Brasileira: os novos pratos de uma casa centenária no Chiado

A Brasileira do Chiado.
Um dos cafés mais antigos da capital, A Brasileira do Chiado, em Lisboa, renovou a carta para antecipar os meses mais quentes. E manteve o bife que Fernando Pessoa tanto pedia.

É um dos mais antigos cafés da cidade, soma quase 120 anos, foi palco de tertúlias e ponto de paragem obrigatória e habitual para gigantes da cultura como Fernando Pessoa ou Almada Negreiros. Ainda assim, A Brasileira do Chiado não se mantém refém do seu legado e passado, tendo sido renovada há dois anos, com tetos limpos, polimentos e esplanada mais florida e acolhedora. A mudança chegou com a aquisição do grupo O Valor do Tempo, sediado em Seia e detentor de espaços-irmãos como Museu do Pão, Museu da Cerveja ou Casa Portuguesa do Pastel do Bacalhau, além de ser produtor de Queijo Serra da Estrela.

Para celebrar a chegada da primavera e antecipar o verão e os dias mais longos e quentes, o chef Nuno Carreira renovou grande parte da carta. “Pensei na cidade de Lisboa e nas tradições das cozinhas portuguesa e mediterrânica”, conta o chef natural de Abrantes, que navega o mundo da gastronomia desde os 17 anos. Nos petiscos, destaque para as pataniscas de bacalhau com maionese de lima (17€); o pica-pau do lombo (15€); as clássicas gambas ao alho (18€) e os generosos croquetes de carne bovina (6€).

O arroz cremoso do bosque com cogumelos salteados. (Fotografias: A Brasileira do Chiado)

O linguini nero com camarão.

Por estes dias, serve-se também o tataki de atum fresco com laranja e abacate (19,50€); o bacalhau confitado com crocante de broa de milho, puré de grão e espinafres (24€); o robalo com arroz de coentros (22,50€); as costeletas de borrego DOP (de produção própria) com esmagada de batata (27,50€) e os lagartinhos de porco preto com migas de espargos (22,50€) levam-nos ao Alentejo.

A rabanada, que chegou no Natal de 2020 mas que nunca mais saiu da carta, tal a procura, vem com um creme de Queijo Serra da Estrela, em homenagem aos pastores de Seia; a pera caramelizada com gelado de baunilha é um dos reforços; e o cremoso arroz doce traz o rosto de Fernando Pessoa desenhado com canela. O mesmo que ali se imortaliza em estátua e num par de óculos comprados em leilão e expostos no café e restaurante, que mantém os menus de pequeno-almoço e a produção própria de pastelaria. Se ainda houver espaço, vale a pena provar o Bife d’A Brasileira, receita centenária com molho de café, e um dos preferidos de Pessoa.

O tataki de atum com abacate e laranja.

A pera caramelizada com gelado de baunilha.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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