No novo Neya Porto dorme-se num antigo convento com vista para o Douro

Este é um dos quartos duplex do novo hotel Neya Porto. (Fotografia: DR)
Foi convento, paiol de pólvora e até deu lugar a fábricas. Em agosto, o edifício foi devolvido à cidade como o segundo quatro estrelas da marca Neya, a ver os barcos passar na Alfândega do Porto, no Douro.

O hotel é muito recente, mas não é preciso muito para perceber que os quartos mais cobiçados são os que oferecem vista para o Douro e Vila Nova de Gaia. O cenário é bonito, mas na equipa do novo Neya Porto Hotel há quem não se importasse nada de acordar com vista para a parte de trás – leia-se os claustros do antigo Convento de Madre Deus de Monchique de Miragaia, fundado no século XVI ao abrigo da Ordem dos Frades Menores.

Então um dos mais importantes do Porto, tinha uma das igrejas manuelinas mais admiradas da cidade. Quem o fundou, em 1533, ao contrário dos restantes que o eram por ordem bispal ou régia, foi Pedro da Cunha Coutinho e a mulher D. Beatriz de Vilhena, em obediência a um voto. O casal era muito rico, como mas não tinha descendência, mandou construir o mosteiro perto do bairro de Miragaia (onde tinham residência), para obterem a graça de um herdeiro.

Chegaram a viver no convento mais de cem religiosas, já no século XVII, e dezenas de senhoras de ilustres famílias. Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, o edifício foi transformado num paiol de pólvora, motivando notícias e preocupação social na imprensa da época. Foi também fábrica de moeda, alfândega e conserveira, acrescenta Sara Freire, diretora comercial do hotel, e desse passado industrial nasceu o Neya Porto, o segundo quatro estrelas superior do grupo.

A herança industrial do lugar vê-se – e conta-se – nos pormenores arquitetónicos e em pequenas placas com textos informativos, como as de um museu. Os 124 quartos têm o betão, o ferro, a madeira e a pedra granítica como elementos dominantes e há 12 suítes inspiradas na Rota das Indústrias, com decorações e futuros vídeos a remeter para as empresas Amorim, Vista Alegre, Viúva Lamego, Delta Cafés, Bordallo Pinheiro, Arcádia, Castelbel, Ecolã, Revigrés, Boaventura e Tapetes Beiriz.

Nos claustros, em que se acede ao spa com quatro salas de tratamento, a três salas de eventos e à igreja (ainda em recuperação), tem-se uma ideia mais nítida de como a construção antiga e moderna se fundem. O mesmo acontece no restaurante Viva Porto, onde há colunas e vigas de ferro e um chão de madeira recuperados das antigas fábricas. À mesa, os prazeres são mais delicados, graças à cozinha portuguesa contemporânea do chef José Luís, natural do Porto, e que trabalhou quase um ano com Gordon Ramsay.

A melhor vista que se tem sobre o Porto e Vila Nova de Gaia é a do bar Último, situado no quinto piso, um terraço que promete vir a ser um ponto de paragem obrigatório na zona. Dotado de zona interior e exterior, convida a ficar e provar a carta de cocktails, snacks e refeições ligeiras, enquanto se observa os barcos a rasgar o Douro, também eles memórias vivas dos tempos industriais da cidade.

 

Lazer e bem-estar
Cada quarto do Neya Porto tem uma almofada shiatsu no roupeiro. Na receção, pode-se alugar 6 bicicletas, gratuitamente, para passear pela zona, que a isso convida.

 

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