O centro cultural de Guimarães que junta arte, jardins e comida

O centro cultural de Guimarães que junta arte, jardins e comida
O Centro Cultural Vila Flor. (Foto: Artur Machado/GI)
A dois passos do coração da cidade de Guimarães, o Centro Cultural de Vila Flor oferece jardins para passear, por entre camélias e chafarizes, e ainda exposições, concertos e espetáculos de dança e teatro contemporâneo.

A principal casa da cultura da cidade, o Centro Cultural de Vila Flor (CCVF), está instalada no alto da Avenida Dom Afonso Henriques. É uma artéria pacata – batizada em honra do monarca que fez de Guimarães o berço da nacionalidade -, onde o património cultural e natural se unem num espaço com muito para oferecer. Vila Flor tem uma agenda fervorosa de espetáculos e exposições, um jardim senhorial, com bancos e um longo relvado onde apetece correr, e até um restaurante para retemperar forças.

Na origem deste lugar está a Quinta de Vila Flor, que olha a cidade com vista privilegiada desde o século XVIII, quando um fidalgo vimaranense mandou construir ali um palácio. A título de curiosidade: em 1853, a rainha D. Maria II foi recebida nesse mesmo palácio, na visita em que elevou a então vila de Guimarães a cidade. Ao longo dos anos, a propriedade foi passando por várias mãos, sofrendo intervenções que acabaram por desvirtuar o interior do palácio, e esteve algum tempo ao abandono, até ser adquirida e requalificada pela autarquia.

O centro cultural nasceu em 2005, fruto do restauro do palácio. (Foto: Artur Machado/GI)

Na nova vida do edifício chegou a funcionar o Polo de Guimarães da Universidade do Minho, e outros equipamentos municipais. E em 2005 nasceu o Centro Cultural, fruto do restauro do palácio para área de exposição, e da construção de um novo edifício equipado com dois auditórios, um restaurante e café concerto, além dos bonitos jardins que se mantiveram intactos. Vila Flor é desde então um tesouro escondido, que além da história e da beleza natural, faz de Guimarães um ponto de paragem nos roteiros culturais do país, com uma programação regular, contemporânea e diversificada. Pretextos de sobra para uma visita.

O que ver e fazer:
01 # Exposições num palácio setecentista
“O Palácio – 15 Anos de Arte Contemporânea” é a exposição comemorativa do 15.º aniversário do Palácio de Vila Flor como espaço expositivo de arte contemporânea. A mostra revive a programação da última década e meia,reunindo obras de todos os artistas que mostraram o seu trabalho no Palácio ao longo destes anos. Abre ao público a 5 de dezembro e fica patente até março. No sábado, 19 de dezembro há uma visita guiada pela exposição.

Os jardins do centro cultural. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

02 # Os jardins
Um dos cartões de visita do CCVF são os jardins de buxo do século XVIII que se desdobram em socalcos em frente à fachada norte do palácio. Cerca de um hectare de espaço verde em plena malha urbana, de acesso livre. No primeiro patamar estão as camélias centenárias – arvoredo de interesse nacional – com um chafariz ao centro e vista privilegiada para a cidade. O postal inclui o Paço dos Duques e a montanha da Penha. Nos restantes planos encontra-se um laranjal, um espelho de água e um longo relvado, com bancos de jardim para ler um livro ou exercitar ao som da avifauna. Até 1 de dezembro, quem passear pelos jardins vai encontrar ainda a exposição Observatório Natural, uma série de fotografias de diferentes espécies de fauna e flora encontradas no concelho.

 

A sala de espetáculos. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

03 # Espetáculos no centro cultural
Teatro, dança e música dão vida aos palcos do CCVF. Pelos auditórios de Centro Cultural passa uma programação eclética e focada na nova criação, que inclui ciclos e festivais regulares, como o Guimarães Jazz, o Westway LAB e o Guidance. Na agenda de dezembro, destaca-se a peça de teatro Aurora Negra, que chega ao grande auditório no dia 18. O espetáculo põe em palco três mulheres na condição de estrangeiras, falantes de diferentes línguas, que buscam as raízes dessas culturas e celebram o seu legado. A peça foi vencedora da 2ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, criada pelo Teatro Nacional D. Maria II, o Centro Cultural Vila Flor, O Espaço do Tempo e o Teatro Viriato para apoiar a produção de espetáculos de jovens artistas e companhias emergentes.

 

O espaço de café-concerto. (Fotografia: Daniel Rodrigues/GI)

04 # Restaurante e café-concerto
Com uma grande parede envidraçada de frente para o relvado, o restaurante de Vila Flor goza de uma abundante luz natural, e é o lugar ideal para apreciar os jardins e a vista para a cidade quando o tempo não deixa passear ao ar livre. À mesa, chega bacalhau com broa, arroz de polvo, bochecha de porco ibérico, tagliatelle de gambas e tomate seco e até francesinha. De momento, o restaurante funciona apenas ao almoço, com menu executivo durante a semana, e em serviço de takeaway e entrega ao domicílio. Encerra ao domingo. Já o café-concerto é ponto de encontro para os espetáculos de ordem musical.




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