Encontrar a poesia percorrendo as ruas do Porto

O Diplomata

Há dois anos, este histórico café na Baixa do Porto, onde nos anos 60 e 70 se reuniam escritores em animadas tertúlias, passou para as mãos de Inês Gomes e Ângelo Oliveira. O espaço foi completamente renovado pela dupla. Esteticamente, ficou mais charmoso, inspirando-se na herança deixada pelos poetas que lá faziam as suas tertúlias. É possível ler, tanto na montra como em vários outros sítios do café, versos de alguns desses escritores (resgatados do livro «Os Poetas do Café», edição raríssima de 1981 que reúne poemas de autores que frequentavam o Diplomata, como Amadeu Baptista, Eduarda Chiote, Egito Gonçalves, Helga Moreira, Jorge Sousa Braga, entre outros). Pormenores como uma máquina de escrever, um telefone antigo ou mesmo o estilo de letra utilizado ajudam a criar o ambiente.

(Fotografia de Artur Machado/GI)

O Diplomata

(Fotografia de Artur Machado/GI)

Pinguim Café

É sempre à segunda-feira, esse dia improvável, que as cadeiras do Pinguim se enchem para as noites de poesia. Há mais de 30 anos que a tradição fundada pelo poeta Joaquim Castro Caldas se repete na esconsa rua de Belomonte, na fronteira entre a Baixa e a Ribeira. Entre cigarros, copos e rimas, o ambiente descontraído convida a participar quem quer. Quem não quer, pode manter-se no seu lugar e apreciar um dos poucos locais da cidade que ainda promovem este tipo de noites culturais.

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

Pinguim Café

(Fotografia de Pedro Correia/GI)

Gato Vadio

Mais do que apenas uma livraria, a Gato Vadio é um verdadeiro espaço cultural que promove tertúlias e discussões, ciclos de cinema e concertos, sempre com as estantes repletas de obras alternativas. A poesia está inevitavelmente presente neste canto decorado com mobiliário vintage e apropriadamente instalado, desde 2007, no quarteirão das artes.

(Fotografia de Fábio Poço/GI)

Gato Vadio

(Fotografia de Fábio Poço/GI)

Livraria Poetria

Nasceu em 2003 para contrariar a tendência das grandes livrarias, onde a poesia é regularmente encostada a um canto. Aqui, a poesia é rainha. Novos e velhos, clássicos e contemporâneos, todos os livros encontram o seu espaço nas estantes da mais antiga loja das Galerias Lumière. E contra todas as expectativas, a Poetria mantém-se viva, graças aos fiéis clientes que por ali passam, para comprar, espreitar ou apenas dar dois dedos de conversa.

(Fotografia de Global Imagens)

Livraria Poetria

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Café Piolho

É uma das instituições mais queridas e democráticas da cidade e ponto de encontro de gerações, escritores, poetas, estudantes e todos os que ali encontravam (e encontram) espaço para um café matinal, um almoço, um fino tardio e uma conversa a qualquer hora do dia. Nasceu em 1909 como Âncora d’Ouro e ganhou raízes na cidade sob o nome de café Piolho. Por lá passaram Pedro Homem de Melo, Manuel António Pina, entre outros, mais e menos famosos, uns com jeito para a escrita e poesia. E estudantes, muitos, até porque este é um café académico por excelência e, hoje, um dos pontos mais agitados da renovada noite portuense.

(Fotografia de Luís Costa Carvalho/GI)

Café Piolho

(Fotografia de Leonel de Castro/GI)

Quintas de Leitura no Teatro do Campo Alegre

Há mais de uma década que as últimas quintas-feiras de cada mês são sinónimo de Quintas de Leitura, no Teatro do Campo Alegre. A iniciativa, criada em 2001, mantém-se viva e continua a promover as artes, sempre com a poesia em destaque, entre leituras, dança e concertos. A próxima edição acontece a 30 de março e terá como convidado principal o poeta Jorge Sousa Braga, sob o tema Sombras Brancas. Lula Pena estará a cargo das canções.

(Fotografia DR)

Lula Pena é uma das convidadas das próximas Quintas de Leitura, dia 30 de março (22h00), no Teatro do Campo Alegre

(Fotografia de Ricardo Miranda/GI)

Casa Andresen

Ali cresceu Sophia de Mello Breyner Andresen, na imensa quinta repleta de jardins e um imponente palacete que a própria descreveu na sua obra. Hoje, é a Casa Andresen do Jardim Botânico do Porto, renovado em 2011, que continua aberto para que todos possam percorrer os mesmos caminhos que a então jovem poetisa, que se viria a tornar num dos nomes mais emblemáticos da literatura portuguesa.

(Fotografia de Rui Oliveira/GI)