Com a Ucrânia no coração, Iryna gere a histórica Pastelaria Colmeia, em Lisboa

Iryna Grechanyuk, Pastelaria Colmeia. (Fotografia de Paulo Spranger/GI)
Em Portugal há duas décadas, Iryna Grechanyuk gere a Pastelaria Colmeia, com quase 70 anos em São Domingos de Benfica. Apaixonou-se pelo nosso sol e bacalhau com natas, mas continua com a Ucrânia no coração. “Todos os ucranianos são a minha família” diz.

Dos 44 anos que tem, mais de metade foram passados em Lisboa, a cidade “onde o clima é o melhor do mundo, não muito frio no inverno e não muito calor no verão”, conta Iryna Grechanyuk, proprietária da Pastelaria Colmeia, espaço histórico em São Domingos de Benfica, aberto desde a década de 1950, e que Iryna gere há seis anos, com o marido, Vyacheslav, e a filha, Maryana.

É natural de Khmelnytsky, no centro da Ucrânia, e é lá que permanecem as memórias felizes de infância – o brincar na rua e as viagens nas férias de verão, junto aos mares Negro e de Azov. Em miúda, sonhava em ser médica. “Queria muito usar a bata branca”, ri-se Iryna. Acabou por se formar em Engenharia Química e a trabalhar numa fábrica de vinhos, no país de origem, mas a combinação da inflação com o fim do negócio do marido – comerciante de casacos de pele – fê-los procurar uma vida nova em Portugal.

A Pastelaria Colmeia existe desde a década de 1950. (Fotografias de Paulo Spranger/GI)

Iryna Grechanyuk lidera a pastelaria há seis anos.

Primeiro veio o marido e depois Iryna, iniciando trabalho na construção civil e como empregada doméstica. A ideia foi sempre a de voltar, mas foram-se habituando e a filha acabou por vir também, completando os estudos cá. A gastronomia portuguesa, “a melhor do mundo”, vai ajudando a esquecer as saudades, dos pastéis de nata ao bacalhau com natas, mas o pensamento continua no país-natal. “Ainda tenho irmão, tio e sobrinhos na minha cidade. Não tem sido muito afetada, mas é complicado. Todos os ucranianos são a minha família. Não é fácil perder tudo. No início do conflito, estava sempre a ver as notícias, chegava ao trabalho de olhos molhados”, revela.

Pelas salas interiores e na esplanada, servem-se bolos, folhados, bifanas, petiscos e menus de almoço (prato do dia, sopa ou sobremesa, bebida e café) onde se apostam em clássicos como o cozido à portuguesa, além de propostas vegetarianas. A casa fica composta a ritmo constante e o público está fidelizado. Em Portugal desde 2000, Iryna diz sentir saudades dos espaços verdes ucranianos e não hesita: “Já tenho vários hábitos portugueses, mas o coração será sempre ucraniano”.

O espaço fica situado na Estrada de Benfica e, além de bolos e cafetaria, tem pratos do dia e menus de almoço.

Elogios ao Gerês

O Parque Nacional da Peneda-Gerês é um dos locais preferidos de Iryna, fazendo lembrar “a natureza e o clima” da Ucrânia, mas também adora locais como Vila Nova de Milfontes e Montargil, onde o marido pesca.

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