez uma infusão com as folhas jovens da árvore, e misturou-as depois com natas e leite, dando origem a um creme refrescante a fazer lembrar os rebuçados peitorais. Apesar de inusitado, “tem tido boa aceitação”. O Scooped Dough já era uma vontade da gelateira, mas esta admite “que não fazia ideia como transportar a massa de bolacha para o gelado”. A chef Rafaela Lousada deu uma ajuda e fez surgir um gelado ideal para os mais gulosos, “de nata e leite, com beurre noisette, tahini e pedacinhos de massa de cookie, que foi anteriormente cozinhada”.
De trocas de ideias de Ana com colegas e amigas surgiram o straciatella de laranja, que “é um sucesso”, havendo quem vá à loja apenas para o comer; o café com sésamo preto caramelizado, uma combinação comum na Ásia; e o sorvete de mousse de abacate, inspirado numa receita africana que a mãe da sua amiga Isabel da Cruz fazia. Leva apenas o fruto, sumo de limão e açúcar e tem saído tão bem que já tem lugar fixo na carta.
Quem tiver vontade de experimentar as novidades, sugere-se a degustação de seis sabores – ideal para duas pessoas -, proposta que existe desde a abertura da loja.

ARCÁDIA, pelo país

Aos chocolates e à pastelaria da Arcádia juntou-se, há quatro anos, uma gama de gelados, que aumentou recentemente com a entrada de dois novos sabores, para experimentar em Guimarães, no Porto, em Lisboa e no Algarve.

Coco e menta branca com chocolate são os dois novos sabores da gama de gelados da Arcádia, lançada em 2017. A aposta “em conceitos de loja e quiosques que agregam à tradicional venda de chocolates um conceito de cafetaria premium” e de pastelaria, impulsionou a introdução de uma gama de gelados, conta Francisco Bastos, administrador da empresa.
Atualmente, há 15 pontos de venda, em Guimarães, Porto, Lisboa e Algarve, que apresentam os oito sabores, com receitas desenvolvidas, e produzidas, na Arcádia em parceria com o mestre gelateiro italiano Fausto Pellegrinetti. Contam-se dois sorvetes – um de morango e outro de manga -, e seis seis gelados – doce de leite, chocolate Arcádia, baunilha, chocolate branco com avelã, coco (com pedaços de coco seco) e o de menta branca com chocolate, servidos em copo ou cone, e sempre com uma língua de gato de chocolate.

LA COPA, Porto

O tempo quente é recebido na La Copa com sorvetes de fruta sazonal, uma taça de fruta, gelado e chantilly e ainda um fim de semana especial, onde se evidenciam os sabores dos trópicos.

(Fotografia: DR)

Chegado o verão, regressam os sorvetes de meloa, melão e melancia, e uma taça sazonal, à La Copa, uma das gelatarias mais acarinhadas pelos portuenses, na Avenida Rodrigues de Freitas. Estes três, ou qualquer um dos 16 sabores disponíveis na vitrine, podem ser os eleitos para rechear a taça Verano, composta por fruta da época, três bolas de gelado e chantilly. Também é por esta altura que Maria Emília Ferreira, a proprietária, lança o Fim de Semana Tropical, onde durante três dias – que se esperam quentes – estão disponíveis oito sabores de gelado que remetem para os trópicos, como manga, goiaba, coco, papaia e maracujá.
O último é presença frequente na La Copa, ao lado de favoritos como lemon curd (sorvete de limão com cobertura de lemon curd caseira), cheesecake, de morango ou frutos vermelhos, vinho do porto (com nozes ou com chocolate) e noz. Outras opções passam pelo café com natas frescas, crepes, panquecas, e gaufres, que podem ser acompanhados por gelado ou coberturas caseiras.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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