Lontras resgatadas ganham nova casa no Oceanário de Lisboa

O Oceanário de Lisboa, que acabou de comemorar 20 anos de existência, tem duas novas lontras marinhas que foram resgatadas do Alasca com menos de um ano de vida. Os animais já recuperaram e podem agora ser vistos na companhia de outras duas lontras.

Duas lontras-marinhas são as mais recentes estrelas do Oceanário de Lisboa, que acabou de comemorar 20 anos no âmbito da Expo’98. Os animais, que estão agora integrados, cheios de saúde, no habitat do Pacífico do Oceanário de Lisboa, foram resgatados em estado muito debilitado das águas geladas do golfo do Alasca, pelo centro de recuperação de animais marinhos Alaska Sea Life Center, na lagoa de Odiak e na região de Kasilof, na primavera do ano passado.

Os machos, batizados de Odi e Kasi em referência aos locais em que foram encontrados – Odiak e Kasilof, na península de Kenai – tinham menos de um ano de idade quando foram encontrados por populares. Por esse período de vida ser aquele em que «as crias aprendem com as progenitoras as regras básicas de sobrevivência, como procurar alimento e cuidar do pelo», a sua reintrodução no habitat natural não foi viável, explicou o Oceanário em comunicado.

As lontras foram transportadas num voo de sete horas para Lisboa e o seu processo de adaptação ao ambiente do Oceanário de Lisboa foi «um sucesso», segundo Núria Baylina, curadora e diretora de Conservação do Oceanário. «Estiveram em quarentena 30 dias, em constante monitorização, até estarem perfeitamente adaptadas às novas condições» e à convivência com as duas lontras-marinhas que já habitavam no Oceanário. São elas as fêmeas Micas e Maré, de 18 e 20 anos de idade, crias das lontras Amália e Eusébio, que morreram em 2013 e 2010, respetivamente. A esperança de vida destes animais não ultrapassa os 20 anos.


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A lontra-marinha é uma espécie considerada em perigo e tem estatuto de conservação segundo a Lista Vermelha da ‘International Union for Conservation of Nature’ (IUCN). Vive bem adaptada à vida marinha, no entanto, ao contrário da maioria dos mamíferos marinhos, não tem uma camada de gordura espessa debaixo da pele que a isole do frio. O pelo é por isso muito denso, sendo este o animal com mais pelo do planeta: cerca de 155 mil pelos por centímetro quadrado. A impermeabilidade do pelo é mantida através da gordura que libertam e que ajuda a reter bolhas de ar essenciais para flutuar e para manter a temperatura do corpo.

Este é aliás o único mamífero marinho que ainda apresenta caraterísticas de animais terrestres, tendo patas dianteiras como o cão, dentição de carnívoro, orelhas e até sobrancelhas. O seu metabolismo é muito acelerado, com vista a manter a temperatura do corpo, e obriga a lontra-marinha a comer todos os dias o equivalente a 30% do seu peso. A vida é quase toda passada dentro de água, inclusive durante a reprodução e a gestação.

«Ao receber estas duas novas lontras-marinhas, o Oceanário de Lisboa reforça o seu compromisso de contribuir para a proteção da biodiversidade marinha e de sensibilizar os visitantes para a conservação do oceano», lê-se em comunicado.

 

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