Margem Sul: onde comer e beber na noite do Seixal

Novos restaurantes para começar a noite e bares para prolongá-la - ainda que até não muito tarde - mostram a vitalidade da vida noturna na Margem Sul. Quase sempre com vista para Lisboa.

Na Margem do Sul do Tejo, a 20 minutos de carro de Lisboa, não mora apenas gente. A pequena península da zona velha do Seixal tem vindo a ganhar vida nova, muito a reboque do turismo, com a abertura de muitos (e bons) restaurantes de cozinhas para todos os gostos e carteiras. Se isto já não fosse bom motivo para atravessar a ponte, há também agora uma certa afirmação da vida noturna, vivida entre bares mais antigos – há um veterano com quase trinta anos – e outros mais recentes.

Todos têm ambientes e decoração diferentes, mas da vila não esquecem a sua herança industrial, que encaixa em forma de rodas dentadas nas paredes do bar do Mundet Factory – onde funcionou uma das maiores corticeiras do mundo no século XX – e se sente nas madeiras que revestem o Copofonia. E há outros, como o CBS, que guardam memórias pessoais e objetos cheios de história. Entre cocktails e copos de cerveja, todos boas opções para começar a noite na baía do Seixal, até às 02h00 da manhã.

A FÁBRICA. João Macedo, ex-concorrente do concurso Masterchef da TVI, abriu faz agora dois anos o Mundet Factory, restaurante e bar em honra da Mundet & Sons, uma das maiores corticeiras do mundo sediada no Seixal. Da fábrica, encerrada em 1988, o chef de comidas do mundo recuperou rodas dentadas, portas e tubagens por onde passavam as rolhas de cortiça. E um dos tapetes rolantes deu até origem ao balcão do bar, porta de entrada na Mundet, com três grandes lustros e uma aura urbana e industrial. Ao balcão, Marco Antunes experimenta novas técnicas de mixologia e propõe cocktails que servem tanto de aperitivo para o jantar como de prolongamento da visita. A música ao vivo toma conta do espaço às sextas-feiras e sábados a partir das 23h00.

O CLÁSSICO. Um clássico com quase trinta anos mas que nunca se deixou acomodar, sabendo acompanhar os tempos e criar tendências na noite seixalense. Assim é o Copofonia. Entra-se, e as madeiras saltam logo à vista pela inspiração nórdica e levemente industrial da decoração. Depois, é ficar para perceber porque ainda hoje se mantém um dos espaços de eleição para a vida noturna na Margem Sul, colhendo a preferência de gerações e gerações. Para aquecer as noites de outono e inverno no momento pós-jantar há vinho, gin e uma aposta no vinho quente e bebidas aconchegantes. A música é mais electrónica, mas sempre com uma pitada de world music. Um clássico pode sempre surpreender.


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O BAR DAS PESSOAS. É assim que Rui Graça descreve o CBS, a dois passos do Copofonia na Praça Luís de Camões. Abriu-o há oito anos, tinha então muito pouco, e hoje orgulha-se da forma como cresceu, com as histórias de cada visitante. Exemplo: uma cadeira de braços que uma amiga lhe ofereceu e que o pai forrou com mais de 600 caricas pretas e douradas. Outro: uma parede riscada por uma criança e que deu azo a uma tela gigante, escrita por quem lá vai, vindo do Seixal e do mundo, beber um copo. Há cervejas – portuguesas e estrangeiras – e clássicos de bar infalíveis, leia-se caipirinha e mojito. O público é eclético, e como o bar é pequeno, encontra espaço na esplanada protegida do vento. E o nome? Deriva de uma alcunha. «Chamam-me Cebola desde o meu 5º ano da primária. Até o meu avô, que já faleceu, chamava-me Cebola, algo que sempre aceitei com tranquilidade», brinca Rui.

STREET FOOD ASIÁTICA. Ainda é um bebé, por ter aberto em dezembro do ano passado, mas já conquistou um lugar especial na zona antiga do Seixal. Chama-se Senhor Miyagi e replica, logo pela decoração, a atmosfera luminosa e colorida das grandes cidades asiáticas. A inspiração para a carta veio na bagagem de Bruno Rochart, um dos responsáveis pelo projeto. David Santos (que esteve no Nood, em Lisboa) é quem faz os noodles, ramen, baos, panquecas japonesas, gyosas, espetadas de frango e pad tai que têm deliciado os visitantes. E que são, também eles, uma boa desculpa para dali caminhar a pé até um dos bares, depois de jantar.

 

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