Coimbra tem um tesouro natural no centro da cidade

O Jardim Botânico da Universidade é rico em património natural e construído. Para lá dos seus portões há árvores centenárias, um nenúfar gigante, estufas, fontes e até uma capela.

A paisagem é verde, com alguns amarelos e laranjas emprestados pelo outono, riqueza natural habilmente conjugada com construções como estufas e fontes. O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, que integra a lista de Património da Humanidade da UNESCO, foi fortemente atingido pela tempestade Leslie, em outubro. Houve estragos em árvores (como a famosa figueira estranguladora, com mais de 130 anos), muros e vedações; algumas zonas continuam reservadas. Mas isso não lhe apagou a beleza.

O espaço foi criado, no âmbito da Reforma Pombalina, para receber uma coleção de plantas vivas que contribuíssem para o ensino das ciências médicas. A data oficial é 1772, mas em 1774 é que começou a haver um embrião, conta o diretor do Jardim Botânico, António Gouveia. Nos seus 13,5 hectares, nove deles ocupados pela mata, cabem árvores centenárias de grande porte, a primeira cisterna de armazenamento de água para abastecer a cidade e até uma capela, ou não estivesse em terrenos doados, na maioria, pelos frades beneditinos.

Lugares obrigatórios:

Estufa Grande
A Estufa Grande, construída no século XIX, e um dos primeiros exemplos da arquitetura do ferro em Portugal, reabriu, em março, após uma intervenção desenhada pelo arquiteto João Mendes Ribeiro. Só pode ser visitada por marcação, e guarda essencialmente plantas tropicais e subtropicais. A joia da coroa é a Victoria cruziana, um nenúfar gigante cujas folhas podem atingir quase dois metros de diâmetro, no Amazonas. Mas há outras plantas curiosas, como aquela que é usada como sabão, porque ao esfregar-se as folhas produz espuma – o nome comum é pau-sabão, e distribui-se pelas regiões tropicais da costa ocidental africana.

Mata do Botânico
A Mata do Jardim Botânico reabriu ao público em 2017, trazendo consigo um novo percurso entre a Baixa e a Alta, a pé ou de autocarro (ler caixa). É uma área superior a nove hectares, com árvores centenárias, vegetação a crescer livremente e um grande bambuzal, sem esquecer a Capela de São Bento ou a Fonte dos Três Bicos. Engloba também a estufa-fria, guardiã de plantas que normalmente crescem debaixo de outras, como fetos arbóreos, presentemente encerrada ao público.

Jardins de Coimbra em trânsito

Atravessar a Mata do Botânico de autocarro
Dois miniautocarros de tração híbrida, com audioguias gratuitos, servem a Linha do Botânico, que liga a zona ribeirinha à Alta: vai do Rossio de Santa Clara à Universidade atravessando a Mata do Botânico, segue para a Baixa pela Couraça de Lisboa e termina onde começou, na margem esquerda do Mondego. O bilhete custa 1,60 euros, o preço de uma viagem normal num autocarro dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra.

Um percurso pelos jardins de Coimbra
A Linha do Botânico permite fazer um circuito pelos principais espaços verdes da cidade num transporte público mais ecológico: muitas das paragens ficam junto de jardins emblemáticos ou nas suas imediações. Os miniautocarros passam pelo Jardim Botânico, mas também pelo Parque Dr. Manuel Braga e pelo Parque Verde, junto ao rio, e em Santa Clara param perto da Quinta das Lágrimas, associada aos amores de Pedro e Inês.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Jardim Botânico de Coimbra
Horário
Todos os dias, das 09h00 às 17h30 (no verão, até às 20h00).
Custo
() Entrada livre. Visitas guiadas ao Jardim para grupos de mais de 10 pessoas, por marcação ([email protected]). 3 euros.


GPS
Latitude : 40.20549099999999
Longitude : -8.420743000000016

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