A ideia de estender até à capital o seu olhar contemporâneo ao produto nacional e sazonal já é antiga, mas surge agora, consequência natural da maturidade que os últimos três anos lhe trouxeram, desde que lidera a cozinha do Cavalariça, que se tornou num clássico na Comporta. Até 31 de março, o restaurante do chef Bruno Caseiro estará em formato pop-up no Cais do Sodré, na porta 86 da Rua da Boavista, ainda que mantenha de portas abertas o espaço mais a sul, que se mantém de boa saúde mesmo fora da época balnear.
Enquanto não abre o restaurante fixo da marca, que já está a ser construído junto do Largo Camões, no Chiado, este espaço temporário traz à capital uma carta composta, maioritariamente, de novas propostas, pensadas para os meses mais frios, mas não esquece alguns dos best-sellers da casa da Comporta. São os casos das ostras com ajo blanco e pêra (2,5€) e dos croquetes de cachaço de porco alentejano com maionese de amêijoa e mostarda (3€), que aqui se vendem pela primeira vez à unidade. Falar de campeões de vendas é falar, também, do seu famoso e imperdível brioche torrado, ensanduichado num parfait de fígados de galinha e um chutney de laranja (7€). Na nova morada lisboeta, também marca presença o pão caseiro de massa-mãe e surge agora a focaccia, para molhar em azeite e manteigas caseiras.
Os croquetes de cachaço de porco preto alentejano com maionese de amêijoa e mostarda. (Fotografias: DR)
O best-seller brioche torrado com parfait de fígados de galinha e chutney de laranja.
Os novos tortellini de galinha com cogumelos silvestres e caldo de presunto.
As novas criações respeitam o outono com sabores sazonais e combinações aconchegantes, como acontece com o arroz portocarro com couve-flor biológica e pinhão de Alcácer do Sal (16,5€); do salmonete yakitori com um molho de cataplana de batata-doce e nabiça (24€); da presa de porco alentejano com nabos, couve rábano e molho de pimentão (18€); ou da vaca maturada e grelhada com topinambour assado (28€), aos quais se podem juntar acompanhamentos como o mil-folhas de batata com pimenta preta e toucinho de porco fumado caseiro.
A vegana salada de beterraba fumada e dióspiro com trigo-sarraceno e mentas é outra das novidades outonais de Bruno Caseiro – que tem a ajuda da mulher, Filipa Gonçalves, na gestão -, da mesma forma que o é a abóbora hokkaido biológica, que é assada e acompanhada de castanha, cevada e leitelho. O choux de castanha e cogumelos (8,5€), numa versão de um Paris Brest, afina pelo mesmo diapasão nas sobremesas, ao qual se junta o parfait de baunilha, bolo de sésamo negro e merengue e a pêra escalfada com pistáchio caramelizado e redução de romã.
A grande maioria dos pratos da carta de Lisboa são novidades.
O Cavalariça está na capital até ao final do mês de março.
O restaurante pop-up é uma primeira aproximação a Lisboa, com um espaço fixo já a ser preparado no Chiado.
Para além de um leque de cocktails de autor, alguns com apoio na ginger beer que o próprio restaurante produz, aposta-se aqui numa garrafeira maior do que o espaço-irmão da Comporta, com uma carta de cerca de trinta referências, a grande maioria vinhos naturais, biológicos e com baixa intervenção. A copo ou à garrafa, para saborear até ao final de março.
