“Princípio, Meio e Fim”: o novo programa de Bruno Nogueira está prestes a estrear

Bruno Nogueira estreia o seu novo programa no domingo, 11 de abril, na SIC. O humorista explicou que será um espaço de “humor adulto”, que todos, inclusivamente os intervenientes, sabem como começa, mas só se descobre como se desenrola e como acaba à medida que a ação for acontecendo.

À partida, a nova série de Bruno Nogueira tem um princípio, um meio e um fim. Dizemos à partida porque, na verdade, não sabemos o que pode acontecer. Nem nós, nem o próprio humorista, que a escreve ao lado de Nuno Markl, Salvador Martinha, Filipe Melo e a interpreta também com Nuno Lopes, Jessica Athayde, Albano Jerónimo e Rita Cabaço. O ponto de partida é o único dado garantido: uma reunião, à mesa de jantar, de cinco amigos (ver caixa na página ao lado). Daqui para a frente, tudo é válido e a razão é simples: os argumentos de cada um dos seis episódios que a compõem são elaborados pelos guionistas no momento, em apenas duas horas. As histórias serão, logo de seguida, representadas pelo elenco de atores. Além disto, o que difere esta série das restantes é o facto de os erros que surgem na escrita terem de ser, também eles, interpretados.

“Temos duas horas para escrever um episódio que será representado na segunda parte do programa… Quando se tem um programa normal, se há um erro no argumento ou uma gralha, é corrigido”, explicou Bruno Nogueira, na conferência de imprensa, realizada online, de apresentação de “Princípio, meio e fim”. “Este programa nasce de uma coisa que sempre me fascinou e que há pouco espaço para isso na televisão, que é a questão do erro e do falhanço. De quando se erra, a tentativa de resolver. É muito mais interessante quando se erra, a vertigem que isso provoca a quem está a ver”, acrescentou.

Nogueira dá exemplos concretos: “A única regra é, se o argumento vier com algum erro de português, o ator tem de dizer o erro; se as falas forem escritas com letras maiúsculas, o ator tem de gritar; se o argumentista escrever um sítio inventado, os atores têm de ir para um sítio inventado. [Os atores] têm de assumir, e resolver, os erros na representação, numa homenagem a quem escreve, produz, cria e executa em Portugal”.

Já Nuno Markl sublinha que há um esforço extraordinário para que a parte da escrita seja, também ela, um espetáculo e “tudo menos monótona”. “Às vezes parece um thriller, parece que temos que desarmar uma bomba”, frisa. Salvador Martinha acrescenta: “Quando estamos concentrados em acabar a escrita, esquecemo-nos das câmaras e são quebradas todas as barreiras. “Aquilo a que o espectador tem acesso é a uma espécie de câmara voyeur e a algo que raramente se vê em televisão – o processo de criação que, além disso, não tem retorno. A partir do momento em que as duas horas terminam, não se pode voltar atrás, o que faz com que o tom da série assente muito nessa falta de lógica”, explica.

Mais: o que se passa em cada episódio fica para trás. Ou seja, começa, desenrola-se e termina, seja de que forma for. “Todas as semanas, as pessoas juntam-se para jantar sem o passado da semana anterior. Se alguém levar um tiro numa semana, na semana a seguir não há nada que se relacione com esse problema”, frisa Bruno Nogueira, que regressa assim à SIC depois do sucesso do programa digital “Como É que o Bicho Mexe”.

“Princípio, meio e fim” é, por tudo isto, um programa difícil de catalogar. “É um híbrido entre realidade e ficção. A parte da criatividade é realidade, é ter um tempo para criar um guião e aí não estamos a fazer personagens nem é ficção. A última parte é a ficção pura, onde não entra a realidade. É a execução do guião”, justificou.

Um “fenómeno” para ver ao domingo

Para Daniel Oliveira, diretor de programas da SIC, Bruno Nogueira e a restante equipa têm a “capacidade de convocar públicos que não são tão tradicionais do ponto de vista da visualização de um canal generalista…” “Acredito que vai ter uma grande fatia de público a vê-lo e ser um fenómeno a partir do próximo domingo”, disse.

Quanto à hora em que é exibido, o responsável pelo canal de Paço de Arcos não quis abrir o jogo, referindo apenas que será “muito perto de ‘Hell’s Kitchen’”, o concurso de culinária apresentado pelo chef jugoslavo Ljubomir Stanisic.

QUEM É QUEM EM “PRINCÍPIO MEIO E FIM”

Albano Jerónimo – PAULO
Paulo é o anfitrião. É intenso, confiante e temperamental. Cozinha bem. É amigo do seu amigo – aquele que está sempre lá, seja a que horas for.

Nuno Lopes – STONE
Stone é um espírito livre. Um homem descomplexado que vive em harmonia com o Mundo, com os outros e consigo próprio. Talvez toque demasiado nos outros e não conheça o conceito de espaço pessoal.

Rita Cabaço – MARIA JOÃO
Maria João – João, para os amigos – é a pessoa mais querida e doce que irão conhecer… até começar a beber. Nessa altura, perde os filtros e transforma-se num daquelas animais que começam as suas frases com “sabes que eu sou muito frontal”.

Jéssica Athayde – FRANCISCA
Francisca – também conhecida como Chica – é um twitter humano. Um compêndio de justiça social. Umas vezes estará certa, outras nem por isso, mas tem sempre algo a dizer sobre qualquer assunto. Custa-lhe muito que neste jantar só existam brancos privilegiados.

Bruno Nogueira – LUÍS HENRIQUE
Luís Henrique não tem carisma, não tem interesse, não tem graça – mas esforça-se. Muito. Quando abre a boca cria uma espécie de vácuo na sala. Reza a lenda que uma vez tentou um trocadilho espirituoso e secou uma folha de uma árvore da borracha.




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