A variedade é a força da Quinta das Carvalhas

Em fevereiro, a Real Companhia Velha apresentou os rótulos da Quinta das Carvalhas que saem agora para o mercado. Entre perfis clássicos e outros mais exóticos, sobressai o potencial para a produção de vinhos DOC Douro únicos.

Na Quinta das Carvalhas, instalada no Alto Douro e pertencente à bicentenária Real Companhia Velha, produzem-se vinhos com perfis singulares. Para apresentar as suas novidades, Pedro O. Silva Reis (à esquerda na foto), representante da empresa e parte da equipa de enologia; o diretor desta área, Jorge Moreira (à direita); e Álvaro Martinho Lopes (ao centro), responsável pela viticultura, montaram uma prova nas instalações em Vila Nova de Gaia.

Os vinhos agora revelados marcam também uma mudança na marca, que passa a comercializar os seus DOC com a designação “Quinta das Carvalhas”, tal como já fazia com os portos, e não apenas “Carvalhas”.

À prova estiveram cinco referências, sendo que duas delas são estreias, a Quinta das Carvalhas Reserva e a Quinta das Carvalhas Vinha do Eirol. “Não temos uma gama clássica com tinto, reserva e grande reserva”, explica o enólogo Jorge Moreira, acrescentando que a ideia para os vinhos que daqui saem é mostrar “o perfil da singularidade da parcela de onde vêm”.

E como a “localização é tudo”, estes vinhos da Quinta das Carvalhas, feitos no coração do Douro, têm características particulares, devido à “diversidade de terroirs, altitudes e exposições solares”. Além disso, na quinta encontram-se “mais de 20 hectares de vinhas velhas e vinhas muito velhas, profundamente adaptadas ao local onde estão, com mais de 100 anos. Todas muito bem tratadas”. Também há vinhas mais jovens a partir das quais são produzidos os vinhos brancos.

(Fotografia de Gonçalo Villaverde/GI)

O primeiro vinho a ser experimentado foi precisamente o Branco 2022, blend de Viosinho e Gouveio, que revela acidez natural e frescura. “O Gouveio dá-lhe o lado mais mineral, mais austero e alguns amargores; confere ao vinho uma textura mais interessante. O Viosinho revela as notas frutadas típicas da região”, refere o enólogo.

Seguiu-se o monovarietal Tinta Francisca 2020. Ao contrário de 2022, um ano extremamente seco, 2020 teve uma primavera muito chuvosa, à qual se seguiu um verão quente. A vindima iniciou-se mais cedo do que o habitual, tendência essa que veio para ficar. Apesar das dificuldades, este tinto tem um perfil muito fino e elegante. Até porque a Tinta Francisca “é uma casta nativa maravilhosa, que resiste bem ao calor e tem um lado elegante”, considera Álvaro Lopes.

Muito diferente é o Vinha do Eirol, oriundo de uma parcela plantada na década de 1920, virada a poente, uma mistura de castas autóctones. Esta vinha, que foi adquirida recentemente, conta Jorge Moreira, deu um vinho “fora do baralho, muito exótico para uma vinha velha”, mas com perfil elegante, fino, pouco extraído. “Cheira e sabe a Douro, mas tem nuances mais desafiantes.”

O Reserva 2021 é já uma mistura de vinhas velhas e vinhas adultas de Touriga Nacional. É carregado de cor, com fruta vermelha madura, frutos e ervas do bosque, encorpado e complexo.
A prova terminou com o Vinhas Velhas 2020, feito de uvas de vinhedos plantados em 1932. Um tinto do Douro intenso e profundo, a sublinhar a variedade e potencial da Quinta das Carvalhas.

VINHOS
Quinta das Carvalhas branco 2022 – 30 euros
Quinta das Carvalhas Tinta Francisca tinto 2020 – 50 euros
Quinta das Carvalhas Vinha do Eirol tinto 2021 – 50 euros
Quinta das Carvalhas Reserva tinto 2021 – 30 euros
Quinta das Carvalhas Vinhas Velhas tinto 2020 – 65 euros




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