Adega de Favaios: Casa Velha Branco, vinho com equilíbrio e acidez

Região demarcada do Douro (Fotografia DR)
Na Adega de Favaios, os vinhos mais conhecidos são os seus moscatéis. Mas os vinhos tranquilos DOC Douro já há muito se começaram a destacar.

Casa Velha é uma marca já antiga da Adega de Favaios. Foi, na verdade, a primeira criada para os vinhos DOC Douro, ainda na década de 1980, explica Miguel Ferreira, o enólogo da casa desde finais de 2001. Primeiro, só tinha tintos no seu portfólio, mas nos últimos dez anos, com o relançamento da marca, apostou nos brancos, utilizando as castas que melhor se dão sob o clima, o solo e a altitude daquela região.

“As castas que usámos para este Casa Velha estão plantadas entre os 600 e os 700 metros. Aqui é um bocadinho diferente do resto do Douro. É mais fresco no pico do verão e há mais pluviosidade”, refere. Os seus solos férteis “conseguem produzir uvas brancas de excelente qualidade com equilíbrio, acidez, frescura e com potencial aromático importante, já que as castas brancas do Douro não são geralmente muito exuberantes desse ponto de vista, tirando o moscatel, claro”.

Este branco acaba por ser o reflexo do trabalho que a adega tem realizado nas últimas décadas. “A equipa de enologia começou, no início do milénio, a incentivar os viticultores a alterarem algumas castas brancas que tinham plantadas nas suas parcelas. Quase todas estavam muito adequadas para a produção de vinho do Porto e algumas não eram as mais interessantes para DOCs”, explica. Começaram, então, a plantar-se castas como o gouveio ou o viosinho. “As parcelas, já maduras, estão agora a atingir a qualidade que esperávamos que elas tivessem”, admite.

Neste blend entra o Gouveio, “que tem um perfil aromático de maior complexidade”, o viosinho, interessante porque “confere untuosidade”, e o moscatel “porque sim”, ri. “A Adega de Favaios é uma adega de vinho moscatel [generoso] e esta casta tem de estar presente no nosso vinho de entrada, para ter a identidade da casa”, remata. LM

 


Casa Velha Branco
Grau alcoólico: 13,5%
Preço: 4 euros

O PRATO
Açorda de camarão. O pão é central para o sucesso da receita e deve ser de véspera para libertar amido e reagir com vigor ao azeite. Depois é ter alma e mão para que a alquimia doméstica aconteça. Branco singular, competente no envolvimento primoroso com a açorda, e se for ligeiramente picante, melhor. Deixe a integração da gema para o fim, com a açorda ainda bem quente, para criar pontes com o vinho. FM




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