Comer em conta: cheiro a tradição e mar na Churrascaria Ibérica, na Póvoa de Varzim

Churrascaria Ibérica. (Fotografia de Artur Machado/GI)
A Churrascaria Ibérica tem quase 40 anos e mantém-se fiel à gastronomia típica. Peixe dos barcos da terra, receitas seculares e carnes cuidadosamente escolhidas compõe a ementa do restaurante na Póvoa de Varzim.

O peixe é dos barcos da terra, os legumes vêm de perto, as carnes são “escolhidas a dedo”. Das entradas às sobremesas, é tudo feito ali, caseiro, com receitas que passaram de geração em geração. Na parede, as fotografias da Póvoa de outros tempos, a praia do peixe, a camisola poveira, as siglas e os prémios da rabanada poveira lembram que ali, na Churrascaria Ibérica, à face da EN13, na Póvoa de Varzim, cheira sempre a tradição e a mar.

“O meu marido, Manuel Costa, começou isto como uma casa pequenina em 1983”, conta, sorrindo, Cândida Fernandes, que, aos 66 anos, leva mais de 30 ali. A mãe era “criada de servir” do falecido Leonardo – o “pai” da rabanada poveira e da pescada à Poveira. Cândida, poveira orgulhosa das suas raízes, aprendeu com ela muitos dos segredos da cozinha. Outros, foi ouvindo de velhas lendas da terra, num saber fazer que se passava, de boca em boca, de geração em geração.

Pescada à poveira, uma das especialidades da casa. (Fotografias de Artur Machado/GI)

Hoje, a Ibérica é conhecida “pelo bom peixe e pela boa carne”. Nas carnes, o churrasco de novilho e o frango de churrasco ganham de longe. No peixe, o top é ocupado pelos filetes de pescada – sempre feitos com pescada fresca (peixe congelado ali não entra) e que tenha “mais de três quilos” -, pela pescada à poveira – cozida, com legumes e molho fervido -, pelo bacalhau e pelos peixes assados na brasa, com a sardinha à cabeça, sobretudo no verão.

Tudo regado com vinhos “a condizer”: os verdes de Ponte de Lima para o peixe, os Douro e os Alentejo para a carne. Para terminar o repasto, o pudim e a tarte gelada caseiros e, claro, a rabanada poveira, que, por ali, é há muito famosa e, por esta altura, feita às centenas por dia. Redonda, em pão biju, regada com calda de açúcar e canela, como manda a tradição. Cândida Fernandes só lamenta que a Póvoa, terra de rica gastronomia e cheia de tradições, não promova mais os seus pratos típicos, como o arroz de sardinha ou a caldeirada de peixe.

Cândida Fernandes, responsável pelo restaurante.

Por ali, na Ibérica, faz a sua parte: tudo feito na casa, hortícolas compradas a produtores locais de Aguçadoura e Aver-o-Mar, peixe ao pé da porta e variedade ao sabor da maré, receitas tradicionais levadas à risca, “sem modernices” ou “retoques muito requintados”. “Disso faço questão”, remata, enquanto prepara a mesa, onde nunca falta a toalha com as siglas poveiras bordadas.

Os clientes da Churrascaria Ibérica são quase todos conhecidos e, por ali, o passa-palavra é a melhor publicidade. Muitos são de fora, gente que, no verão, faz praia na Póvoa e, no inverno, regressa de vez em quando. Desde a pandemia, a casa passou a vender muito mais para fora. O takeaway ganhou força e pesa já quase 50% na faturação ao fim de semana. Ao almoço, durante a semana, há sempre diária. Vale 10 euros com pão, prato, bebida, sobremesa e café. Há sempre dois ou três pratos à escolha.

A Churrascaria Ibérica tem portas abertas há quase quarenta anos.


Menu do dia: 10 euros

Especialidades: pescada à poveira, filetes de pescada, bacalhau na brasa e frango no churrasco
Sobremesas: rabanada poveira, pudim e tarte gelada

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