Fontinha: este bairro do centro do Porto é um mundo

Esta reportagem foi feita com a ajuda de quatro jornalistas “júniores” do 4º ano da Escola EB1 da Fontinha, no Porto, numa iniciativa que assinala os 129 anos que o Jornal de Notícias celebra hoje. A Evasões contou com esta equipa, com 9 e 10 anos de idade, que criou um pequeno roteiro por alguns dos lugares que vale a pena conhecer no seu bairro multicultural.

A Fontinha é um lugar cheio de história e tem-se tornado uma das zonas mais internacionais do Porto, graças aos muitos estrangeiros que ali se têm instalado para viver. A Fontinha tem ainda uma história ligada à luta operária e foi ali que que germinaram as raízes do movimento operário, com a fundação da Associação dos Trabalhadores do Porto e os primeiros passos da imprensa operária portuense. Vale a pena dar um passeio entre o seu casario raso, as suas calçadas íngremes e o seu modo de vida comunitário, fazendo algumas paragens, nestes lugares que sugerimos.

1. Fundação Escultor José Rodrigues

Em contagem decrescente para a festa de São João, este é um espaço a visitar, pela original e bonita exposição de cascatas que organiza, feitas por escolas e instituições sociais do Porto e arredores. Este ano, há ainda um vídeo sobre memórias da festa em permanente projeção. Nesta antiga fábrica do Alto da Fontinha, o escultor José Rodrigues instalou o seu atelier (mantido para visitas por marcação depois do seu falecimento) e existe uma agenda dinâmica, ligada ao associativismo local, que passa pelo acolhimento de espetáculos e oficinas. É Ágata Rodrigues quem está à frente da Fundação e que convida a uma visita durante junho, quando o horário é alargado e a Fábrica Social abre todos os dias. Neste mês, todas as crianças (e famílias) podem entrar e pedir para fazer uma “Cascata na Hora”, com os materiais disponíveis.

2. Casa Salgueirista

O restaurante Casa Salgueirista tem paredes forradas a azulejos, uma decoração simples e rosto amigáveis à espera dos clientes. E tem uma bonita história de família para contar. Há 24 anos que o casal Flávio e Fátima Rocha, natural de Cinfães, ali correu o risco da sua vida, deixando a vida de operários em Leça para investir naquele espaço no bairro da Fontinha, onde são tanto estimados pela ternura das relações que criam com os vizinhos como pela comida que sai da grelha e do forno a lenha. Foi Flávio quem os construiu, tendo erguido o forno com as pedras da antiga casa do seu pai. O filho Miguel trabalha com os pais, pelo que está assegurado que vai continuar a sair fumo com aroma a grelhados do pátio deste templo de boa comida popular, onde está a ser já organizada a festa de São João, e a carta se faz de robusta simplicidade, com a carne dos animais e os legumes que os Rocha criam e cultivam numa pequena quinta.

3. Largo da Fontinha

No Largo da Fontinha, há um relvado, uma fonte de ferro feita na antiga Fundição do Bom Sucesso, seis jacarandás floridos e toda a vidado bairro a passar. Donas de casa estendem roupa a secar no varandim, os vizinhos trazem cadeiras para conversar cá fora brincam as crianças e ouvem-se vozes em várias línguas. Este é, afinal, um dos bairros do Porto com maior número de nacionalidades, mercê dos estrangeiros que ali fixam residência. E a vista do largo, essa, é um postal de telhados do Porto.

 

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