A Latina, em Aveiro, apresenta-se de cara lavada e com uma nova esplanada

(Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)
Espaço de referência da cidade retocou o visual com requinte e abriu uma esplanada. A montra do pão, bolos e pastéis continua a impor respeito (e a fazer nascer água na boca).

A qualidade e o serviço querem-se do mesmo modo, leia-se ao mais alto nível – há até clientes que comentam que esta casa é como a farmácia: vende produtos de primeira necessidade. A broa, o pão de centeio e de cereais, a tarte de amêndoa caramelizada, o bolo de pão de ló com ovos-moles, o morgado do bussaco. O pão de ló da casa, espécie de bolo Margaride, é seco e tem os seus segredos.

Morgado do Bussaco. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

Tudo pensado ao pormenor, tudo com o seu destino. Os doces, os salgados, os almoços com assinatura de chef. A reputação não nasce num estalar de dedos e tão-pouco é mantida ao acaso. Os detalhes interessam, tanto no que tem açúcar, como no que leva sal.

(Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

(Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

O chef Alexandre Dias está ao leme da cozinha e destaca a variedade gastronómica, o respeito pela sazonalidade, o não desperdício. E outras coisas mais. “Sem a aposta na qualidade das matérias-primas não é possível fazer um bom artigo”, diz. Sabe do que fala. “Usamos farinhas de ótima qualidade, de semente selecionada, fazemos um pão sem glúten, levedamos de forma mais natural possível.” O compromisso com o trabalho é fundamental, confessa, o perfecionismo e a confiança também se notam. “O segredo é sempre o equilíbrio no sal, no açúcar, na gordura”, sublinha.

A casa funciona no mesmo sítio há 35 anos, recentemente foi remodelada com mobiliário sofisticado de linhas simples, um móvel à entrada do lado esquerdo de montra transparente mostra uma variedade de bombons. A coerência do design delicado estende-se à sala seguinte, entre os dois espaços há um corredor de acesso à direita a um parque infantil fechado com telhado de vidro para entrar luz, à esquerda a uma sala interior que desagua numa nova esplanada exterior com canteiros de flores e de alecrim – há mais uma sala espaçosa, mais um compartimento no mesmo patamar nesta praça da cidade.

Todas as semanas, há ementa para almoços de segunda a sábado com sopa (1,6 euros), prato de peixe e prato de carne a oito euros como lulas à pescador, leitão à Bairrada, pato assado com molho de laranja, papelotes de camarão com arroz xau-xau. Há ainda serviço à lista com oferta variada, tosta de salmão em fogaça com alface, espargos e ovo escalfado acompanhada por batata-doce frita que também é servida com a tosta de centeio com legumes grelhados e abacate. Há ainda pataniscas de bacalhau, saladas, omeletes, francesinhas, pizas, hambúrgueres.

O sucesso que se mantém é feito também pelos 30 funcionários e pelo serviço de catering que leva o que ali é feito a outros espaços e casas exigentes. Latina, explica José Francisco Silva, dono da casa, transporta em si uma “carga de conhecimento.” O batismo vem do pai que em 1947 partiu para a Venezuela e que se dedicou a aprender a fazer pão com os costumes antigos da cultura inca, da levedura demorada que acontecia num recipiente de madeira. “A arte ancestral de transformar farinha e água em pão”, comenta. Ficou latina com logotipo de coroa estilizada, símbolo de bem servir, de bem confecionar para perpetuar a tradição e a história deste clássico em Aveiro.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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