Os 56 quilómetros da Grande Rota do Bussaco já estão sinalizados

O Convento do Bussaco é um dos pontos a visitar na Grande Rota do Bussaco, a partir da Mealhada. (Fotografia: DR)
A Grande Rota do Bussaco já está sinalizada, ao longo de um percurso linear de 56 quilómetros, levando os caminhantes em segurança até à mata. Projeto da comunidade intermunicipal da região de Coimbra pretende valorizar o património natural.

São 56 quilómetros para percorrer entre a natureza em estado puro os que se sinalizam agora no terreno, graças a um projeto da comunidade intermunicipal da região de Coimbra para valorizar o património natural da Mata Nacional do Bussaco, a conhecida zona protegida na freguesia do Luso, no concelho da Mealhada.

A Grande Rota do Bussaco é um percurso linear cujo epicentro é a Mata Nacional do Bussaco e que liga os três concelhos limítrofes da mata: Mealhada, Mortágua e Penacova. A placa do quilómetro zero mostra que é possível começar a rota no Parque da Cidade da Mealhada, percorrendo a partir daí quase 12 quilómetros até ao Convento de Santa Cruz do Bussaco.

Pelo caminho, admiram-se os vinhedos da Bairrada, que remeterem para as caves e adegas onde se produzem os vinhos tintos, brancos e espumantes da região, e quase se sente o cheiro e o sabor da especialidade local mais afamada, o leitão da Bairrada. Mas é também de notar que bem perto está a vila do Luso, conhecida pela sua estância termal e pelo consumo de água mineral.

(Fotografia: DR)

No núcleo central da mata encontram-se o Palace Hotel do Bussaco (edifício do séc. XIX, de estilo neomanuelino) com o seu Jardim Novo; a Via Sacra, única no mundo à escala de Jerusalém, com uma extensão de três quilómetros e composta por 20 passos (Prisão e Paixão de Cristo); o convento de Santa Cruz, o Museu Militar, o monumento comemorativo da Batalha do Bussaco e os miradouros, com destaque para o da Cruz Alta, a 550 metros de altitude.

Segundo o município da Mealhada, este epicentro da Grande Rota do Bussaco faz também ligação a outras duas rotas, a da Mortágua/Bussaco, com 21 km, e a de Penacova/Bussaco, com 23 km. Quem as percorrer pode admirar a “exuberância da biodiversidade” da zona e conhecer aldeias e as suas histórias. Nelas se recorda o tempo das invasões napoleónicas e se percebe como o papel do povo, e do próprio terreno, foram decisivos para derrotar os franceses.

Na Mealhada, esta grande rota inclui ainda outra, designada Trilho das Árvores Notáveis. Trata-se de um percurso interpretativo de 6,7 quilómetros de extensão, dentro da Mata Nacional do Bussaco, pelas árvores classificadas como notáveis e que inclui espécies como o cedro do Bussaco, a sequóia, araucárias, eucaliptos, pseudotsuga, mirtilo-da-nova-zelândia ou freixo-verde, todas introduzidas pelos Carmelitas Descalços desde o final do século XVI.

A Mata Nacional do Bussaco, com 105 hectares de área e a 549 metros de altitude, estende-se pelo noroeste da Serra do Bussaco. As caraterísticas do terreno formam um microclima propício ao aparecimento de uma grande biodiversidade, tendo a mata “uma das melhores coleções dendrológicas da Europa, com cerca de 250 espécies de árvores e arbustos com exemplares notáveis”, lê-se no website da Fundação da Mata do Bussaco.




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