Torel Avantgarde: quer «dormir» com Freud, Dalí e Pessoa?

O novo Torel Avantgarde, no Porto, reuniu um grupo de artistas para dar personalidade a este edifício de aspeto austero. Os quartos são dedicados a 47 personalidades «avantgarde».

No papel, o Torel Avantgarde há de pertencer a João Pedro Tavares e às austríacas Bárbara Ott e Ingrid Koeck. Fora dele, o novo hotel boutique do Porto é também de Freud, Nina Simone, Fernando Pessoa, Andy Warhol, Simone de Beauvoir, Almada Negreiros, Salvador Dalí e outros que marcaram a história por estarem à frente do seu tempo. Quarenta e sete figuras para 47 quartos, cada um feito à medida da personalidade que incorpora, num trabalho do coletivo portuense Nano Design. O quarto de Coco Chanel tem um manequim e banheira de hidromassagem virada para o rio; já no de Leonardo Da Vinci, a Mona Lisa ocupa a parede da cabeceira da cama e é daqui que se tem uma das melhores vistas do hotel, garante Francisco Lorite, manager daquela que é a mais recente unidade do grupo Torel Boutiques, aberta desde setembro na Rua da Restauração.

Quem vê de fora o edifício de ar sério e estruturado, da época do Estado Novo, não imagina a criatividade que floresceu ali nos últimos tempos. Jorge Curval é um dos quatro artistas – todos com ligações ao Porto – que tem obras pelas escadas, nos quartos e áreas comuns, tal como Paulo Neves tem esculturas e Daniel Eime e Frederico Draw outras composições de arte contemporânea. As suas manifestações de criatividade chegam até ao andar inferior, onde está o SpaBalsamea, com duas salas de tratamentos, sauna, banho turco e acesso ao jardim com piscina descoberta.

No piso superior, são dadas indicações para chegar até ao Digby, o restaurante do Torel Avantgarde: é atravessar a sala das flores para chegar ao bar. Mas não é possível atravessá-la, simplesmente, sem antes parar, olhar e – muito provavelmente – fotografar. Há rosas vermelhas e amarelas a preencherem as paredes, como se de um tapete se tratasse. Do teto nem vislumbre, pois dele caem outras flores e plantas. À noite, a decoração de Isabel Sá Nogueira parece saída de um filme cuja primeira cena podia começar no Digby. O restaurante começa num bar onde se pode acabar a noite a beber um porto tónico. Segue-se o salão mais discreto, que dá acesso à varanda-terraço, cuja vista do Douro é capaz de convencer muitos a contrariarem o frio nas noites de inverno.

As caixas de vidro transparentes que iluminam o terraço levam o imaginário até à Londres antiga, onde Sir Kenelm Digby terá inventado, no século XVII, a garrafa de vidro verde translúcida para armazenar o vinho. O mérito garantiu-lhe também o nome deste restaurante, onde não falta vinho nem azeite das quintas vínicas, como o da Quinta de La Rosa, servido no couvert. Por agora, é aproveitar a época das vieiras para provar o molusco com puré de abacate e chips de batata-doce ou o robalo com brûlée de açafrão, dois dos mais populares do menu, que permite também pedir francesinhas. Este hotel é vanguardista, mas portuense acima de tudo.

 

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