Festival de Sintra traz concertos ao nascer do sol, passeios e cinema

Palácio de Monserrate. (Fotografia:PSML/EMIGUS)
A 58.ª edição da iniciativa já tem regresso marcado, de 13 a 23 de junho, juntando mais de 20 eventos culturais por vários espaços sintrenses.

O Festival de Sintra regressa este ano, entre 13 e 23 de junho, com concertos a solo, de música de câmara ou orquestra, apostando no talento nacional emergente, numa programação que se cruza também com cinema e conversas. A 58.ª Edição do Festival de Sintra vai oferecer, ao longo de dez dias, 22 eventos entre as 05h e a meia-noite, concertos e formatos únicos, solistas de renome internacional, como aposta no talento nacional e artistas emergentes, segundo informação da Câmara Municipal de Sintra.

Com direção artística do maestro Martim Sousa Tavares, este festival, que tem apostado em formatos distintivos, como caminhadas-concerto, concertos ao nascer do sol ou duelos de pianistas, introduz este ano um concerto nas trevas e outro à meia-noite de lua cheia.

O festival abre com “Ode ao pôr-do-sol”, pelo quarteto de cordas Modigliani e uma convidada surpresa, um concerto dedicado ao espírito italiano a ter lugar ao entardecer no Palácio de Monserrate. No dia seguinte, ao final da tarde, será ouvido em estreia moderna, na Igreja Paroquial de Colares, aquele que é a primeira oratória a ter sido escrita em Portugal, “Maria Vergine ao Calvário”, interpretado pelo Ludovice Ensemble. Segue-se “O Canto do Mundo”, pelo dueto Fran (canto e violoncelo) e Flora (canto e violino), que apresentam, na Adega Regional de Colares, a riqueza das tradições klezmer, indica a programação.

No dia 15, as iniciativas começam logo pela manhã, com uma caminhada-concerto do centro histórico à Quinta de Mont Fleuri, onde um piano de cauda “aguarda Tomás Wallenstein para um concerto onde dará a ouvir uma seleção de temas do seu cancioneiro de toda a vida”. Ao inicio da tarde, passa no Centro Cultural Olga Cadaval o filme “O Pianista” (2002), de Roman Polanski, que aborda o tema do holocausto através da história do pianista judeu polaco Wladyslaw Szpilman, com música de Chopin.

Segue-se, no mesmo espaço, o concerto “Um Piano pela Paz”, em que o pianista ucraniano Roman Lopatynskyi propõe um recital em diálogo com o filme, mas também com o seu país, “sob os ecos da guerra”. À noite, a Igreja de Santa Maria recebe “Ad Tenebre”, pelo Officium Ensemble, com direção musical de Pedro Teixeira, um concerto a partir da polifonia vocal renascentista portuguesa, exclusivamente iluminado por velas que se apagarão gradualmente, até terminar com a música cantada na total escuridão.

O dia 16 começa de manhã no Centro Cultural Olga Cadaval, com um espetáculo para famílias criado e interpretado por Joana Gama, com música de João Godinho, intitulado “Pássaros e Cogumelos”, e termina ao final da tarde no Hotel-Palácio de Seteais, com o espetáculo musical “Evocações e Ressonâncias”, criado e interpretado por Mary Lattimor na harpa, enquadrado pelo pôr-do-sol sobre o oceano. No dia 18, o festival propõe “Ligações Reencontradas”, um programa de recital a ter lugar à noite no Centro Cultural Olga Cadaval, com Steven Isserlis no violoncelo e Connie Shih no piano.

A programação retoma no dia 21, o mais comprido do ano, com um desafio para os madrugadores: uma caminhada-concerto a começar às 05h em São Pedro e a terminar no miradouro de Santa Eufémia, com um quarteto de violoncelos a interpretar “Ao Nascer do Sol: O Dia Mais Bonito”. Ao entardecer, o Centro Cultural Olga Cadaval recebe “Na Colónia Penal”, ópera de Philip Glass, seguida de uma mesa redonda subordinada ao tema “Cem anos depois de Kafka: Vivemos em Distopia?”, que reúne Irene Flunser Pimentel, Joana Bértholo, Martim Sousa Tavares e Rui Tavares, com moderação de Paulo Farinha.

No dia seguinte haverá um espetáculo de leitura encenada para famílias inspirado no conto “A Noite de Natal”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, com música de Eurico Carrapatoso, ilustrações de Mariana, a Miserável, narração de Catarina Távora e música de Ana Ester Santos, na harpa, e Duarte Pereira Martins, no piano. À noite, a Orquestra Municipal de Sintra D. Fernando II, apresenta-se no Terreiro Rainha D. Amélia para o concerto “A Grande Música no Centro da Vila”, conduzido pelo maestro Cesário Costa. Já perto da meia-noite, o público é convidado para uma caminhada-concerto surpresa pela Quinta da Regaleira, ao som de violinos, viola d’arco e violoncelo.

Para o último dia de manhã ficou reservado um concerto no Centro Cultural Olga Cadaval, protagonizado pelo pianista András Schiff, a quem foi dada “carta branca”, naquela que é a sua estreia no Festival de Sintra. A programação fecha com o concerto “Em Festa ao Som da Harpa”, pela Jovem Orquestra Portuguesa, conduzida pelo maestro Pedro Carneiro, com Xavier de Maistre na harpa.




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