O Seixal está a mudar: 7 novos locais a não perder

O Seixal está a entrar na rota de muitos lisboetas, residentes da Margem Sul e estrangeiros, que lá vão atraídos pela baía, pela restauração e pelos alojamentos locais. Um grupo de empresários mostra porque está a zona antiga do Seixal a ganhar vida nova.

Sentado numa das mesas do bar da Mundet Factory, João Macedo aponta através da parede à sua frente para contar como estava aquela zona da baía do Seixal quando ali chegou: em obras. Durante dois anos, o núcleo antigo do Seixal (que em conjunto com a Arrentela, Amora e Aldeia de Paio Pires deu origem ao concelho que se conhece hoje) esteve quase «inacessível» de automóvel – lembram também muitos empresários que entretanto abriram ali negócios – o que dificultou a vida às pessoas, mas o sol não tardou a raiar.

Hoje são dois quilómetros de uma ‘nova’ frente ribeirinha de um total de 14 quilómetros que se abrem à população e à fruição do espaço urbano. «Tem sido uma grande vantagem, nota-se que as pessoas orgulham-se de onde estão, vêm passear, e a parte desportiva e do bem-estar evoluiu a 200 por cento», comenta o chef de 35 anos.

A zona ribeirinha foi intervencionada recentemente. Ao fundo, o edifício da Mundet Factory. (Fotografia de Carlos Costa/GI)

O Seixalíada é um dos eventos de desporto dinamizados pela autarquia. Na área da música, destaca-se o SeixalJazz. Mas a cultura esteve sempre presente no espaço da antiga fábrica Mundet & Sons, utilizada desde os anos 90 como um pólo cultural. «Foi aqui que se beberam as primeiras cervejas e onde vim com 14, 15 anos ver os meus primeiros concertos e exposições. Para a geração dos 35-40 anos isto é um marco», assegura João Macedo.

A Mundet & Sons – fundada em 1905 e que chegou a ser a maior empresa de cortiça do país, com três mil trabalhadores, tendo vindo a encerrar em 1988 -, deixou um património material e imaterial ímpares, que a Mundet Factory continua a preservar e o município quer dinamizar em breve com um hotel, por exemplo. Aquele espaço tem sido, com efeito, o epicentro da mudança urbana em curso no núcleo antigo do Seixal, com grande foco no turismo.

É também com esse olhar que Bruno Rocharte olha para a vila onde decidiu abrir, com dois amigos, o restaurante asiático Senhor Myiagi, um tipo de cozinha praticamente inexistente na Margem Sul. «A zona está a despertar o interesse de muitos investidores, mas de forma muito lenta. Está cheia de potencial, a 15 minutos de Lisboa, e parece que esteve adormecida ou escondida. Os progressos têm sido feitos», comenta.

O bar e restaurante da Mundet Factory nasceram nos antigos refeitórios da fábrica, aproveitando materiais industriais. (Fotografia: DR)

Para sentir na pele como a zona antiga e ribeirinha está a mudar não é preciso percorrer longas distâncias. Estaciona-se o carro perto (uma vez que não há parquímetros, caso raro numa cidade da Grande Lisboa) ou segue-se a pé. Porta sim, porta não há espaços novos a abrir – sobretudo restaurantes -, em harmonia com clássicos como o bar Copofonia, as pastelarias Xandite, o Lisboa à Vista (dentro de um antigo cacilheiro) e os restaurantes O Batoque, O Bispo onde se come muito e bem.

A gastronomia local, ancorada no rio Tejo, leva à mesa especialidades como a feijoada de choco, caldeirada, massada de peixe, enguias fritas e ensopado de enguias. Propostas mais contemporâneas e seguidoras das tendências encontram-se nos espaços que a Evasões visitou (entre os muitos que têm aberto ultimamente). Comer ao pé do rio ganha um novo significado.

Percorra a fotogaleria para conhecer alguns dos novos espaços da zona ribeirinha do Seixal.

 

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