Andrew Knapp: “Senti-me muito bem recebido em Portugal”

Andrew Knapp corre mundo com o cão Momo. Fotografia: DR
Quem acompanha o viajante Andrew Knapp e o seu cão Momo nas redes sociais já está familiarizado com as fotografias do castiço border collie em paisagens de sonho. Agora, as aventuras da dupla podem ser acompanhadas no papel e em português. O livro “Onde está o Momo?” reúne imagens captadas em vários países da Europa, a começar por Portugal.

Quando Andrew Knapp e Momo saíram do Canadá, em 2018, para explorar 22 países europeus, começaram por Portugal, onde o autor foi surpreendido pelas paisagens, pela simpatia dos nativos e pelos pastéis de nata. Em “Onde está o Momo?”, o primeiro livro de Knapp com edição portuguesa, tanto se encontra imagens de Lisboa, Porto e Aveiro como de Roma, Dublin ou Zagreb. Cada uma seduz pela estética e encerra um desafio: localizar Momo, numa espécie de “Onde está o Wally?”. A este jogo acrescem dicas para viajar com os animais e sugestões de sítios a visitar numa Europa “extremamente amiga dos cães”.

Fotografia: DR

Viajar com um cão pode ser desafiante, e foi para Portugal que o Momo viajou de avião pela primeira vez. Que ajustamentos tem de fazer para viajar com ele?

Não é fácil. Mas as coisas boas raramente o são. Há muito trabalho administrativo, porque no papel estás, simplesmente, a importar um animal vivo. Mas a burocracia! Percebes logo se os países têm os seus assuntos em ordem. E, claro, o animal tem de ser saudável, estar disposto e treinado para tal. Publiquei um vídeo no meu canal do YouTube em que falo de toda a experiência a voar com o Momo.

“Onde está o Momo? Um viajante e o seu cão pelas mais belas paisagens da Europa” é o quarto livro de uma série. Como se lembrou de fazer esta espécie de “Onde está o Wally?”, mas com o seu cão? Li que costumava atirar algo para ele apanhar e que isso criou um hábito.

Adoro observar os comportamentos do Momo. Este destacou-se: ele deixava um pau aos meus pés, fugia e esperava que eu o atirasse. Enquanto esperava, costumava estar escondido. Isso tornou-se num jogo entre mim e ele. Nós sozinhos na floresta e ele agachado e silencioso, a vigiar-me. Eu olhava em volta até encontrá-lo, e era muito divertido. Foi ótimo poder levar outras pessoas comigo neste passeio.

Essas imagens foram fáceis de captar, ou esteve muito tempo à procura do disparo perfeito? Só fotografa o Momo quando ele quer?

Os cenários/localizações surgiam quase todos de forma orgânica. Mas sim, o Momo é que decide tudo! Se ele não tiver vontade de ser fotografado, não insisto.

Qual o objetivo da série “Onde está o Momo?” [no original, “Find Momo”]? Demonstrar que as pessoas podem viajar com os seus cães?

Espero que sintam uma conexão mais profunda com o que as rodeia. As fotografias em si atraem as pessoas, assim o espero. Gostaria que passassem algum tempo com as minhas fotografias, seja a apreciar a localização ou à procura do Momo. Também espero que sintam uma conexão mais profunda com os seus animais e o mundo natural no seu todo. É extremamente importante que nos sintamos parte deste mundo natural, para percebermos o nosso impacto [nele] e aprendermos a respeitá-lo.

Pela sua experiência na Europa, há algum país mais amigo dos animais, além da Croácia, como refere no livro?

Creio que, se outra pessoa fizesse a mesma viagem, teria uma opinião diferente sobre qual o país mais amigo dos cães. A Europa, no geral, é extremamente amiga dos cães. Qualquer dos países europeus que visitei era mais amigo dos animais do que o Canadá ou a maioria dos Estados Unidos. Avaliei a amabilidade em relação aos cães pela quantidade de estabelecimentos dispostos a deixar entrar o Momo!

Escreveu no Instagram que adorava estar em Portugal e suspirava por pão e pastéis de nata. Qual a maior marca que levou do país?

Senti uma segurança e uma simpatia que não esperava. Não que esperasse o contrário, mas não fazia ideia de como seria a experiência. Senti-me muito bem-vindo e, além disso, a versatilidade e o esplendor da paisagem eram inacreditáveis. Também foi de partir o coração ver a área queimada devido aos incêndios florestais de 2017 e ouvir as histórias das pessoas que perderam as casas.

Pode falar-nos mais sobre o Momo?

O Momo tem 12 anos! É o cão mais meigo. Já está a entrar nos anos dourados, por isso mostra-se muito mais mais relaxado, e também muito mais teimoso. Na verdade, é bastante enternecedor. As sobrancelhas cinzentas, o temperamento irritável e o impulso por comida dão ainda mais caráter à sua personalidade, já de si original. Por estes dias, não viajamos tanto, mas planeamos explorar um pouco mais na próxima primavera e no verão. E, claro, vamos lançar um segundo livro infantil sobre o ar livre, o que me entusiasma bastante [o primeiro foi “Let’s find Momo!: a hide-and-seek board book”, ainda não editado em Portugal].

Fotografia: DR

“Onde está o Momo? Um viajante e o seu cão pelas mais belas paisagens da Europa”
Arte Plural Edições
144 páginas
PVP: 14,40 euros

 




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