Série “White Lines”: Nuno Lopes entre sexo, drogas e techno

O criador da espanhola «La Casa de Papel», a produtora da britânica «The Crown» e um português no elenco de atores. A estes ingredientes junta-se uma história de mistério baseada no lendário DJ de Manchester, cujo corpo foi descoberto 20 anos depois do seu desaparecimento em Ibiza.

É esta a receita de “White Lines”, série de Álex Pina, concebida pela Left Bank Pictures e com interpretação de Nuno Lopes, que a Netflix disponibiliza a partir desta sexta-feira, 15 de maio.

A ação começa quando a irmã da vítima regressa à ilha espanhola para descobrir o que aconteceu. A investigação leva-a a um mundo de discotecas, mentiras e encobrimentos, forçando-a a confrontar os lados mais escuros do seu próprio carácter num lugar onde todos vivem a vida no limite. «Esta série é muito difícil de descrever. (…) Tem um lado policial e tem um lado muito cómico porque é a história de uma bibliotecária que viveu sempre em Manchester», contou Nuno Lopes em entrevista.

Filmada entre junho e outubro de 2019 nas ilhas Baleares de Maiorca e em Ibiza, “White Lines” é composta por 10 episódios, de 60 minutos cada e “passa-se entre dois tempos: em 2020, mas com muitos flashbacks para os anos 1990″. “Parece-me que há uma reflexão interessante sobre o que é ficar velho e o que muda na vida de uma pessoa passados 20 anos. (…) Perceber em que momento estamos da nossa vida, o que é que ficou para trás e o que é que queremos que seja o futuro”, acrescenta.

O português veste a pele de Boxer, chefe de segurança de uma família proprietária de sete clubes noturnos em Ibiza. “A minha personagem vive numa dessas discotecas. É uma figura icónica”. Para lhe dar vida, teve de se habituar a contracenar entre o inglês e o espanhol, já que a trama é narrada nestas duas línguas. “É sempre esquisito representar noutra língua [que não o português], porque não temos uma relação emotiva com as palavras”, confessa Nuno. “Além desta dificuldade, que é a maior, é preciso treinar sotaque e improvisar é mais difícil. Neste caso, a minha personagem começa muitas vezes a falar espanhol, depois passa para inglês, e volta ao espanhol”, ri-se.

Nuno explica ao Sapo Mag que a oportunidade de entrar em “White Lines” surgiu ao ter participado no projeto Passaporte, “uma espécie de festival que a Academia Portuguesa de Cinema e a Patrícia Vasconcelos organizam, em Portugal, e onde atores portugueses podem conhecer diretores de casting e alguns agentes”. Acabou por conhecer as diretoras de casting da série, que «viram o ‘São Jorge’ e outros filmes” do artista e “gostaram do trabalho”.
Laura Haddock, Marta Milans, Juan Diego Botto, Laurence Fox, Daniel Mays e Angela Griffin completam o elenco.

O que diz Álex Pina sobre esta série

«White lines» é o primeiro projeto do criador de “La Casa de Papel” com ambições a nível mundial desde o dia em que começou a ser pensada. O ponto de partida era o encontro entre as culturas latina e anglo-saxónica, o que se refletiu nos bastidores: a produtora de Pina trabalhou lado a lado com a britânica Left Bank, empresa responsável pela série “The Crown”. O que diz, afinal, o criador da sua obra?

1. «Ibiza foi um paraíso de liberdade e, 20 anos depois, transformou-se num paraíso do luxo e do dinheiro para os milionários».
2. «‘La Casa de Papel’” é mais parecida com uma história de banda desenhada. ‘White lines’ é um thriller emocional, mas independentemente disso há muitas coisas em comum: as personagens são extremas e há diálogos muitas vezes radicais, voltados para as emoções».
3. «Foi mais complicado [gravar esta série do que as anteriores] porque eu não falo inglês. Mas isso não alterou a forma de trabalhar ou de escrever o argumento».
4. «A irmã do DJ vai de Manchester para Ibiza cheia de questões sobre o que aconteceu ao irmão, e o que acaba por encontrar são respostas sobre a sua própria vida».

 




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