Vale do Côa: as novas visitas às gravuras rupestres fazem-se a nado pelo rio

Vale do Côa: as novas visitas às gravuras rupestres fazem-se a nado pelo rio
O Vale do Côa. (Fotografia: Francisco Pinto/Lusa)
Novo circuito arrancou sábado e leva os visitantes a nadar ou remar pelo rio, para conhecer as gravuras rupestres do Vale do Côa, maior exposição de arte rupestre ao ar livre no mundo, através de uma nova perspetiva.

A Arte do Côa pode ser contemplada com recurso à natação numa iniciativa “inovadora” que concilia desporto com cultura, e em que os visitantes só precisam de percorrer um trajeto de quatro quilómetros pelas águas do rio. A primeira visita foi realizada no sábado, e juntou cerca de 40 participantes que se “atiraram” às águas calmas do rio Côa, para poderem contemplar as gravuras rupestres do Vale do Côa, com mais de 30.000 anos, com destaque para o maior boi selvagem (auroque) do mundo, gravado na rocha que recentemente foi posto a descoberto no sítio do Fariseu.

O percurso começou pela manhã, junto ao paredão que restou do antigo complexo que seria a barragem do Baixo Côa e, a partir deste ponto, os visitantes foram nadando e remando ao longo de quatro quilómetros, com tempo para parar pelo caminho, onde apenas se ouvia as explicações dos guias turísticos da Fundação Côa Parque e o salpicar da água. Aos visitantes tudo foi explicado, com o pormenor de cada risco picotado no xisto, o que era sempre motivo para mais uma questão, não se estivesse num local que constitui a maior exposição de arte rupestre ao livre em todo o mundo, classificada como Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Fotografia: Fundação Côa Parque

Carlos Gonçalves, um dos mentores deste projeto de “Águas Abertas”, frisou que esta modalidade aquática pretende juntar a cultura e o desporto, promovendo ao mesmo tempo o convívio entre os grupos de pessoas participantes, cumprindo para já todas a regras sanitárias impostas. “Escolhemos este troço do rio Côa, entre a Canada do Inferno e sítio do Fariseu, por ser paradísico, de grande valor cultural e patrimonial”, referiu o também responsável pela Master Swim Tours, parceira da Fundação Côa Parque nesta nova forma de visita às gravuras do Côa.

O novo conceito de visita à Arte do Côa integra-se na modalidade de natação em “águas abertas”, de mares, rios, lagos, albufeiras, entre outros locais, com pouca ou nenhuma delimitação física do espaço onde é praticada. E quem não sabia nadar, ou não se atreveu, optou por uma visita às gravuras com recurso à canoagem, uma das ofertas mais procuradas nos roteiros turístico do Vale do Côa, para divulgação do seu património arqueológico e natural.

O espaço arqueológico do Vale do Côa divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa, com os sítios da Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno, e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro, nas áreas de Fonte Frireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves e Vale de Cabrões.




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