As rabanadas com molho da doceira tirsense Luísa Pelayo

A famosa tarte de São Bento. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
A guardiã do segredo da tarte de São Bento, em Santo Tirso, passava a quadra com cerca de 40 pessoas e as decorações eram artesanais, num Natal que recorda com saudade.

O tabuleiro de rabanadas e o bolo em forma de Pai Natal não deixam margem para dúvidas – a Confeitaria São Bento/Doces d’Avó Luísa, em Santo Tirso, já se está preparar para a quadra natalícia. Mas o doce emblemático da casa também marca presença em muitas mesas durante a Consoada. Trata-se da tarte de São Bento, um doce redondo à base de massa folhada, recheado com creme pasteleiro e envolvido com chantili. Ali tudo é feito por Luísa Pelayo, que chega à confeitaria às 6 horas, e uma funcionária. “Agora que sou mais velha chego mais tarde, porque antes estava aqui às 5 horas”, conta bem-disposta a doceira com mais de 40 anos de experiência. Trabalhou grande parte da sua vida numa famosa confeitaria em Santo Tirso, mas quando soube que a Confeitaria São Bento estava disponível para trespasse, há três anos, decidiu, ao lado dos filhos, arriscar numa nova aventura.

Luísa Pelayo, a cara da Confeitaria São Bento, em Santo Tirso. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

A receita da tarte que ali se fabrica desde 1938 foi passada pelos antigos donos, sendo produzida da mesma forma e com os mesmos ingredientes. Apesar de não ter formação na área, Luísa está à vontade na cozinha. Hoje faz um pouco de tudo: bolos secos, éclairs, trouxas, scones, areias, jesuítas, limonetes, chilas, uma grande variedade de doce fino e algumas invenções, nesta confeitaria com morada no Largo Coronel Baptista Coelho, onde nasceu e onde passava o Natal em criança. “Guardo recordações formidáveis dessa altura”, partilha Luísa “O meu avô paterno fazia questão de ter toda a gente reunida. Até aos meus 18 anos, éramos perto de 40 pessoas”, garante. Era, sobretudo, um Natal muito manual, onde as decorações eram feitas à mão. “Pintavamos as pinhas com verniz, fazíamos coroas de Natal, centros de mesa e íamos buscar musgo à bouça para pôr no Presépio”.

À mesa havia bacalhau cozido, mas também algo para os que não apreciavam o peixe, bolo-rei, leite-creme, sonhos e as rabanadas da avó paterna, cuja receita, que era um sucesso no Natal, partilha agora com os leitores.

Rabanadas com molho

Ingredientes

Para as rabanadas:
Pão (de preferência, do dia anterior)
água ou leite
ovo batido, óleo

Para o molho:
açúcar branco
água
casca de limão
pau de canela

Preparação

Fatiar o pão e demolhá-lo em leite ou água. Escorrer as fatias e passar por ovo batido. Fritar em óleo quente. Para fazer o molho, colocar um quilo de açúcar no tacho e cobrir com água, juntar a casca de limão e o pau de canela. Deixar ferver até o açúcar começar a pingar da colher. Passar as rabanadas para um recipiente, polvilhar açúcar e canela, e verter o molho por cima.

Truque para as claras
As claras devem ser batidas num recipiente completamente seco e pode-se adicionar uma pitada de sal para ajudar a ganhar volume.




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