Dog Locomotion: cadeiras de rodas para amigos de quatro patas (ou menos)

Pedro Póvoa só aceita casos de animais que possa ver e avaliar pessoalmente. (Fotografia de Mário Vasa/GI)
Quando Pedro Póvoa viu o seu cão paralisado, após uma queda, tratou de lhe construir um auxiliar de locomoção à medida. Assim nasceu o projeto Dog Locomotion, que ajuda animais como cães, gatos, coelhos ou mesmo galinhas. O ateliê fica em Setúbal.

Pedro Póvoa tem no projeto Dog Locomotion uma missão a tempo inteiro, ou seja, trabalha afincadamente, no seu ateliê, em Setúbal, para ajudar animais com problemas de mobilidade. Se hoje faz auxiliares de locomoção, por medida, para cães, gatos e outros bichos, é porque se viu confrontado com essa necessidade, já lá vão duas décadas.

Tudo começou quando o seu cão Benny ficou com os membros posteriores paralisados, na sequência de uma queda. Nem a cirurgia nem a fisioterapia deram resultado, logo, a solução passava por uma espécie de cadeira de rodas. Encontrou algumas opções no estrangeiro, mas entendeu que o assunto não devia ser tratado à distância, por isso, decidiu construir ele mesmo o equipamento para Benny. “Foi um equipamento extremamente arcaico. Mas o suficiente, com todas as limitações, para o pôr a andar”, recorda.

Já fez equipamentos para coelhos, porquinhos da Índia, furões, até para uma ovelha e para uma galinha japonesa que só tinha uma pata.

Com o tempo, Pedro Póvoa criou outros auxiliares de locomoção, aperfeiçoados, para Benny, que tinha 11 anos à data do acidente e viveu feliz mais uns quantos. E o projeto Dog Locomotion foi ganhando forma, alimentado pelo boca a boca. É procurado sobretudo por tutores de cães – em especial, de raças mais propensas a desenvolver certas patologias, como os buldogues franceses ou os pastores alemães, explica. Mas já fez equipamentos para coelhos, porquinhos da Índia, furões, até para uma ovelha e para uma galinha japonesa que só tinha uma pata.

O cão Rossi.
(Fotografia: Instagram Dog Locomotion/DR)

O responsável pela Dog Locomotion pode ajudar “qualquer animal, desde os 100/150 gramas até os 100/120 quilos de peso”, com uma condição: vê-lo e avaliá-lo ao vivo. Há quem percorra muitos quilómetros e atravesse fronteiras com os animais, para conseguir o seu equipamento personalizado, de fabrico manual.

Em regra, Pedro dedica-se a um projeto de cada vez. “Os dias só têm 24 horas, e eu só tenho duas mãozinhas”, justifica. Concluído o equipamento, ver o animal a movimentar-se é uma alegria. Nas suas instalações, há um espaço a que chama “a salinha do choro”, pois as lágrimas correm à chegada, quando as pessoas estão a braços com um problema, mas também no fim, encontrada a solução. Só que aí são lágrimas “de felicidade”, conclui. “E não há dinheiro que pague isso.”

O coelho Pantufa.
(Fotografia: Instagram Dog Locomotion/DR)



Dog Locomotion

O projeto Dog Locomotion funciona num ateliê, em Setúbal (Rua dos 4 Caminhos, 3B), com atendimento só por marcação. Não faz vendas pela internet, e define o orçamento caso a caso. Tel.: 965 675 038.

Pedro Póvoa é procurado sobretudo por tutores de cães.
(Fotografia de Mário Vasa/GI)

 




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