Uma dezena de festas carnavalescas a não perder na Galiza

Algo que não falta na Galiza são festividades de Entrudo, todas elas com as suas próprias tradições e peculiaridades.

Se há altura do ano que merece festa prolongada é o Entrudo. O ditado “a vida são dois dias, mas o Carnaval são três” não deixa margem para dúvidas: o melhor é aproveitar enquanto dura.

Este ano, porque não aproveita o fim de semana prolongado para dar um saltinho à vizinha Espanha? Além de ter oportunidade de hablar un poquito com nuestros hermanos ibéricos, pode ter a certeza de que animação não faltará. Para o guiar, deixamos-lhe mais de uma dezena sugestões de entrudos na Galiza, que têm o reconhecimento de interesse turístico.

 

Xinzo de Limia

Pantallas de Xinzo de Limia

O Entrudo de Xinzo de Limia, na província de Ourense, é considerado de interesse turístico internacional e não é difícil compreender porquê. Aqui, as festividades começam três domingos antes do Domingo de Entrudo, no chamado Domingo Fareleiro. O momento alto é a terça-feira, quando se realiza um desfile de carros alegóricos e de trupes lideradas pelas pantallas, umas personagens ancestrais que andam pela cidade e não deixam ninguém indiferente.

Verín

Ainda na província de Ourense, realiza-se o Entrudo de Verín, onde o protagonismo vai para os cigarróns. Fazem a sua aparição no Domingo Corredoiro, anterior ao Domingo de Entrudo, saudando

Cigarróns de Verín

quem passa com as suas danças e o barulho ensurdecedor dos chocalhos. Entre as guerras de sexos e a batalha de farinha, as celebrações começam muito antes do clímax de terça-feira. No entanto, é neste dia que se realiza o grande desfile de carros alegóricos, máscaras e cigarróns.

Cobres

Carnaval de Cobres

A tourada gaulesa e os jogos populares são marcos do Entrudo de Cobres, na província de Pontevedra. As tradições populares da freguesia situada na ria de Vigo ocupam toda a tarde de terça-feira, apesar de as festividades terem início no sábado anterior. Durante quatro dias, homens e mulheres desfilam pelas ruas com diferentes trajes, representando assim vários papéis sociais e posições económicas. Dos chapéus luxuosos às vestes mais pobres, todos se equipam a rigor para celebrar

Viana do Bolo

Em Viana do Bolo, o Entrudo é festejado de barriga cheia, mas engane-se se acha que a doçaria é para aqui chamada. A estrela é a androlla, um enchido feito em tripa gorda, recheado com costelas de porco marinadas e temperado com sal, pimenta e alho. Antes de estar pronto a cozinhar, tem de ser fumado durante 10 dias e ficar a secar ao longo de dois meses. Quem também aparece na festa é o boteiro, uma personagem típica que enverga uma máscara negra coberta por uma armação de arame com tiras de seda de várias cores.

Boteiros de Viana do Bolo

Laza

Em Laza, o Entrudo celebra-se entre a Praça da Picota e os bares, animados pelos empregados de mesa que começam a criar um ambiente festivo semanas antes do grande dia. É dos carnavais mais aclamados da Galiza e é fácil perceber porquê. Os peliqueiros, e os chocalhos que levam no cinto, ficam com grande parte dos louros e da atenção de quem passa. No domingo de Entrudo vestem os seus trajes, que podem pesar até cinco quilos, colocam as suas máscaras com imagens de animais e percorrem a vila.

Peliqueiros de Laza

Manzaneda

O som dos bombos, dos chocalhos e dos utensílios agrícolas enche as ruas da vila de Manzaneda durante as festividades, acompanhado dos foliões que dançam ao som da música. Contudo, por mais marcante que este espetáculo seja, não é o rei da localidade. O momento alto acontece na terça-feira, quando os fregueses se reúnem para um almoço repleto de animação e comida popular, em que o protagonismo vai para o porco.

Entrudo de Manzaneda

Em Manzaneda, os fregueses reúnem-se para um almoço conjunto repleto de animação e comida popular

Ulla

Na comarca de Ulla, próxima de Santiago de Compostela, os protagonistas andam fardados, não fosse a celebração dedicada aos Xenerais do Ulla. Esta celebração original de Ulla acontece, pelo menos, desde os anos 70 do século XIX. Nela, generais e mensageiros percorrem as freguesias a pé e a cavalo, representando cenas dramáticas. A tradição atrai milhares de visitas à comarca todos os anos.

Xenerais de Ulla

Maceda

Menos conhecidas do que os seus familiares de Laza e Verín, mas igualmente fascinantes são as máscaras do Entrudo de Maceda. Os felos envergam igualmente vestes rústicas em tons de vermelho, mas usam meias brancas em vez de pretas. Aqui, a tradição dita que apenas os homens solteiros se mascarem, simbolizando espíritos rebeldes e anárquicos.

Felos de Maceda

Vilariño de Conso

Vilariño de Conso celebra aquilo que muitos consideram ser o “Entrudo em estado puro”. O Boteiro, personagem principal, é o dirigente do fulión, um grupo de pessoas que toca vários instrumentos. Em cada aldeia do município existe um fulión, com os respetivos boteiros, que dançam ao seu ritmo. Além disso, é feita a fuliada, uma peça de teatro satírica, com base em temas da atualidade.

Entrudo de Vilariño de Conso

Vilariño de Conso celebra aquilo que muitos consideram ser o “Entrudo em estado puro”

Foz

Humor, emoção, transgressão, sentimento e vistosidade são algumas das palavras usadas para descrever o Carnaval de Foz. O desfile com uma duração superior a três horas é o momento alto das festividades e acontece no sábado de Entrudo. Mas não se fica por aí, com atividades como as Comadres, o Pregón, as Coplas e os bailes a darem vida ao fim-de-semana prolongado.

Entrudo de Foz

Humor, emoção, transgressão, sentimento e vistosidade são algumas das palavras usadas para descrever o Entrudo de Foz

Marín

Em Marín, Pontevedra, o Enterro da Sardiña dá vida ao Entrudo desde 1882, apesar de ter sido interrompido entre 1936 e 1976. O caráter cultural e tradicional do Entrudo é outro dos seus fatores chamativos, procurando-se sempre manter as vestimentas o mais autênticas possível. A tradição conta ainda com o Bispo e é adequada tanto para adultos como para crianças.

Enterro da Sardiña

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