Anya Taylor-Joy, atriz de Gambito de Gama: de vítima de bullying ao triunfo em Hollywood

Anya Taylor-Joy em "Gambito de Gama", série aclamada da Netflix. (Fotografia: DR)
Tem 24 anos e já no bolso um Globo de Ouro para Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme pelo seu papel em “Gambito de Dama”. Quem diria que Anya, a estrela desta série da Netflix, conta apenas com sete anos de carreira.

Gambito: “Lance no xadrez em que se sacrifica uma peça para causar maior perda ao adversário”. É esta a definição da palavra que compõe a primeira parte do título da produção da Netflix vencedora do Globo de Ouro para Melhor Minissérie ou Telefilme e de Atriz na mesma categoria. A “Dama” que o completa é Anya Taylor-Joy, a artista vencedora desse prémio. Com apenas 24 anos e nascida nos Estados Unidos, mas com forte ascendência argentina e britânica, a jovem intérprete conta com cerca de 30 filmes e séries entre a sua estreia na representação – foi com “Academia de Vampiros: O Beijo das Sombras”, em 2014, e a cena nem chegou a incluir a película final – e a história da plataforma de streaming baseada no romance de Walter Tevis. Estas três dezenas de experiências no grande e no pequeno ecrã foram suficientes para superar ícones como Cate Blanchett (“Mrs. America”) e Nicole Kidman (“The Undoing”), também elas nomeadas para o mesmo Globo de Ouro, ainda ao lado de Daisy Edgar-Jones (“Normal People”) e Shira Haas (“Unorthodox”).

Aliás, foi precisamente para Blanchett e Kidman que Anya Taylor-Joy dirigiu as suas primeiras palavras no discurso de agradecimento pela estatueta entregue pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. A partir de sua casa – já que a pandemia não permitiu a presença de todos os envolvidos -, mencionou ainda Netflix por a deixar “fazer a série que todos os atores que a fizeram queriam mesmo fazer”. “É obviamente maravilhoso que todos a tenham visto. Eu faria este projeto outra e outra e outra vez. Aprendi muito. Obrigada aos espectadores que a viram e apoiaram as personagens. Significa o mundo para mim”, acrescentou.

Atrás do sucesso esconde-se uma mulher que foi vítima de bullying e que aproveitou sentimentos dessa experiência para se entregar de corpo e alma à personagem de Beth Harmon em “Gambito de Dama”, uma jovem que cresceu num orfanato do Kentucky no final dos anos 50 e aí desenvolve um dom extraordinário para o xadrez, assim como uma dependência pelos tranquilizantes fornecidos pelo Estado para sedar as crianças. Em entrevista ao jornal “The Sun”, a atriz confessou que a sensação de solidão de Beth é em muito idêntica à que ela própria sentiu depois de, aos oito anos, e sem falar uma única palavra de inglês, se mudou de Buenos Aires, onde vivia com a família, para Londres. “Era muito inglesa para ser argentina, muito argentina para ser inglesa e muito americana para ser qualquer coisa. As crianças não me entendiam. (…) Na escola, passei muito tempo a chorar”, lamentou. “Sentia-me tão isolada que criei na minha cabeça que a solidão era má. Este pode ser um sentimento bastante impactante (…) A Beth não confia nas pessoas e tenta desesperadamente encontrar o seu lugar no mundo. Em criança, eu sentia isso”, contou.

Apesar de admitir que não se acha “suficientemente bonita” para ser vista numa tela, Anya Taylor-Joy parece ter Hollywood a seus pés e, por isso, um futuro promissor. “Gambito de Dama” pode ter mais uma temporada e está na calha um novo filme da saga “Mad Max” e ainda “The Northman”, que deve estrear-se este ano e no qual contracena com Nicole Kidman e a cantora Björk.

 

Os vencedores dos 78.º Globos de Ouro

Melhor Filme – Drama
“Nomadland: Sobreviver na América”

Melhor ator – Drama
Chadwick Boseman, “Ma Rainey: A Mãe do Blues”

Melhor atriz – Drama
Andra Day, “Estados Unidos vs Billie Holliday”

Melhor comédia ou Musical
“Borat Subsequente Moviefilm”

Melhor ator – Comédia ou Musical
Sacha Baron Cohen, “Borat Subsequent Moviefilm”

Melhor atriz – Comédia ou Musical
Rosamund Pike, “I Care a Lot”

Melhor ator secundário
Daniel Kaluuya, “Judas and the Black Messiah”

Melhor atriz secundária
Jodie Foster, “The Mauritanian”

Melhor realizador
Chloé Zhao, “Nomadland – Sobreviver na América”

Melhor argumento
Aaron Sorkin, “Os 7 de Chicago”

Melhor filme de animação
“Soul”

Melhor filme em língua estrangeira
“Minari”, Estados Unidos

Melhor banda sonora original
Atticus Ross, Trent Reznor, Jon Batiste, “Soul”

Melhor canção original
“Io sì”, “Uma Vida à Sua Frente”

Melhor série de televisão – Drama
“The Crown”

Melhor série televisão – Comédia
“Schitt’s Creek”

Melhor minissérie ou telefilme
“The Queen’s Gambit”

Melhor atriz em série de televisão – Drama
Emma Corrin, “The Crown”

Melhor ator em série de televisão – Drama
Josh O’Connor, “The Crown”

Melhor atriz em série de televisão – Comédia
Catherine O’Hara, “Schitt’s Creek”

Melhor ator em série de televisão – Comédia
Josh O’Connor, “Ted Lasso”

Melhor atriz em minissérie ou telefilme
Anya Taylor-Joy, “The Queen’s Gambit”

Melhor ator em minissérie ou telefilme
Mark Ruffalo, “I Know This Much Is True”

Melhor atriz secundária televisão
Gillian Anderson, “The Crown”

Melhor ator secundário em televisão
John Boyega, “Small Axe”




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend