Viva Porto: criatividade e tradição em frente ao Douro

Uma reinterpretação do bacalhau à Gomes de Sá, no restaurante Viva Porto. (Fotografia: DR)
Internacionalizar a cozinha portuguesa através dos hóspedes do hotel onde se insere e ao mesmo tempo seduzir clientes nacionais dando ao receituário português uma nova roupagem são as bases do projeto do restaurante Viva Porto.

No piso térreo do Hotel Neya, instalado na margem do Douro, nas antigas ruínas do Convento de Monchique, o Viva Porto apresenta-se reinventado, com nova carta. À frente da cozinha, o chef Diogo Pimentel – também responsável pelo Viva Lisboa – quer homenagear os “pratos típicos da região, dando-lhe roupagens diferentes, mas respeitando o sabor e o receituário tradicional”, afirma.

Este respeito não impede a originalidade do que chega à mesa, como é exemplo a sobremesa intitulada Azeitona. “Queríamos suscitar alguma intriga. O que fizemos foi pegar na azeitona e trabalhar tudo o que é derivado dela, nomeadamente o azeite, numa torta de azeitona e num crumble”, conta.

Não é apenas no fim da refeição que o chef, de 28 anos e natural da Bairrada, consegue surpreender. No início, os peixinhos da horta aparecem envolvidos num polme preto – tonalidade conseguida através da utilização de farinha com carvão vegetal ativado. Com esta tonalidade “fica mais difícil ver que vegetal que está lá dentro – e podem ser vários, até porque esta entrada foi pensada para evitar o seu desperdício”. Milho, cenoura roxa, courgette e pimento são alguns dos utilizados. Os peixinhos podem ser mergulhados em molho de malagueta ou de alho assado.

Muito fresco e leve é o carpaccio de polvo, com maçã verde e pimento assado. Depois do palato renovado, o prato de codorniz com brioche caseiro e molho de escabeche remete para as bolas de carne tradicionais do norte. Segue-se o emblemático portuense bacalhau à Gomes de Sá, numa nova abordagem. Aqui, o lombo do bacalhau é confitado e servido com crocante de azeitona, ovo de codorniz e puré de batata. Quem for vegetariano já tem opção no cardápio do Viva, como é exemplo o prato de abóbora e endívia com molho de manteiga de soja e trigo.

Como bairradino que é, o chef não podia deixar de apresentar leitão. “Este prato já me acompanha há algum tempo. É barriga, com uma batata, uma laranja e bimis. Uma forma de mostrar as minhas raízes”, diz.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend