“Ana com A”: a série de época que já bateu recordes online

«Ana com A» é inspirada nos livros de L. M. Montgomery. Fotografia: DR
Estreou-se de forma suave e foi conquistando espectadores. Até que a bomba caiu em novembro do ano passado, quando a criadora de "Ana com A", da Netflix, anunciou que a terceira temporada seria a última.

Moira Walley-Becket ter-se-á incompatibilizado com a cadeia canadiana CBC e com a Netflix, ambas responsáveis pela distribuição da série, e virado as costas à história inspirada nos livros de L.M. Montgomery e em torno da vida de Anne Shirley-Cuthbert (Amybeth McNulty), uma jovem órfã do século XIX que é adotada pelos irmãos Marilla (Geraldine James) e Matthew Cuthbert (R.H. Thomson). Foi assim que, entre muitas outras manifestações, nasceu uma petição que se transformou na mais assinada de sempre para a renovação de uma série.

“Não há mesmo nenhuma maneira de ‘Ana com A’ renascer neste momento” e “gostava que pudesse ser diferente, mas não pode ser”, disse a criadora. “Arte e negócio não é nunca um casamento fácil. Costumo achá-lo inexplicável. Este é um desses momentos. Mas é impossível discutir contra palavras como economia, algoritmos, dados demográficos, etc. Estas palavras e outras como elas são a razão por que as empresas não querem continuar”, adiantou ainda. Os fãs foram apanhados de surpresa, não só porque os livros acompanham Anne até à idade adulta (na terceira temporada, tem 16 anos) mas também porque há muitas questões que ficam por responder.

O abaixo-assinado que criaram tinha, até à passada terça-feira, 558 841 assinaturas, superando o que foi aberto para “Sense8”, também da Netflix, que encerrou com cerca de 524 mil nomes e a promessa de realização de um especial de duas horas.
Ambientada no final da década de 1890, é uma história que aborda temas como bullying, racismo e preconceito. Moira Walley-Beckett referiu que “temas como identidade, preconceito, bullying, ser-se estranha e procurar uma maneira de ser aceite e de pertencer são inteiramente atuais e super relevantes”. “Esses são temas que são incorporados na história”, realçou, adiantando que designa Anne Shirley de “feminista acidental”.

“É uma série que trata de tudo, não é apenas focada na Anne”, completa uma fã, referindo que “a adaptação foi feita para chamar a atenção para assuntos que já existiam naquela altura, mas dos quais praticamente não se falava, como é o caso do racismo, como os direitos LGBT, o machismo”. “A série consegue tratar disto tudo de uma forma muito leve, mas ao mesmo tempo também entretém quem está a ver”, acrescenta.

A esperança de uma renovação passa, agora, por acrescentar 500 mil assinaturas às 500 mil já conquistadas, anuncia a petição. O ator canadiano Ryan Reynolds e o cantor inglês Sam Smith já manifestaram o seu apoio. A solução, revelam os sites especializados, pode estar pela compra dos direitos de produção serem comprados por outra cadeia televisiva ou plataforma de streaming.

 

Mybeth McNulty

A protagonista da história tem 18 anos. Ao contrário do que muitos pensam, a atriz irlandesa-canadiana é loira. Os cabelos ruivos são pintados para o papel. A atriz usou peruca nos últimos episódios da segunda temporada.

Fotografia: DR

 

Personagens femininas

A série tem mais personagens femininas do que masculinas. Nos bastidores, há também mais mulheres do que homens, entre elas a equipa de produção, compostas apenas por mulheres.

Fotografia: DR

 

1800 candidatas

Foram as jovens que fizeram audição para o papel de Anne Shirley. Amybeth McNulty foi escolhida pela sua capacidade de diálogo e por ser uma atriz «complexa,
dinâmica e linda».

Fotografia: DR

 

Lucy Maud Montgomery

O livro «Anne of Green Gables», de Lucy Maud Montgomery, no qual a história de inspira, foi originalmente publicado em 1908. Na série, o título de cada episódio é uma citação do livro.

Fotografia: DR




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