Os vinhos Quinta do Monte D’Oiro expressam o terroir – e há um novo à prova

Francisco com o seu pai, José Bento dos Santos (à esq.), na Quinta do Monte D'Oiro. (Fotografia de Miguel Cachapa).
Acabada de lançar no mercado o muito especial Cabernet Franc, a Quinta do Monte D’Oiro, localizada na freguesia de Ventosa, é uma adega boutique que expressa o terroir nos seus vinhos, conta Francisco Bento dos Santos. A empresa produz vinho há quase três décadas.

José Bento dos Santos estava longe de pensar em fazer vinho quando comprou a Quinta do Monte D’Oiro, há 36 anos. “Comprou-a para voltar às origens, já que a minha avó tinha nascido na aldeia do lado, Vila Chã”, diz o filho Francisco, situando a história em Alenquer, quase na fronteira com Torres Vedras. Foi o historial do terreno que o fez mudar de ideias. Afinal, a quinta era há muito conhecida por ter um terroir privilegiado, tendo sido nela que o Visconde de Chanceleiros, Sebastião José de Carvalho, fez experiências contra a filoxera.

Mais tarde, o pai de Francisco – que se dedicara ao comércio de metais, viajando por todo o mundo e cultivando o gosto pela gastronomia – decidiu encomendar estudos de solo e clima e investir no vinho como passatempo. Em 1997, a primeira vindima recompensou-os com os títulos de “melhor vinho português de casta estrangeira” (Syrah, francesa) pela crítica nacional e “melhor Syrah da Península Ibérica” pela crítica internacional. Não por acaso, a casta mais plantada na região de Côte-du-Rhône, em França, uma das favoritas de José.

(Fotografia de Ricardo Bernardo)

(Fotografia de Quinta do Monte D’Oiro)

“O salto que demos desde a primeira colheita até hoje é enorme, mas orgulhamo-nos de manter a adega como um projeto familiar de pequena produção”. Aos poucos, a quinta cresceu para 30 hectares, construiu-se uma adega de raiz e investiu-se em maquinaria e em recursos humanos especializados. Formado em biotecnologia, Francisco supervisiona a operação. Graça Gonçalves é a enóloga residente no projeto, há 15 anos. “O meu pai, mais afastado do dia-a-dia da adega, continua a supervisionar e cuida dos netos”, diz Francisco.

Das vinhas plantadas em solos argilo-calcários, a baixa altitude, com boa exposição solar e bafejadas permanentemente pelos ventos atlânticos resultam vinhos “com boa frescura, acidez e equilíbrio” e assumidamente gastronómicos. “Quem conhece bem a Quinta do Monte D’Oiro reconhece uma identidade presente nos vinhos. Quem é especialista, mas não conhece a quinta, diz que nota uma personalidade vincada em todos os vinhos, seja qual for a casta e o ano”, acrescenta Francisco. Toda a produção tem certificação biológica.

(Fotografia de Ricardo Bernardo)

Francisco Bento dos Santos é quem está hoje à frente da empresa. (Fotografia de Gonçalo F. Santos)


Vinho

Quinta do Monte d’Oiro Cabernet Franc Lisboa tinto 2021
50 euros

Francisco Bento dos Santos detém as rédeas da empresa e de toda a produção vitivinícola desta propriedade, decisão tomada em conjunto com o seu pai, José Bento dos Santos, fundador e alma deste projeto único. Vanguarda e excelência garantidas, a casa acaba de colocar no mercado o primeiro varietal de Cabernet Franc, casta histórica no vale do Loire (França) e estruturante em Saint-Émilion. Vinho notável, a colocar o produtor na charneira da inovação. Produziu apenas 800 garrafas.

(Fotografia: Quinta do Monte D’Oiro)


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